Tecnologia: Conheça as máquinas voadoras

O mundo celebra neste ano o 90º aniversário de lançamento do livro Admirável Mundo Novo, do escritor britânico Aldous Huxley. Além das críticas sociais, a obra leva o leitor a um futuro que, em alguns aspectos, se mostrou profético.

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A manipulação genética, ainda hoje um dogma científico, estava lá, ao lado da fertilização in vitro, do uso de psicotrópicos, do cinema 4D (com sua experiência imersiva e interativa), dos passeios turísticos em foguetes e de em um novo meio de transporte: o taxicópero.

Aos poucos, até mesmo essa última célebre visão começa a deixar as páginas da ficção para se tornar realidade.

À venda
Os carros voadores, que gradualmente saem das pranchetas de design e se mostram cada vez mais viáveis, estão dando uma cara emocionante para a era da mobilidade aérea urbana. O primeiro desses exemplos já tem mais de 600 encomendas feitas. É o EVE, idealizado e fabricado pela Embraer.

Ele faz parte do que os cientistas chamam de eVTOL, sigla em inglês para veículos elétricos de pouso e decolagem vertical, popularmente chamados de carros voadores.

US$ 600 mil
O EVE foi apresentado ao mundo em 2018 e seu protótipo alçou voo em março do ano passado. Foi o suficiente para que as encomendas disparassem. Por enquanto, o que se sabe é que o EVE chega ao mercado com uma configuração de dez motores elétricos a hélice.

Você quer saber o preço dessa maravilha? Bom, no lançamento, a empresa estimava que o custo final deveria ficar entre US$ 500 mil (R$ 2,8 milhões) e US$ 600 mil (R$ 3,4 milhões) a unidade.

Quatro anos
Todavia, o EVE da Embraer não foi projetado para ser um veículo individual ou até mesmo para a família – o que não quer dizer que não possa vir a ser. Seu objetivo primário é atuar como uma táxi-aéreo, para curtas e rápidas distâncias, com custo inferior a R$ 100,00 por trecho.

A versão já conhecida tem capacidade para transportar até cinco passageiros e sua autonomia de voo seria de 100 quilômetros. Todas as primeiras encomendas do EVE, negociadas com empresas nacionais (como a Gol) e estrangeiras, devem ser entregues dentro de quatro anos.

Até lá, a única certeza é que a Embraer terá pela frente, além de vários desafios, muita concorrência. Atualmente, já existem mais de 80 empresas nesse setor. Seja como for, essas e outras máquinas voadoras nos dão, quem sabe, o vislumbre de um futuro bem próximo.

Imaginação
Esse parece ser o único limite para designers e engenheiros que se lançam nesse novo mercado de veículos aéreos. Há de tudo um pouco, indo desde projetos que mais se assemelham a carros em que asas foram adaptadas até arrojados protótipos que parecerem saídos de filmes de ficção científica.

No primeiro caso, podemos citar o AeroMobil. Na sua versão 4.0, ele tem asas retráteis, alcança mais de 150 km/h e possui uma autonomia de quase 100 km.

O menor
Entre os que apostam apenas em versões elétricas, o Skydrive, da Toyota, é até o momento o menor veículo elétrico de decolagem e pouso vertical do mundo (3,6 metros de comprimento, 3 metros de largura e 1,1 metro de altura). O lançamento é previsto para 2023.

O custo? Na faixa de US$ 500 mil (R$ 2,8 milhões). Já o norte-americano Doroni H1 é projetado com capacidade para estacionar e carregar suas baterias elétricas em uma garagem para dois carros. A confiança é tamanha que a empresa, sediada na Flórida, oferece carteira de motorista “voador” a partir de um curso de 15 horas. Seu preço não foi divulgado.

Pássaro
Outra opção, no mínimo ousada, é o Macrobat. Criado na África do Sul, esse veículo voador elétrico tem inspiração nas aves, de onde vem o seu trem de pouso, semelhante a pernas. Ainda não existe um protótipo comercial, mas já atraiu investidores de vários países.

Quem apresentou o seu modelo foi a britânica Bellweder. Em dezembro, o Antílope esteve presente no Dubai Motor Show. As linhas da carroceria de fibra de carbono, para um passageiro, chamaram a atenção. Tem quatro motores e preço indefinido.

Agora, se o que você busca são emoções típicas de um piloto, destaque para dois projetos...

O primeiro é o Alauda Mk3, que, com bateria de 500 Kw para oito motores elétricos e velocidade máxima acima de 250 km/h, pretende inaugurar as corridas de carros aéreos.

O segundo modelo é o DeLorean DR-7, ideia de Paul DeLorean, sobrinho de John, que criou o icônico DMC-12, que ganhou fama mundial na série de filmes De Volta para o Futuro. Também elétrico, o DR-7 foi projetado como um veículo individual, capaz de alcançar mais de 400 km/h, enquanto o seu preço estaria na casa dos US$ 300 mil (R$ 1,7 milhão).