Cantora prodígio, Tones and I já desbanca grandes estrelas

Sucesso absoluto nas plataformas, cantora australiana é cotada a Revelação no Grammy

Por: Lucas Krempel & Caíque Stiva &  -  26/08/20  -  11:52
Cantora defende que o artista tem de ser coerente com o que acredita
Cantora defende que o artista tem de ser coerente com o que acredita   Foto: Divulgação

Há pouco mais de um ano, a cantora australiana Tones and I bombou no mundo inteiro com o single Dance Monkey. A faixa invadiu as baladas (antes da pandemia, claro), academias e virou um dos grandes hits de 2019. Para se ter ideia, o divertido videoclipe da canção já conta com mais de 1,2 bilhão de visualizações no YouTube. No Spotify, chegou a ter mais de 5 milhões de plays diários.


O curioso é que a cantora pouco fala sobre suas origens. Muitos sites chegaram a divulgar que ela tinha apenas 19 anos, mas a informação foi desmentida por uma amiga, que indicou que a artista teria 26, em 2019. Até hoje o mistério persiste e ninguém ousa cravar a idade certa de Toni Watson (nome original).


Independentemente do mistério, Tones and I possui uma história curiosa. Antes do sucesso de Dance Monkey, ela trabalhava numa loja de discos. Abandonou o emprego, saiu de Melbourne, sua cidade de origem, e foi tocar piano nas ruas de Byron Bay, um dos redutos hippies e praianos da Austrália. 


“Eu só sabia que era algo que precisava tentar ou ficaria muito triste. Já estava triste porque sabia que não estava me empenhando como gostaria no trabalho. E tinha medo de continuar aquela vida e um dia olhar para trás sem saber como seria se não tivesse tentado. Então, uma noite depois do trabalho, disse que não queria mais e larguei o emprego”, conta a artista, que conversou com A Tribuna por telefone. 


A estratégia funcionou. Além do mega hit, Tones and I estava pronta para desbravar o mundo. Desbancou grandes estrelas nas paradas norte-americanas e inglesas, foi elogiada por Elton John, e fez sua estreia na TV americana, com uma participação no The Tonight Show with Jimmy Fallon.


Apontada como uma das favoritas para o prêmio de Revelação no Grammy, Tones and I produz um eletropop extremamente dançante. E, assim que puder, remarcará seus shows pelos Estados Unidos e Europa.


“Estou feliz, principalmente por poder tocar minha música para as pessoas ao redor do mundo. Isso é tudo para mim. Poder tocar ao vivo para pessoas de vários lugares que conhecem minha música é especial. Nunca disse que queria ser famosa, mas queria poder fazer performances ao vivo para as pessoas ouvirem. Essa foi a maior mudança da minha vida e é o melhor sentimento do mundo”.


É curioso ressaltar que Dance Monkey tem um significado diferente do que parece. A canção traz uma reflexão sobre a expectativa do público ao artista. A cantora chegou a declarar que se sentia assim nas ruas de Byron Bay. Se a música fosse bem aceita, viria pedidos por mais. Caso contrário, os olhos se voltariam para os celulares.


“Hoje em dia, a maioria das músicas só fala sobre ser rico e beber drinques caros, ou então balançar a bunda... Eu não quero cantar sobre essas coisas porque realmente não ligo para elas. Só quero poder falar sobre coisas que me importo, porque acredito que posso passar uma mensagem para essa nova geração. Acho que a atual geração já começou a mudar o mundo”.


Para Tones and I, o artista precisa ser verdadeiro e coerente com as coisas que acredita. Justamente por isso que suas músicas têm um direcionamento diferente. Tal como podemos observar em Johnny Run Away e The Kids Are Coming, outros singles da breve carreira da cantora.


“Acho que é importante para um artista entender o que importa para ele e se apegar a isso na hora de compor. Não acho que todos precisam falar sobre aquecimento global se eles não acreditam verdadeiramente no assunto. Não acho que devem fazer coisas que não os deixam confortáveis. Se eles gostam de falar sobre esses assuntos, acho ótimo, mas se não se importam, não acho que devam se obrigar a isso”.


A pandemia também atrasou o lançamento do primeiro álbum da australiana, mas novidades não devem demorar a surgir. O single mais recente é Ur So F**king Cool. A faixa, divulgada em maio, conta com clipe estrelado por ela mesma, mostrando as diversas facetas de personas e aborda aceitação e autoimagem.


“Ia lançar meu primeiro álbum no início desse mês, mas teve essa situação do lockdown. Então tentei concentrar meu trabalho em ainda mais músicas, e deixar meu álbum o melhor possível. Tive a oportunidade de aproveitar todo o tempo livre para focar no álbum, que devo lançar em breve”.


Logo A Tribuna
Newsletter