Charlie Brown Jr. reúne três gerações em tour de homenagem a Chorão: 'Vai ser uma baita festa'

Tributo celebra vocalista da banda santista, que teria 50 anos se estivesse vivo. Confira a entrevista exclusiva com o guitarrista Marcão

Por: Bruno Gutierrez  -  04/02/21  -  09:50
Champignon, Chorão e Thiago Castanho durante show no cruzeiro do Santos FC
Champignon, Chorão e Thiago Castanho durante show no cruzeiro do Santos FC   Foto: Claudio Vitor Vaz/Arquivo/AT

O Charlie Brown Jr. está de volta aos palcos em 2021. A banda santista, que fez história na música brasileira e internacional, entrará em tour neste ano para homenagear o ex-vocalista Chorão, falecido em 2013. Para isso, irá reunir músicos de três gerações do grupo, que esteve em atividade entre 1992 e 2013.


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Da formação original estarão os guitarristas Marcão Britto eThiago Castanho, da segunda formação, o baixista Heitor Gomes e o baterista Pinguim, e da estrutura mais recente da banda, o baterista Bruno Graveto. O cantor Egypcio, ex-vocalista do Tihuana, foi convidado para completar a banda na tour "Chorão 50".


"A gente queria muito fazer essa reunião há algum tempo, juntar todo mundo que fosse possível da banda, e conseguimos agora. Oficializamos ontem (terça-feira). Nós já tínhamos feitos algumas coisas no ano passado, umas lives. A ideia era realmente juntar todo mundo, poder celebrar a história do Charlie Brown, que se confunde com a nossa história de vida. É uma banda que nós dedicamos muito tempo, tem um trabalho relevante na cena musical. É muito bacana. Estamos super ansiosos para voltar aos palcos, voltar a tocar", disse Marcão


O guitarrista conta que o show será interativo e contará com participações de Chorão e Champignon (baixista que tambe faleceu em 2013) em um telão. "Chorão canta várias músicas no show, além do nosso convidado, o Egypcio. Vai ser muito legal poder revisitar o Charlie Brown com todo mundo ali no palco. Estamos contando os dias para que as coisas se normalizem para podermos anunciar as datas e tudo mais. Com certeza vai ser uma baita festa", comentou o músico.


"Sabemos que é uma grande responsa, mas a gente sabia que era necessário. Sempre tive em mente que a gente tem que celebrar a história de uma banda como o Charlie Brown. Seria muito legal se todos que passaram pela banda fizessem isso. É o que tentamos fazer e está dando certo. Pela primeira vez conseguimos juntar todo mundo para fazer uma tour. A gente tinha feito isso outras vezes, mas foram dois shows esporádicos. Dessa vez, vamos poder fazer uma tour e um show mais completo. Um show que tem uma parte de audiovisual muito bacana e todo esse trabalho da imagem do Chorão. Na verdade, é uma tour em homenagem a ele. Vai ser fantástico, não tenho a menor dúvida", completou.


O músico se emocionou com a realização da turnê. "Dá uma saudade danada. A gente tocou muito tempo juntos e é emocionante ver o carinho que a galera tem até hoje. É um negócio muito louco. Quanto mais passa o tempo, mais eu sinto tudo isso. É uma coisa engraçada. A princípio, parece o contrário. Quanto mais passa o tempo, você vai acostumando. Talvez, pela nossa amizade, por tudo rolou e o carinho do público que é muito grande, faz essa coisa ficar muito latente. Parece que cada vez mais os caras estão vivos através da memória, da música. Música é um negócio que mexe com energia".


Marcão falou sobre tributo ao Charlie Brown Jr
Marcão falou sobre tributo ao Charlie Brown Jr   Foto: Irandy Ribas/AT

Duas baterias e Renato Pelado


Uma das coisas que mais chama a atenção no retorno do Charlie Brown Jr. para a tour é a existência de dois bateristas no palco. Segundo Marcão, Pinguim e Graveto irão tocar juntos nos shows.


