'A gravação da série foi a virada do nosso humor. O trabalho cura', diz Taís Araujo

Atriz fala sobre a série Amor e Sorte, com previsão de estreia para o dia 8 de setembro

Por: Do Estadão Conteúdo  -  31/08/20  -  14:46
Dupla dará vida ao casal Tabata e Cadu
Dupla dará vida ao casal Tabata e Cadu   Foto: Divulgação/Globo

Não é mistério para Taís Araujo trabalhar ao lado do marido, Lázaro Ramos. Os dois já contracenaram nas novelas Cobras & Lagartos (2006) e Geração Brasil (2014); em Mister Brau (2015 a 2018) e na peça O Topo da Montanha. Na série Amor e Sorte, com previsão de estreia para o dia 8 de setembro, após a novela das nove, na Globo, o casal repete a parceria ao dar vida a Tabata e Cadu. Em um dos quatro episódios independentes da produção, eles divergem sobre uma questão ideológica durante o isolamento social. Para a atriz, o texto criado por Alexandre Machado tem pontos engraçados, mas também dramáticos dos personagens com os nervos à flor da pele devido à pandemia do novo coronavírus. Na entrevista a seguir, a carioca de 41 anos destaca como a gravação de Amor e Sorte fortaleceu a relação com Lázaro Ramos; conta qual foi a melhor e a pior parte de filmar de forma remota o projeto e como se identificou com a personagem. Além disso, a atriz relata o que aprendeu com o marido durante o período de isolamento; e como manteve a rotina com os filhos João Vicente, de 9 anos; e Maria Antônia, de 5, dentro de casa. Por fim, Taís comenta sobre voltar a gravar a novela Amor de Mãe e apresentar uma nova temporada do Superbonita, no GNT.


Como ficou a relação com o Lázaro durante a gravação de Amor e Sorte no meio da pandemia?


A gravação da série foi a virada do nosso humor. O trabalho cura. A arte tem esse poder. O fim desse projeto trouxe uma nova maneira de encarar esse mundo. Nós estávamos à deriva, nervosos, instáveis emocionalmente e, após o trabalho, virou uma chave. A gente já tinha experimentado contracenar algumas vezes: três anos de Mister Brau, a peça O Topo da Montanha... Temos a sorte de trabalhar bem juntos. Existem casais que estão bem em suas vidas, mas não conseguem.


Em algum momento, você pensou que o projeto daria errado por ser gravado de forma remota?


Não pensei isso em nenhum momento. Podia ficar cansada, mas sabia que ia dar certo. Muita gente trabalhou para entregar as coisas para nós e nos ajudaram remotamente a montar tudo. Mas só não deu totalmente errado porque o Lázaro sabe mexer no equipamento. Eu ficava desesperada, pois não sabia mexer. Sem ele fatalmente teria dado ruim.


Qual foi a melhor e a pior parte de gravar essa série?


A melhor é fazer o que a gente ama. Já a pior é carregar caixas, porque elas são pesadas. Nossa casa tem três andares, então, quando o equipamento chegou, eu liguei para a Patrícia (Pedrosa, diretora) e falei: ‘São 12 caixas! Pelo amor de Deus’. Ali a gente teve que entender que cenas faríamos em cima, quais seriam embaixo. Porque Lázaro ficava subindo e descendo com aquele peso.


Você se identifica com a personagem da série?


Sim, ela é uma montanha-russa de emoções. Nesse momento pós-gravação, vejo que eu estava como a personagem. Fiquei muito encantada, primeiro pela qualidade do texto. Em 30 páginas pude exercitar de tudo: tem comédia, mas tem uma parte de drama que foi muito profunda. O lugar da comédia que o Jorge (Furtado, criador do projeto) e o Alexandre (Machado, roteirista) estão falando é de a gente rir de si mesmo e ver o quanto estamos desesperados, mas sabermos que vai passar 


Você e o Lázaro aprenderam algo um com o outro durante esse período de isolamento social?


Eu sou uma confusão, um caos. Sou muito aberta, a pessoa vai olhar pra mim e saber se estou mal ou bem. O Lázaro tem uma serenidade. Ele vai colocando as coisas nos eixos e equilibrando. É um aprendizado... Ele sentou e disse que iria organizar a vida, separando momento do trabalho, dos filhos. Já eu, com o fato de ter as crianças dentro de casa, não consigo me concentrar 100%, pois estou sempre de olho no que elas estão fazendo São mais de 100 dias que estou nessa confusão mental. Tem horas que choro, me descabelo.


Como você e o Lázaro estão mantendo a rotina com os filhos dentro de casa?


Fora da pandemia, costumava acordar às 6 horas. Mas não sei o que me deu que durante esse isolamento social estou acordando um pouco mais tarde. Essa semana eu botei o relógio pra despertar antes para poder meditar, porque percebi que assim ficava melhor com as crianças depois. Minha filha está na pré-alfabetização, mas ela falou que não gosta de aula no computador. Por que eu vou estressar uma criança de 5 anos e a nossa relação? Tem muita coisa que é desgastante. O nosso filho mais velho já se organiza. A gente tem deixado eles mais à vontade para curtirem seus espaços, ter uma liberdade entre nós que não tínhamos por pessoas trabalharem na nossa casa


Você fez algum outro trabalho nesse período de pandemia?


Eu voltei a gravar a novela Amor de Mãe, então a minha vida de trabalho fora de casa recomeçou. Além de Amor e Sorte, fiz a nova temporada do Superbonita, do GNT, inteira em casa de forma remota nesse período de isolamento social. Agora espero que a pandemia acabe para não ter que inventar mais coisas para fazer.


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