A história de Gino Pasquato, o fotógrafo das bandas

Ele garante ter clicado, nos anos 90, mais de 40 nomes da região

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  02/02/20  -  17:20
Atualizado em 02/02/20 - 17:23
Em Santos, o fotógrafo Gino Pasquato tratou de registrar muitas bandas
Em Santos, o fotógrafo Gino Pasquato tratou de registrar muitas bandas   Foto: Reprodução/Facebook

Hoje, um músico independente tem total noção da importância de ter um ensaio fotográfico atualizado para divulgar seu projeto artístico. Para banda, dupla ou carreira solo, fotos promocionais sempre ajudam na identidade visual. No entanto, esse cuidado entre as bandas independentes parece algo mais comum de dez anos para cá.


Antigamente, poucos eram os grupos que tinham essa preocupação ou recursos para bancar um bom ensaio fotográfico. Em Santos, o fotógrafo Gino Pasquato tratou de registrar muitos deles nos anos 1990. “Posso falar tranquilamente que fiz mais de 40 bandas diferentes”, conta.


As fotos eram realizadas no estúdio de Gino, inaugurado em 1990, além de locações predeterminadas. Prédios públicos e icônicos de Santos foram alguns desses cenários.


Gino variava entre os modelos de máquina. Às vezes, usava a Nikon F3 com filmes Plus X, TX Iso 400 ou mesmo a Pentax 6x7, na qual operava com filmes no formato médio. O trabalho dele com as bandas começou de forma espontânea. “Nós atendíamos as agências de publicidade no meu estúdio. Uma delas, a Publicenter, tinha um funcionário que possuía uma banda, a Yankee. Foi o start para as outras bandas começarem a nos procurar. Durante sete anos, fizemos quase todas daquela época”. 


Fã de boa parte delas, Gino afirma que acompanha os músicos em seus projetos atuais também. “O que mais me chamava a atenção era o quanto eles eram unidos (amigos) e amavam aquilo, sem saber exatamente o que poderia acontecer pra frente”.


Entre os nomes fotografados estão Last Joker, Mr Green, Ex Machina, CasaRasta, Cajamanga e Yankee. Daí saíram ex-integrantes do Charlie Brown Jr (Marcão, Pelado e Champignon), além do jornalista Abel Neto.


“Não fiz publicidade alguma para inserir o meu nome no trabalho, pois todos se conheciam e um passava para o outro. Aqui era o local. Mas era um trabalho que beirava mais o prazer e não tão bem remunerado, pois a galera também não tinha muita grana”. 


A fama de Gino com as bandas de rock se espalhou pela Cidade, fato que atraiu a atenção de artistas de outros gêneros também.


“Começaram a aparecer também grupos de pagode e sertanejo, algo com que não me identificava muito. Coincidência ou não, deu uma parada e o estúdio precisava caminhar. O tempo para as bandas diminuiu com os outros trabalhos”.


Apesar de não acompanhar as bandas atuais, o fotógrafo garante que topa trabalhar com elas. “O estúdio está aberto para todas”.


Enquanto isso, Gino segue divulgando seu trabalho nas redes sociais. Recentemente, ele passou a disponibilizar boa parte dos ensaios feitos nos anos 1990. Mas só as fotos serão reveladas, garante o fotógrafo.


“Foram muitas histórias curiosas, mas acho que não posso falar aqui, porque vão ficar bravos comigo. O meu relacionamento com todos sempre foi e é muito legal, facilitado hoje por conta das mídias sociais”.


Logo A Tribuna
Newsletter