Quatro anos após o incêndio que destruiu boa parte do acervo e estrutura e matou uma pessoa, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, já tem data para abrir as portas ao público: dia 25 de junho de 2020.
Entre as novidades, no museu que foi pioneiro em imersão e interatividade em 2006, está a ampliação do espaço, com duas novas áreas de exposição, 80% do acervo renovados e um terraço com café com vista para o Parque da Luz.
Além do público em geral conhecer um pouco mais a fundo a língua, pesquisadores também vão ganhar um setor exclusivo para seus estudos e pesquisas, no Centro de Referência e Estudos da Língua Portuguesa, além de local para seminários e debates sobre o tema.
As obras de restauro foram entregues na última semana e o Governo do Estado de São Paulo prepara agora, antes da reinauguração, a instalação damuseografiae a seleção da organização social responsável pela gestão.
“Abrimos uma chamada pública para selecionar a OS que vai ser encarregada da gestão. Todos os museus, com exceção do Memorial (da América Latina), são geridos por organizações sociais, o que traz bons resultados”, afirma o secretário de Estado da Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.
Os interessados devem apresentar as propostas até 29 de janeiro e, de acordo com a convocação aberta para a OS, a estimativa é de que o Governo repasse cerca de R$ 95,6 milhões pelo período de 60 meses. Mas a entidade deve também ter propostas de ações para captação de valor equivalente a 25% do valor repassado. A expectativa é de que a entidade seja definida até março.
No começo do mês, em uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Leitão chegou a declarar que, com o corte de recursos previsto no Projeto de Lei da proposta orçamentária para 2020, muitos projetos poderiam ser prejudicados no próximo ano e que, inclusive, o Museu da Língua Portuguesa corria o risco de, mesmo restaurado, não abrir para o público.
“Fizemos frentes internas dentro do Governo e nosso pleito foi bem recebido pelo governador, que assumiu o compromisso de não faltar recursos para os programas”, garante Leitão, que estima que sejam necessários mais R$ 156 milhões para atender todas as demandas da sua pasta. Parte desse valor pode vir de emendas parlamentares ao orçamento.
Ingressos sob demanda
Outra mudança pensada para o Museu da Língua Portuguesa é a forma de cobrança. O museu funcionará de terça a domingo, com gratuidade para policiais e professores e, aos sábados, a entrada também será gratuita para todos. Estima-se que o preço médio do ingresso seja de R$ 20,00.
O secretário afirma que o governo estuda uma plataforma de gestão de ingressos, que oferece descontos, passaportes e uma cobrança diferenciada dependendo da demanda do dia. “Uma das possibilidades é um preço dinâmico, onde nos dias com mais procura, como domingo, o preço seja maior. Isso faz também com que o valor caia nos dias de menos demanda”, afirma. Essa plataforma, aliás, pode servir para todos os museus estaduais.
O restauro do prédio, com custo de R$ 81,4 milhões, teve como um dos destaques o foco na prevenção e combate a incêndio, uma vez que a construção já passou por dois grandes episódios, que danificaram sua estrutura.