Prudência ajuda a evitar golpes virtuais; veja dicas

Tentativas de ludibriar pessoas que utilizam celulares e computadores sobem 80%, segundo Febraban

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  20/12/20  -  11:10
Tentativas de golpes virtuais aumentaram com a pandemia
Tentativas de golpes virtuais aumentaram com a pandemia   Foto: Unsplash

Desde o início da quarentena, em março, houve no Brasil um aumento de 80% nas tentativas de golpes por meio de e-mails que redirecionam quem clica a sites que não existem e possuem vírus capazes de captar senhas do usuário. Os dados são da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).


Clique e Assine A Tribuna por R$ 1,90 e ganhe acesso ao Portal, GloboPlay grátis e descontos em lojas, restaurantes e serviços!


“Só o golpe do falso motoboy teve aumento de 65% durante o período de isolamento social. Já as ações do falso funcionário e falsas centrais telefônicas cresceram 70%”, afirma o diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini.


Isso ocorre, segundo especialistas em segurança digital, porque as pessoas ficaram mais em casa e, consequentemente, aumentaram o período em que usam o computador ou smartphone. 


“O forte aumento do trabalho remoto, da escola remota e das compras on-line, consequências das limitações impostas pela covid-19, fizeram com que fosse mais produtivo e fácil para os fraudadores seguir o mesmo caminho e aplicar golpes”, destaca o perito judicial forense Lorenzo Parodi, que é especialista em fraudes e falsificações.


Ação rápida


Ele destaca que houve aumento nas ações envolvendo aplicativos de troca de mensagens, especialmente o WhatsApp, além de fraudes envolvendo falsos financiamentos e empréstimos on-line, um dos mais difusos e principais golpes virtuais, além dos falsos boletos recebidos por e-mail.


>> Confira dicas para evitar golpes virtuais


Para Arthur Capella, especialista em segurança da informação e gerente nacional da empresa de segurança cibernética Tenable, a rápida transformação digital causada pela pandemia também afetou o modus operandi dos golpistas, que se aproveitaram da falta de conhecimento de um público que começou a frequentar ambientes on-line muito rápido. 


Isso envolve, também, as empresas, que tiveram que adaptar seus negócios para ambientes virtuais às pressas. “Essa transformação era para ocorrer gradualmente, mas foi do dia para a noite. Fora disto, é sabido que os cuidados tomados em computadores do trabalho não são os mesmos de casa”.


Capella diz que os ataques industriais também aumentaram na pandemia, já que os sistemas estão cada vez mais integrados e as soluções informatizadas.


Comportamento


Ambos garantem que o comportamento é a base para que as soluções funcionem efetivamente.


“Costumo dizer igual minha avó: canja de galinha e preocupação demais não fazem mal a ninguém. Os mesmos cuidados que se tem na vida real são fundamentais na vida on-line”, afirma Capella.


Parodi diz que, quanto ao WhatsApp, por exemplo, a saída é ativar a autenticação de duas etapas, possível nas configurações do aplicativo - ela permite que seja usada uma senha, além do código habitual já necessário para instalar o app, na hora de colocá-lo no celular.


É que os golpistas baixam o aplicativo em seus celulares, mas tentam usar números de outras pessoas para acessar suas agendas e, assim, pedir dinheiro aos contatos da pessoa, como amigos e parentes.


“Os golpistas tentarão obter esse código enviado pelo WhatsApp na segunda etapa de autenticação. Por isso, é preciso ficar atento. Depois, avisar familiares e amigos para nunca enviar dinheiro sem confirmar que se trata deles mesmos”, encerra Parodi.


Exposição


O comportamento nas redes sociais também ajuda a se proteger dos golpistas virtuais. Isso vale desde o impulso ao querer comprar algo que está muito abaixo do preço normal até à exposição pessoal on-line. 


“É recomendável prudência. No caso das ofertas mirabolantes, a dica é buscá-la no site da empresa, sem clicar no anúncio. Se ela for real, estará no site oficial”, afirma Capella.


Para Parodi, é possível se proteger de hackers e espiões com cuidados básicos, como manter bons antivírus e não clicando em links desconhecidos que levem a baixar arquivos. Quanto ao comportamento virtual, ele diz que informar muito nas redes sociais é sempre um risco. 


“Uma alternativa é fazer com que as redes incluam somente pessoas que se conhecem realmente e não desconhecidos. Depois, configurá-las para limitar a estes contatos o acesso a informações, fotografias, mensagens e outros temas”. No caso das empresas, Capella ressalta outras dicas. 


“É preciso usar as ferramentas básicas de proteção e investir em sistemas de segurança e em cibersegurança, porque ela está cada vez mais em nosso dia a dia. Estamos caminhando para pagamentos móveis, por isso as noções básicas são necessárias. E, na dúvida, desconfie sempre”.


Panorama


Segundo uma pesquisa realizada pela Psafe, startup brasileira de tecnologia que desenvolve aplicativos para celulares, cerca de quase dois milhões de pessoas foram vítimas de algum tipo de golpe virtual durante o mês de outubro, 127% a mais em relação a setembro.


Logo A Tribuna
Newsletter