CCXP19: Globoplay mostra toda sua força em produções

Plataforma lançou três novidades durante o evento na SP Expo

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  07/12/19  -  12:36
Atualizado em 07/12/19 - 12:48
No painel, a CCXP recebeu Paulo Silvestrini (à dir.) e os atores da série
No painel, a CCXP recebeu Paulo Silvestrini (à dir.) e os atores da série   Foto: Divulgação/CCXP19

Não bastasse estar com um dos maiores estandes da CCXP 2019, que acontece até domingo (8) na São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, a Globoplay mostrou sua força com uma série de anúncios para a próxima temporada.


Em um de seus principais painéis, no Auditório Cinemark XD, a plataforma destacou três produções de gêneros distintos: Eu, A Vó e a Boi (comédia), Onde Está Meu Coração (drama) e Desalma (terror).


Para apresentar Eu, A Vó e a Boi, a única já disponível na Globoplay, a CCXP recebeu o diretor Paulo Silvestrini e os atores Daniel Rangel, Arlete Salles, Danielle Winits, Marco Luque e Alessandra Maestrini.


“Ele é um seriado escrito pelo querido e incrível Miguel Falabella, mas guarda algumas particularidades. É uma série bastante contemporânea, tem uma crônica ácida e inteligente, interpretada majestosamente por esse elenco. Encontramos ali um tanto da vida, do momento que estamos vivendo no Brasil. Não são exceções, mas são parecidas com pessoas que convivemos no dia a dia”, disse Paulo Silvestrini.


Danielle Winits destaca que, apesar das peculiaridades, a série não pode ser classificada como humor negro. “É uma história de amor, ódio e rancor. Como o Paulinho falou, é algo que tem um humor muito particular. Não chega a ser um humor negro, mas possui muita acidez. O espaço ali denominado acaba se tornando uma grande família. Tem a família da Boi, a família da Avó, mas os personagens que permeiam a série formam uma grande família. É uma crítica contemporânea sobre o que temos hoje. Queremos mostrar o que é o amor”.


Paulo Silvestrini, diretor de nova série do Globoplay
Paulo Silvestrini, diretor de nova série do Globoplay "Eu, a Vó e a Boi"   Foto: Divulgação

A vida real


O storyline de Eu, a Vó e a Boi, apesar de nada convencional, tem como pano de fundo a vida real. Em 2017, Eduardo Hanzo decidiu compartilhar com seus seguidores no Twitter a bélica – e muitas vezes cômica – relação de inimizade entre sua avó e a vizinha dela.


“Eu faço o cara que fica no meio do fogo cruzado. Ele é o neto dessas duas forças da natureza e tenta trazer um pouco de paz”, comentou Rangel.


Silvestrini detalhou mais a inspiração na vida real, mas explicando algumas adaptações. “O Eduardo estava contando a história de duas personagens que se odiavam. A avó costumava chamar a vizinha de vaca, mas como era um xingamento muito machista, optou por chamar de boi. Ela nem merecia ser chamada de vaca. O ódio é um personagem importante da série. É algo que se forma na rua, vai para a vala, e alimenta o ódio das duas a ponto de tornar esse lugar árido e sem possibilidades”.


Na sequência, Rangel fez uma comparação pertinente sobre a relação das duas personagens. “É como o Batman e o Coringa. Um não consegue viver sem o outro. A Avó e a Boi são a mesma coisa”.


Ao fim do painel, Alessandra Maestrini mostrou toda sua potência vocal ao interpretar uma ópera no palco da CCXP, arrancando muitos aplausos e gritos dos fãs.


“A série tem ópera, rock and roll, tem tudo. Quando o Miguel escreveu a série, ele sugeria músicas que faziam parte do texto dele”, finalizou o diretor.


Onde Está Meu Coração


“A droga não pode ser um instrumento de segregação racial, social”, disse Assunção (Divulgação/CCXP19)


O drama Onde Está Meu Coração, que tem Fábio Assunção e Mariana Lima no elenco, repetindo a parceria de O Rei do Gado, também foi apresentado ao público. Com uma história forte, atual e necessária, a produção vai explorar o drama de uma médica que se entrega às drogas.


“No exercício de sua função, ela começa a se frustrar, começa a fazer uso de álcool e drogas. Ela adoece e todo entorno da sua família também. Não queremos dar respostas, mas jogar luz sobre o assunto. Às vezes é muito difícil falar sobre isso. Precisamos sensibilizar as pessoas para as questões humanas”, disse o autor da série, George Moura.


Apesar do trailer exibir somente imagens de São Paulo, a atriz Mariana Lima citou Santos como locação da série.


“Nessa série tivemos a oportunidade de mostrar uma família abastada que mora em Santos, envolvida com uma filha que usa crack. Tivemos que ir fundo nessa questão. É muito doloroso ver isso, não importa a família. A gente sofre muito, mas é uma série com muita ação”, disse Mariana, que vive a mãe da médica.


Fábio Assunção, que vive o pai da médica, foi mais forte no discurso. “A droga não pode ser um instrumento de segregação racial, social. Essa série mostra a questão do afeto e como essa família está sofrendo. Não depende de classe, etnia, se são de São Paulo, Espanha ou África. Pra mim tudo foi emocionante. Cada coisa que eu falava pra minha filha, era como se eu estivesse me ouvindo. Eu estava ali como ator, pessoa, muito emocionante. Quanto mais se fala sobre isso, mais a gente constrói uma sociedade verdadeira e solucionamos nossos problemas”, declarou Assunção.


Desalma: série sobrenatural ou de terror?


Drama sobrenatural ou terror? Diretor, autora e elenco têm opiniões distintas sobre Desalma, série que chega ao Globoplay em 2020. Escrita pela vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura Ana Paula Maia, a produção tem Maria Ribeiro, Cláudia Abreu e Cássia Kiss no elenco.


“Sou fã de terror desde os meus 5 anos. Sexta-feira 13, IT - A Coisa, tudo que você pode imaginar. Desalmavem num momento que o gênero começa a ganhar força com o público. Trabalha numa linha de sugestão, o terror psicológico”, diz Ana Paula.


“Eu nunca mais dormi igual depois dessa série. Eles estão mentindo com essa questão de não ser terror”, brincou Maria Ribeiro.


Cláudia Abreu optou por destacar a inovação e qualidade da produção que, segundo ela, não apela para o sensacionalismo. “Essa série tem uma novidade na sua estética. É uma excelente história, não apela para facadas, sangue. Ela tem uma história muito envolvente, com atores ótimos, jovens, que vão construir uma carreira longa”.


No fim do painel, a banda Sepultura subiu ao palco e tocou uma versão de Tainted Love, muito mais pesada, que animou os fãs.


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