Cantor e compositor Paulo FernandeZ fala sobre seu caldo de ritmos em novo EP

Blues, jazz, MPB e rock compõem Além Trópico do músico

Por: Ronaldo Abreu Vaio & Da Redação &  -  22/03/20  -  14:04
O tema das canções transita por cenas e vivências cotidianas, desde o romance à reflexão
O tema das canções transita por cenas e vivências cotidianas, desde o romance à reflexão   Foto: Divulgação

“Sacrifício, uma coisa qualquer por um motivo melhor” reza a letra de Foi o Saci ou Fui Eu, uma das quatro canções do novo EP do cantor e compositor carioca Paulo FernandeZ, Além Trópico. No que tange à sonoridade, não há sacrifício algum feito pelo artista, que se mantém fiel ao seu caldo de blues, jazz e MPB, com toques de rock progressivo e algo do chamado rock rural dos anos 70.  


Por si só, o título do trabalho, Além Trópico, dialoga com as influências expressas pelo artista, de 60 anos. “Tem uma sonoridade que vai além dos trópicos e revela bastante minhas influências musicais”, explica o artista no material de divulgação do EP.  


O batismo vai além e também faz referências geográficas, que remontam à própria história musical de FernandeZ. “É uma alusão à cidade de São Paulo, localizada logo abaixo do Trópico de Capricórnio. É também um contraponto (ou referência) ao EP anterior (Urbana Idade), produzido e gravado no Rio de Janeiro, supostamente no ‘país tropical’”.  


O tema das canções transita por cenas e vivências cotidianas, desde o romance à reflexão, em tom pessoal e intimista. Exemplo disso é a música Saci.  


Além da bela passagem sobre o “sacrifício”, já mencionada antes, há ainda outra que revela a constatação da perda, “onde foi parar meu amor/onde foi parar minha fé”. De maneira lúdica, sugere-se que o autor da desfaçatez de roubar o amor partiu do saci – um ente que não existe, talvez nossas próprias angústias e medos, ‘roubando’ de nós a possibilidade de amar.  


As faixas 


O EP é aberto com a música Ginástica, em tom de blues e jazz nas guitarras e toque de MPB, potencializado pela voz cristalina do artista. Tudo para cantar a paixão, com seus contrastes e expectativas – que, por isso mesmo, uma verdadeira ginástica, no corpo, no coração e na alma.  


Na sequência, entra Perigo, faixa já antiga, de 1990, que recebeu nova roupagem entre 2016 e 2018, com cara de pop rock. Já Cheiros e Temperos apresenta FernandeZ flertando com o reggae e outros ritmos, além da temática, que remetem à Bahia. Para encerrar, Foi o Saci ou Fui Eu, faixa que nasceu da conversa descontraída com uma colega de trabalho e suas duas filhas pequenas.  


Carreira 


O cantor, compositor e violonista Paulo FernandeZ tem 60 anos e é geólogo de formação. Está na estrada da música desde meados dos anos 1980, quando apresentou a canção, em parceria com Marcus Rocha e Carlos Alberto ‘Pollaco’ Oliva, no I Festival Paranaense de MPB – Todos os Cantos. Num júri composto pelo ator, e também compositor, Mário Lago e presidido por César Camargo Mariano, a canção obteve o terceiro lugar. Ex-aluno e discípulo de Almir Chediak, FernandeZ nunca deixou de compor.  


Faixas 


- Ginástica
- Perigo
- Cheiros e Temperos
- Foi o Saci ou Fui Eu

*Disponível no Spotify e noTratore.


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