Biquini Cavadão, por Bruno Gouveia

Vocalista conta, em biografia, histórias da banda e de sua vida

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  31/10/19  -  10:52
  Foto: Divulgação

Autobiografias costumam revelar bastidores, tretas mal resolvidas, além de curiosidades da vida pessoal e profissional. Quem embarcou nesse universo recentemente foi o vocalista do Biquini Cavadão, Bruno Gouveia. É Impossível Esquecer o que Vivi (Chiado) passeia por toda trajetória do seu grupo, mas também traz momentos tristes, com a morte precoce do filho do cantor.


“O aniversário de 30 anos da banda, em 2015, foi o ponto de partida. Entretanto, dois anos antes, eu já estava lendo muitas biografias, me inspirando. O Biquini tinha um songbook lançado em 1996 com uma pequena biografia dos primeiros dez anos, mas era muito superficial, já que as partituras eram o foco desta publicação. Portanto, seria interessante ter uma biografia”, diz Gouveia.


Biógrafo


Inicialmente, o mineiro queria passar todas as memórias para um biógrafo, mas a facilidade em escrever o demoveu da ideia.


“Primeiramente, escrevi sem freio. Uma ideia me levava à outra. Depois, passei a escolher o que realmente era interessante. Se fosse relatar tudo, o livro poderia ficar, sem trocadilhos, um tédio. Naturalmente fui deixando alguns assuntos de lado. Se um biógrafo no futuro resolver escrever algo sobre a banda, ainda poderá apresentar um mundo de informações que não entraram neste livro. Trinta e quatro anos de banda não cabem em 400 páginas, ainda mais se juntarmos também a minha vida antes da banda surgir”.


Apesar do coração aberto para escrever a autobiografia, Gouveia não acredita que tenha escrito algo que possa incomodar amigos, parceiros ou fãs.


“Se há alguma passagem na história que tenha incomodado alguém e esteja presente nas páginas, com certeza se refere ao passado, não ao presente”.


O vocalista do Biquini Cavadão não deixou de escrever nem sobre um dos momentos mais complicados da vida: a morte precoce de Gabriel, seu filho de 2 anos, vítima de um acidente aéreo coma ex-esposa do cantor, Fernanda Kfuri, de 35 anos, em 2011.


“Estava fazendo terapia quando o acidente aconteceu. Fiquei mais uns dois anos fazendo até eu mesmo me dar alta. Precisava saber viver sem esse encontro semanal. Se fosse o caso de voltar, não hesitaria. Felizmente consegui seguir adiante. Ao escrever o capítulo, não quis que isso fosse um relato jornalístico, tampouco uma nova terapia. Achava necessário incluir no livro”.


De acordo com o músico, o amor de todos à sua volta foi essencial para que superasse o trauma. “Foi também preciso que eu me permitisse receber este amor de todos e aprendesse a reconectar o amor que eu antes tinha como endereço certo, mas que agora não estava mais comigo”.


Imprevistos em Santos


Mesmo que não tenha incluído nenhuma história curiosa de shows em Santos, Gouveia aproveitou a entrevista para recordar um momento marcante.


No verão de 1993, período em que se apresentou com DeFalla, Alice in Chains e Red Hot Chili Peppers, no Hollywood Rock, o vocalista também veio com a banda para Santos. Mas teve um imprevisto no caminho.


“Estava em Muriqui , no Rio de Janeiro, e seguiríamos para um show na praia, em Santos. Acontece que tive uma intoxicação alimentar violenta. Cantei à base de remédios e segui direto para o Rio de Janeiro. Enquanto isso, a banda foi para Santos, montando tudo e aguardando notícias minhas. Ao longo do dia, fui melhorando. Meu médico me deu alta e segui correndo para o aeroporto, direto São Paulo, desci a serra. Cheguei a tempo, sem atrasos, fizemos um ótimo show e ninguém percebeu o que tinha acontecido”, recordou ele.


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