Cine Roxy pretende reabrir as portas ao público até o final do mês

Empresário Toninho Campos se diz otimista para reabrir suas salas, mas decisão está nas mãos do Poder Público

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  16/08/20  -  12:26
Toninho Campos afirma que seus cinemas estão prontos para a reabertura: “Estou preparadíssimo”
Toninho Campos afirma que seus cinemas estão prontos para a reabertura: “Estou preparadíssimo”   Foto: Irandy Ribas/Arquivo/AT

Com a Baixada Santista se mantendo na fase amarela desde o dia 10 de julho no Plano São Paulo, algumas salas de cinema já se preparam para a retomada das atividades. É o caso do Cine Roxy, que até o final do mês pretende reabrir as portas ao público. 


Pelas normas do Governo do Estado, depois de 28 dias da região na classificação amarela, já é possível a flexibilização de atividades culturais, seguindo alguns protocolos, “Estamos aguardando. Fechei os cinemas e arrumei tudo direitinho, com os recursos que eu tinha. Já fiz a disposição para a reabertura, limpei tudo. Estou preparadíssimo”, garante o diretor do Roxy, Toninho Campos. 


Ele já numerou as poltronas para fazer um programa inteligente para poder vender, por exemplo, para uma família junto e manter o distanciamento dos outros; programou intervalos maiores entre as sessões para fazer a limpeza das salas e adotou outras medidas determinadas pelo protocolo sanitário do Governo Estadual. 


Outra novidade, resgatada de um passado não tão distante, é a volta da figura do lanterninha, função responsável por garantir que as pessoas vão cumprir as regras durante o filme. 


Com tudo preparado, a intenção de Campos é começar as exibições já no próximo dia 27, dentro da programação do festival nacional Juntos pelo Cinema. A ideia é que sejam filmes clássicos, como O Exorcista, Vingadores e Harry Potter.


Já em setembro, começariam os lançamentos. “Talvez tenha o Mulan, não é certeza ainda. Ele está sendo lançado no mundo, no dia 4, mas aqui ainda não tenho certeza. Dia 10 tem o Tenet, que é certeza”. Ele destaca ainda que para outubro dois grandes lançamentos devem movimentar as salas: Mulher Maravilha: 1984 e Viúva Negra. 


Para Campos, cuja família está à frente do Roxy há 85 anos, esta foi a primeira vez que o cinema ficou tanto tempo fechado. “Nem quando fechei para transformar uma sala em quatro ou quando pegou fogo ficou tanto tempo assim”, lembra o empresário. 


O momento foi economicamente difícil, mas ele afirma que por conta dos programas do Governo Federal, não demitiu nenhum funcionário. Ele aposta que será preciso pelo menos mais dois anos para que o setor se recupere deste período. “O que eu tenho certeza é que se tem uma atividade que vai ter um sucesso garantido no retorno e vai ser vista de outra maneira é o cinema”, avalia. 


Campos também não teme a concorrência com o streaming, que se ampliou nos tempos de isolamento social. “O cinema sempre esteve ameaçado. Primeiro era a TV, depois, o VHS e as videolocadoras. No final, tudo fechou e o cinema continuou. No final, esse tempo todo, as pessoas querem ir no cinema, porque o cinema é uma convivência. Nesta maneira como estamos vivendo, pelo menos, estamos enxergando os outros”.


Para motivar o público a voltar, o Roxy lançou uma campanha de venda de ingressos promocionais, que podem ser adquiridos antecipadamente com desconto e ser utilizados até março do próximo ano.


Poder Público sinaliza com cautela


A expectativa de Toninho Campos, porém, de reabrir as salas este mês ainda depende da liberação das prefeituras onde ele tem unidades do Roxy: Santos, São Vicente e Cubatão. “Estou em contato com elas, que têm sinalizado que devem seguir o que está estabelecido pelo Governo de São Paulo”, afirma ele.


O Governo do Estado afirma que os municípios têm autonomia para flexibilizar os setores estabelecidos e as prefeituras devem fazer decretos, observando os planos regionais e seguindo os protocolos de testagem. 


Na região, boa parte do poder público pode não flexibilizar ainda essa reabertura. Por nota, a Prefeitura de Santos informa que “analisa os protocolos sanitários para que a retomada das atividades seja autorizada com segurança. A reabertura dos cinemas e de outras atividades de lazer e diversão deve ocorrer somente na fase verde (na sequência da atual, amarela)”.


A Prefeitura de São Vicente também aponta que a retomada dos cinemas talvez não ocorra agora, embora não informe quando isso pode acontecer. “Pelo entendimento do que estabelecem as orientações do Plano São Paulo, neste momento será mantido o fechamento dos cinemas e salas específicas para espetáculos na Cidade. A medida visa evitar aglomerações em locais fechados”, diz por meio de nota. 


Cubatão também segue o plano de reabertura gradual do município. Assim, os cinemas e teatros só poderiam reabrir na fase azul (a última). “Todavia, houve alteração do Plano São Paulo e nosso decreto precisa ser reavaliado para que os cinemas reabram na fase amarela, ou continuará prevista a reabertura apenas na fase azul, ou seja, quando atingirmos o chamado novo normal”.


Outras cidades 


Na região, até agora, Itanhaém foi a única cidade que autorizou a abertura dos cinemas, determinando que a capacidade seja de 40%, com horário reduzido a seis horas, obrigação de controle de acesso, venda apenas on-line, hora marcada e assentos marcados, além de distanciamento e adoção dos protocolos gerais e setoriais. 


Porém, o Cinemar, único cinema da cidade, informa em seu site que mantém as atividades suspensas por tempo indeterminado. Enquanto isso, ele trabalha com cinema virtual, uma plataforma para locação de filmes. 


Em Guarujá, a reabertura de salas de cinema ainda está sendo avaliada, para que a retomada aconteça com medidas seguras para evitar a propagação da Covid-19. “O Município aguarda, ainda, avançar para a fase verde no Plano São Paulo e mantém constante diálogo com o setor”, afirma em nota oficial. 


Em Praia Grande, o único cinema da cidade optou pelo sistema de drive-in. A Prefeitura diz que “a abertura das salas de cinema da Cidade faz parte de uma fase futura do Plano SP” e que está discutindo protocolos de biossegurança relacionadas a este setor da economia e “tudo está sendo debatido pelo Comitê Técnico Científico, formado por profissionais de saúde altamente qualificados que estudam profundamente esta nova doença”. 


Bertioga, Mongaguá e Peruíbe não possuem salas de cinema.



 


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