Com a proposta de trazer uma roupagem contemporânea ao choro, o projeto Thiago Moura Trio vai representar a Baixada Santista no VI Festival Internacional de Choro 2020, sábado (12), às 16 horas, em Nova Iorque. A apresentação será on-line em função da pandemia do novo coronavírus.
Acompanhado do baixista Elizeu Custódio e do baterista Edu Nogueira, o cubatense Thiago Moura diz que a ideia do projeto é trazer o choro para “uma linguagem guitarrística, mantendo as clássicas melodias, porém, com arranjos contemporâneos”.
Thiago Moura, de 35 anos, teve como formação inicial o violão erudito. Sempre interessado pela música instrumental, começou a ouvir vertentes do rock antes de migrar para o choro.
“Conheci o choro quando comecei a pesquisar mais sobre a música brasileira. O grande impacto para mim foi quando ouvi a música Assanhado, do Jacob do Bandolim. Foi amor à primeira audição”, comenta.
O guitarrista conta que seus primeiros trabalhos autorais sempre passeavam na “linguagem brasileira, entre choros e música nordestina, com pitadas de rock”.
“Tive por alguns anos um trabalho voltado à música nordestina (instrumental). A partir do finalzinho de 2018, me bateu o interesse de estudar mais o choro. Como eu não tinha os instrumentos tradicionais, acabei utilizando a guitarra para esses estudos. Deu supercerto, as frases, melodias são super ricas”, explica o músico, que está gravando um EP com esse repertório, previsto para 2021.
Paralelamente ao trabalho com o trio, Moura mantém uma trajetória como professor em projetos sociais há dez anos. Ele ensina violão e teoria musical, além de lecionar no Musicalidade na Gota, no Gota de Leite, em Santos.
“Essa é a minha primeira experiência internacional. Estou muito emocionado em representar a cultura brasileira. Isso representa muito pra mim, pois vou participar de um festival que tem nomes como Armandinho e Toninho Ferragutti, músicos que sempre admirei. Hoje, poder dizer que estou no mesmo evento é um sonho realizado”, justifica.
Para o cubatense, criado em Guarujá e com carreira estabelecida em Santos, o choro tem muitos elementos que impressionam o público estrangeiro nos festivais.
“Tem a riqueza melódica que impressiona logo nos primeiros compassos; tem a riqueza rítmica, pois o choro tem várias vertentes como choro maxixe, samba choro, valsas, entre outros. Acredito que a mistura desses elementos, mais as sessões de improvisação e do ritmo cativante sejam o que atraem o público estrangeiro”.
Moura ressalta que a Baixada Santista é um celeiro de grandes músicos. “Temos aqui o tradicional Clube do Choro, que faz um trabalho incrível. E em outro locais também temos movimentações culturais promovendo esse resgate cultural do chorinho. Mas acredito que podemos melhorar, criar mais eventos, mais espaços. Poderíamos ter mais projetos que possibilitassem o acesso cultural da população”.