'Makers' criam máscara 'futurista' para ajudar no combate ao coronavírus na Baixada Santista

Voluntários usam impressora de prototipagem rápida para fabricar peças voltadas aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a Covid-19

Por: Eduardo Brandão  -  11/09/20  -  10:01
Materiais são
Materiais são "fabricados" em impressoras 3D e doados a hospitais da região

A confecção é constante: linha por linha, impressoras de três dimensões ou de prototipagem rápida (3D) ‘fabricam’ protetores que podem ser o diferencial entre a vida e a morte de quem está na linha de frente contra a Covid-19. A modelagem de peças por injeção de plástico revela a força de um grupo da Baixada Santista que usa a tecnologia – e a arte de construir e compartilhar soluções – como ferramenta para aproximar e fazer o diferencial no combate à pandemia.


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A ideia surgiu até de forma simples: colocar as ociosas impressoras 3D para produzir protetores faciais destinados aos profissionais de saúde no combate diário contra a Covid-19. E, desde que a ação foi iniciada na região, em abril, quase duas mil faceshields (protetores faciais) foram feitas e entregues a funcionários de hospitais da região. Apesar da marca alcançada, o grupo segue em busca de novos aliados e voluntários (veja abaixo como aderir),


Denominado Faceshields Baixada Santista, a proposta reúne professores universitários e membros do Santos Hacker Clube. A maioria dos adeptos fazem parte do grupo de makers (construtores, em livre tradução), nome dado a entusiastas de tecnologia que fabricam produtos e soluções corriqueiras, usando para isso os pilares tecnológicos (sejam físicos, como peças e produtos, ou lógicos, como programação).


Molde do equipamento ainda na impressora 3D
Molde do equipamento ainda na impressora 3D   Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com o coordenador do Ânima Lab, do Centro Universitário São Judas – Campus Unimonte, e integrante do grupo, Niva Silva, a iniciativa partiu da união de pessoas físicas e laboratórios locais, como forma de encontrar maneiras e contribuir no combate ao coronavírus.


Na Baixada Santista, são cerca de 20 voluntários do movimento maker, que se somam aos esforços globais para fabricação de proteções individuais aos profissionais de saúde. Unidades como Santa Casa e hospitais públicos de Santos e Praia Grande já receberam as máscaras.


O professor da UniSantos Thiago Ferauche destaca que a ação "consegue ter força com a união de todos, que estão se dedicando ao máximo”. Apesar de certa estabilização nos casos regionais, ele avalia que o volume de trabalho voluntário seguirá alto.


Conforme ele explica, a rede de voluntários começou com apenas duas máquinas. E tem ganho novos adeptos a cada dia. Silva afirma que, para a confecção das peças, o grupo coletivo precisa de ajuda de material, adesão de novas impressoras e mão de obra para dar vazão à demanda crescente.


Como são as peças?


As peças de proteção individual impressas foram desenvolvidas na Ásia, durante os primeiros esforços para conter a escalada de casos do novo coronavíurs, e aperfeiçoadas na Suécia.


Por aqui, o modelo europeu recebeu ajustes, como a maior cobertura do rosto do usuário. Isso fez com que o tempo de produção de cada unidade caísse de duas horas para 90 minutos.


As máscaras são confeccionadas em plástico PLA (ácido polilático), um tipo de filamentos usado nas impressoras 3D (que funciona similar ao cartucho de tinta nas impressoras tradicionais). Para colaborar com o projeto, basta entrar em contato pelo site.


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