Atriz Débora Lamm fala sobre personagem"Miranda é uma mulher que a gente foi ensinada a ser"

Em entrevista, Débora Lamm fala sobre experiência em uma novela das nove

Por: De Estadão Conteúdo  -  13/01/20  -  15:23
Atriz carioca de 41 anos fala sobre personagem e outros projetos
Atriz carioca de 41 anos fala sobre personagem e outros projetos   Foto: Divulgação TV Globo

Quem viu, até agora, a felicidade de Miranda (Débora Lamm) ao lado da família, em Amor de Mãe, deve se preparar para acompanhar uma mudança na trajetória da personagem. Na trama das 21 horas da Globo, a irmã de Vitória (Taís Araújo) descobre uma traição do marido, Matias (Milhem Cortaz), e resolve dar o troco. Para a atriz, essa virada é importante para as pessoas repensarem seu comportamento diante do mundo.


Na entrevista a seguir, a carioca de 41 anos fala do lado mãe e dona de casa tradicional da personagem, além da virada que Miranda promete ao descobrir o segredo do marido. Débora também comenta sobre a decisão de se comprometer com uma novela das nove, que pode afastá-la um pouco do teatro, e do fato de Amor de Mãe não possuir um núcleo cômico. Por fim, a atriz comemora a volta em 2020 da série Cilada, que protagoniza com Bruno Mazzeo, seu amigo. Dessa vez, a nova temporada estará disponível no Globoplay.


A Miranda foi apresentada como uma mãe tradicional num casamento aparentemente feliz. O que essa personagem promete?


Sim, a Miranda é uma mãe bem tradicional. A princípio é dona de casa, vive num casamento de 15 anos, tem dois meninos com o marido, o Matias, feito pelo Milhem Cortaz, meu parceiro de cena querido. Mas existe uma virada para a personagem.


O marido guarda um segredo que será revelado nos próximos capítulos da novela. Você acha que a Miranda deve repensar a vida dela após essa descoberta?


Sim. Assim como todos nós. A gente não pode viver anestesiado. Cada sim que damos para uma coisa é um não para todas as outras, então eu acho que essa desconstrução, se for necessária, deve acontecer.


O que tem te chamado atenção em fazer uma mãe desse tipo, que vive em função da família?


A Miranda é uma mulher que a gente foi ensinada a ser. Então, é uma mãe que por muito tempo habitou o universo da memória das mulheres, da expectativa do que elas gostariam de ser. Hoje isso está quebrado e se reconstruindo. Não que ela não tenha tido a sua importância, mas essa é uma mulher em desconstrução nesse momento.


Você tem uma carreira ativa no teatro, atuando e dirigindo. Como é se comprometer com uma novela das nove?


A decisão de fazer uma novela agora envolve muito as pessoas que estão junto comigo nessa jornada. O que me faz topar qualquer trabalho é o que a gente vai dizer, quem conviverá comigo. Acho que foi natural nesse momento aceitar o convite. Quem me chamou foi a própria Manu (Manuela Dias, autora). Ela escreveu a Miranda já pensando em mim, pois é uma amiga minha muito antiga. A gente está de olho uma na trajetória da outra.


Você falou sobre um momento de virada da Miranda em mor de Mãe. A personagem ficará mais dramática ou ela tem o alívio cômico?


Ela é uma personagem que tem todas as camadas. Assim como a gente é na vida. Não somos só engraçados ou tristes. Não tem núcleo cômico nessa novela, as coisas são bem temperadas como na vida.


Após a novela, você já tem o plano de retornar com Cilada. Como é voltar para uma personagem que você achou que estava engavetada?


Sim, vou voltar com o Cilada, eu e Bruno Mazzeo, logo depois da novela para o Globoplay. Isso acontece dez anos depois que a gente parou. Como eu faço parte de uma companhia de teatro, isso é muito comum pra mim. Às vezes, uma peça que eu fiz há sete anos volta. Essa coisa de revisitar personagem é legal, porque naturalmente você está em outro momento da vida.


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