'A Shirlei não se sentia deficiente', diz Sabrina Petraglia sobre personagem em Haja Coração

Atriz usou seu talento para que a personagem vivesse um verdadeiro conto de fadas na novela

Por: Do Estadão Conteúdo  -  23/11/20  -  11:07
Atriz, que aparece na reprise de Flor do Caribe, fala sobre importância de rever estes trabalhos
Atriz, que aparece na reprise de Flor do Caribe, fala sobre importância de rever estes trabalhos   Foto: Divulgação/TV Globo

Sabrina Petraglia usou seu talento para que a personagem Shirlei, de Haja Coração, novela das 19h da Globo, vivesse um verdadeiro conto de fadas na trama de Daniel Ortiz. No folhetim, exibido originalmente em 2016, a irmã de Tancinha (Mariana Ximenes) tem um romance com Felipe (Marcos Pitombo), após perder a sua bota ortopédica. O rapaz guarda o calçado na esperança de algum dia reencontrar a moça. Após uma série de desencontros, ela acaba indo trabalhar como faxineira na casa dele e o amor nasce. Só que, em vez de uma madrasta má, o casal enfrentará Jéssica (Karen Junqueira), que armará para separá-los.


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Na entrevista a seguir, a paulistana de 37 anos, que também aparece na reprise de Flor do Caribe (2013), na pele da psicóloga Simone, fala sobre a importância de rever estes trabalhos; da parceria de sucesso com Marcos Pitombo em Haja Coração e dos fãs confundirem ficção com realidade. Além disso, a atriz comenta sua fase atual, em que uma gravidez obrigou-a a encerrar a participação em Salve-se Quem Puder.


Como está sendo a experiência de se ver em momentos distintos da carreira?


É uma felicidade e uma boa sorte, porque eu não fiz tantas novelas assim. Era jornalista, trabalhei durante sete anos como radialista e, com 24 anos, larguei tudo para começar a atuar. Na Escola de Arte Dramática da USP (Universidade de São Paulo), o João (Baldasserini) foi meu colega de turma. A minha ida para a TV Globo foi em uma participação na novela Passione</CF> (2010/2011). Aí fiz a Simone em Flor do Caribe (2013). Quando vejo o folhetim das seis, lembro o quanto estava nervosa e com Haja Coração foi uma história coadjuvante muito encantadora.


Em Haja Coração, o casal Shirlipe moveu uma forte torcida nas redes sociais. O carinho foi tão grande que se estendeu aos personagens de vocês também em Salve-se Quem Puder. Como foi lidar com essa repercussão?


A gente não esperava o sucesso da Shirlei e do Felipe. Foi um susto! Fiquei um pouco desesperada, nem sabia se estava preparada para aquilo tudo. A gente estava imerso nesse universo da novela, então eu só falava para continuar trabalhando. Enfim, foi uma grande oportunidade. Se não tivéssemos feito esse gol, não ia me perdoar. A parceria com o Marcos (Pitombo) veio para a vida. Tenho um relacionamento de quase nove anos com o meu marido, o Ramón (Velázquez), mas as pessoas queriam que eu ficasse com o Marcos. Elas confundiam ficção com realidade e isso era assustador.


Por causa da gravidez, você precisou deixar o elenco de Salve-se Quem Puder. Já terminou de gravar a sua participação na fase final da trama?


Sim, já acabei de gravar Salve-se Quem Puder com o Fred (Mayrink, diretor). Filmei grávida do meu segundo bebê e vai ser maravilhoso assistir a esse momento. Sinto que estou mais madura e serena com a Micaela, além de repetir a parceria com o Marcos. Vejo uma evolução, continuo aprendendo o tempo todo. Estou no período de licença-maternidade e acompanhando as duas novelas no ar. Vou fazer uma análise do meu trabalho e ver o que quero daqui para frente.


Qual foi o momento mais difícil gravando Haja Coração?


A novela inteira foi muito prazerosa. Mas eu acho que todo o começo é difícil de você acertar o tom. Sou um pouco teatral, então tudo na televisão ficava um pouco grande, era caricata. Para mim, acertar o passo da Shirlei foi o mais complicado.


A Shirlei manca por causa da displasia do desenvolvimento do quadril. Na época, você fez uma pesquisa com pessoas que possuem essa mesma condição física. Como foi o processo?


Até hoje eu falo com as meninas que têm displasia e o processo foi muito rico. Todo o meu caminhar era a partir do quadril e eu ficava torta mesmo. No começo, a marcha da Shirlei foi difícil e me dava muita dor. Todo mundo tem uma deficiência de alguma coisa, mas pode se aceitar do jeito que é. A personagem podia ter operado, porém não quis. Ela não se sentia deficiente; as pessoas que a viam dessa forma.


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