"A ideia central é essa. De repente, dividir os arranjos ali. Essa parte vai ser legal porque as bateras do Charlie Brown tem uma parte muito técnica. É uma característica da banda. Tem espaço para os dois tocarem juntos. Eles dividirem da melhor forma ou dobrarem a batera identicamente. Eles são músicos habilidosos, téncicos. Então, se o show já era pesado, imagine agora, né? Com certeza, vai ter um punch animal. Eu particularmente nunca fiz isso. Poucas bandas fizeram de ter dois bateristas juntos. Já vi algumas que tem dois bateras e eles revezam. Mas neste caso serão duas no palco", analisou Marcão.


Dos integrantes da formação original, o único ausente é o baterista Renato Pelado. Após sair da banda, em 2005, o músico se afastou do mainstream. Ele foi convidado para participar da tour e Marcão ainda tem esperanças que o amigo possa, um dia, participar de um show.


"Estivemos juntos no ano passado. Ele esteve em um ensaio. Pelado é um super amigo, irmãozão, a gente se dá muito bem. O convite sempre foi feito, está feito. O dia em que ele quiser fazer participação ou estar efetivamente, ele sabe que a casa é dele também. Vai ser bem legal. Foi o cara muito importante nesse processo, na realização desse sonho como banda. Pelado participou muito criando as músicas com a gente, formatando o som do Charlie Brown. Uma pessoa muito importante que a gente queria que ele estivesse. Mas respeitamos também esse lado dele. É uma decisão que ele tomou na vida. Mas tudo numa boa, amigavelmente, tranquilo. Quem sabe um dia ele topa participar de um show. Seria muito legal", disse.



A tour


A turnê deve começar, a princípio, em julho. A banda tem alguns shows, que haviam sido agendados em 2020, mas foram adiados por conta da pandemia de covid-19. No entanto, as datas ainda podem sofrer alterações dependendo das condições impostas pelos governos municipal, estadual e federal.


"Vamos rodar o Brasil inteiro. Não tem um número exato (de shows), mas os fãs podem contar que queremos passar por todos os lugares, todas as capitais. E Santos tem que fazer parte. Vamos fazer um grande show em Santos. Onde tudo começou, né? Tocar em Santos é diferente para caramba. Mas vai rolar, sim", comentou o guitarrista.


Segundo Marcão, a tour deve ficar na estrada por, pelo menos, um ano. "É uma oportunidade para galera que nunca foi num show do Charlie Brown. Ou pra galera que quer matar a saudade da banda. É um show realmente emocionante".


No setlist, a banda deve mesclar grandes sucessos com músicas que não foram tão tocadas nos shows durante os mais de 20 anos de estrada. "Isso é uma coisa que temos muita vontade de fazer. O Charlie Brown tem muita música. Então, quando íamos fazer shows, era díficil tocar tudo que a gente queria. Você toca em festival, que o tempo é menor. No teu próprio show, em 2 horas, 3 horas, não dá para tocar tudo que você quer. A gente está incluindo algumas músicas lado B no repertório. E de repente algumas que a gente teve pouca oportunidade de tocar ao vivo. É uma missão sempre difícil fazer o setlist do Charlie Brown por causa disso", destacou Marcão, que brincou ao dizer que seria possível fazer uma rave de 3 dias só com músicas que o grupo quer tocar no palco.


Sobre suas preferidas, o guitarrista disse ser difícil escolher uma, mas elencou hits como "Lugar ao Sol", "Sou quem eu sou" e "Ouviu-se falar". "Se eu for começar a lembrar, vou até ser injusto com outras porque tem tantos sons bons do Charlie Brown", finalizou.


Chorão teria 50 anos se estivesse vivo: Cantor faleceu em 2013
Chorão teria 50 anos se estivesse vivo: Cantor faleceu em 2013   Foto: Raimundo Rosa/Arquivo/AT

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