Baterista do Barão Vermelho lança C.A.O.S

Álbum é o terceiro trabalho solo de Guto Goffi, que quer trazer a turnê para Santos

Por: Egle Cisterna  -  19/02/20  -  10:44
  Foto: Frederico Mendes / Divulgação

Confusões Artísticas e Obras Sonoras. Esta é a definição real do que se ouve no terceiro trabalho solo do baterista, cantor e compositor carioca Guto Goffi, fundador do Barão Vermelho. O álbum, batizado de "C.A.O.S.", está disponível nas plataformas de streaming e deve ganhar turnê em breve.


“Estou na música há 40 anos e vivo mais como baterista do Barão do que qualquer outra coisa. Então, esse é meu jeito de fazer coisas diferentes. Quero descobrir coisas novas”, diz Goffi, em entrevista para A Tribuna.


Por conta dessa experimentação, ele justifica o nome do álbum. “O Kaos, na mitologia grega, é o momento que precede a criação. Então, fomos para o estúdio e disse para a galera ‘Vamos rasgar os manuais e trabalhar com liberdade cega’”, conta.


Esse processo de criação livre resultou no álbum com dez músicas. Alguns parceiros estão presentes no álbum, como os três integrantes atuais do Barão Vermelho, Maurício Barros, Fernando Magalhães e Rodrigo Suricato, nas músicas "Cérebros e Cabeças", "A Travessia" e "Na hora de rezar", onde músicos compuseram separadamente com Goffi, que assina sozinho três músicas do álbum: "Mais feliz", "Mil nadas" e "Mais perfeito. 


Edu Krieger também é parceiro em "Samba do Adeus" e Claudio Bedran, da banda Blues Etílicos, em "Decassílablues", um blues com letra em formato decassílabo (que tem dez sílabas em cada verso). Além desses convidados, Goffi destaca duas parcerias importantes: uma com o guitarrista e compositor carioca Claudio Gurgel, em "A Queda"; e outra, "Búfalos e Leões", com o poeta Xambu que reside em Curitiba e assina a única letra que não é de Guto Goffi neste álbum.


“Quando Cazuza saiu do Barão, virei poeta a fórceps, pois, antes, era baterista e me escondi atrás dessa limitação que me deram. Em 1986, (o produtor musical) Ezequiel Neves me deu uma impulsionada e o Barão tem letras minhas desde 1988”, lembra.


Box
Goffi quer agora reunir 40 de seus poemas em um livro, que deve fazer parte de um box, com os três CDs do artista (o álbum "Alimentar", de 2011, e "Bem", de 2016), Para isso, ele está com um projeto de financiamento coletivo na plataforma Kickante.


Paralelamente, o músico quer sair em turnê com "C.A.O.S.", que terá nos palcos uma cara diferente. A ideia é que cada show conte com a participação de um artista plástico local, que terá suas telas expostas atrás do palco, fazendo com que cada apresentação tenha um cenário diferente. O lançamento deve acontecer no Rio de Janeiro, com telas do próprio Goffi.


“Serão shows em locais pequenos, mais intimistas. Tenho intenção de ir a Santos, que tem a galera praiana de São Paulo, e é muito bom de tocar aí. Vamos ver se dá certo”, promete ele, que pretende fazer os shows de segunda a quinta-feira, com a banda Bando do Bem, formada pelos músicos Markus Britto, Elir Filho, César Brunet, Bruno Mendes e Nani Dias. Aos finais de semana, o músico segue viajando em turnê com o Barão Vermelho.


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