Espaço sideral: a última fronteira do turismo para quem puder pagar R$ 1,3 milhão

Empresa apresentou cabine de passageiros da espaçonave que realizará voos turísticos suborbitais. Apesar do valor astronômico, fila de espera supera a 8 mil inscritos

Por: Eduardo Brandão  -  05/08/20  -  14:41
Cabine da aeronave foi apresentada no final do mês passado
Cabine da aeronave foi apresentada no final do mês passado   Foto: Reprodução

Qual criança nunca imaginou vestir roupas de astronautas e aguardar a contagem regressiva para o acionamento dos motores que levará a aeronave ao espaço infinito? O desejo de conhecer a Terra sob gravidade zero e do lado de fora está próximo da realidade. A Virgin Galactic apresentou, no final do mês passado, a cabine de passageiros da VSS Unity, nave que realizará voos turísticos suborbitais. 


O anúncio marcou o que deve ser a última fronteira do turismo, que será do lado de fora do planeta – cerca de 80 quilômetros de altitude. A passagem para a espaçonave que levará turistas próximo do espaço tem um valor salgado: US$ 250 mil ou cerca de R$ 1,3 milhão. Apesar do valor, 8 mil pessoas já aguardam na fila pelos testes finais para uma volta próximo da órbita do planeta.


Pelas imagens reveladas pela empresa do milionário britânico Richard Branson, o interior da espaçonave abrigará seis pessoas, além do espaço para a dupla de pilotos. Os assentos serão feitos sob medida a cada um dos passageiros, que poderão ser reclinados para minimizar a força G (aceleração de 9,8 metros por segundo, que é igual à gravidade na superfície da Terra).


Com isso, os raros sortudos poderão apreciar um momento de microgravidade, no qual poderão flutuar. Os assentos contarão com telas para dados do voo e comunicação com os pilotos. Pelo projeto desenvolvido pela Virgin em parceria com a agência britânica de design Seymourpowell, o interior da aeronave é modular, ou seja, pode ser configurada com três assentos de um lado do veículo e racks de pesquisa do outro. 


A cabine foi projetada com 12 janelas que permitem aos turistas uma visão 360 graus. O chefe de segurança da Virgin, George Whitesides, explica que as janelas contam com luzes ao redor, que mudam conforme o estado da nave. Na subida, irá iluminar em tons branco; laranja para quando o motor do foguete se acender; e preto quando estiver em órbita no espaço. “Isso para que os passageiros tenham uma experiência de iluminação natural”, comenta o profissional.  


Os turistas espaciais vão receber documentação de sua experiência, composta por vídeos capturados por 16 câmeras instaladas na cabine e no cockpit. “Esta cabine foi projetada especificamente para permitir que milhares de pessoas como você e eu realizemos o sonho de voos espaciais com segurança. E isso é incrivelmente emocionante”, disse Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, em comunicado.   


Para a viagem espacial, a aeronave será transportada por um grande avião chamado WhiteKnightTwo. Ele deixará o módulo a uma altitude de cerca de 15 mil metros. A partir daí, o motor de foguete da VSS Unity entrará em ação, lançando o veículo até o espaço suborbital. 


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O modelo já realizou dois voos de teste para o espaço. Os resultados dessas rodagens anteriores são avaliados no hangar da companhia, no Novo México. Parceira da Nasa – a agência espacial dos EUA – para desenvolvimento de componentes, a Virgin tem planos de atuar apenas no ramo de agência de viagens.   


Apesar de não haver uma data de quando terão início os trajetos ao redor da Terra, 600 assentos já foram reservados. O volume despertou na empresa planos para o futuro: dois outros veículos da sua série SpaceShipTwo — a mesma da VSS Unity — estão em construção. A base operacional da companhia pode abrigar sete espaçonaves ao mesmo tempo. 


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