Cinebiografia 'Antonia - Uma sinfonia' tem trilha sonora impecável e ótimas interpretações

Longa mostra como, em uma sociedade extremamente machista, ela enfrenta a tudo e a todos para adquirir o conhecimento

Por: Gustavo Klein  -  22/05/22  -  16:27
Antonia – Uma Sinfonia
Antonia – Uma Sinfonia   Foto: Divulgação

Sou muito suspeito para falar de Antonia – Uma Sinfonia, longa holandês de 2018 que descobri por acaso na Netflix. Cinebiografias baseadas em fatos reais e de personalidades inspiradoras são sempre emocionantes, mesmo quando a mão pesada na direção (de Maria Peters) torna tudo formal em excesso, como é o caso aqui.


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A biografada é Antonia Brico, pioneira em muitos aspectos, inclusive por ser a primeira mulher a reger a Orquestra Filarmônica de Nova York, em 1938. Uma personagem fundamental embora não seja, como o filme sugere, a primeira maestrina do mundo, já que temos nossa Chiquinha Gonzaga, que, no século 19, já regia operetas por aqui.


Holandesa de nascimento, Antonia cresceu nos Estados Unidos, para onde seus pais se mudaram por uma razão pouco nobre: eles a roubaram, quando bebê, da verdadeira mãe. Já crescida, Antonia nutre o sonho de se tornar uma maestrina. E o filme mostra como, em uma sociedade extremamente machista, ela enfrenta a tudo e a todos para adquirir o conhecimento e a técnica necessários para isso.


A produção narra sua trajetória desde a garota que trabalhava em um teatro e tentava, escondida, imitar os gestos dos regentes que lá se apresentavam até as tentativas no conservatório, o preconceito enfrentado não apenas por ser mulher, mas por ser de origem muito humilde. O filme toca também em outras questões, como a colega que se vestia de homem para poder tocar em uma orquestra.


Acompanha ainda o romance com um jovem e rico herdeiro, com quem estabelece uma ligação bem forte que vai mexer com a vida de ambos, definitivamente. É nessa questão que o filme se humaniza um pouco, com cenas à la Um Lugar Chamado Notting Hill que vão emocionar os mais românticos (até porque biografias não precisam ter tanto compromisso com a realidade, não é mesmo?). As ótimas interpretações da protagonista Christanne de Bruijn e de Benjamin Wainwright, bonitos e talentosos, ajudam a prender ainda mais a atenção. Tecnicamente o filme é um primor. Tem ótimos figurinos e cenários e trilha sonora impecável, inclusive nas partes em que o jazz, e não a música erudita, está em destaque. São essas sequências as de cabaré, que têm os personagens mais cativantes da trama.


Experimente mesmo que você não curta o gênero ou música erudita. As 2h30 de duração passaram voando para mim. E se quiser, depois vá lá no Instagram @omundodegustavoklein e me diga o que achou do filme!


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Star Wars sem clássicos

A Lucasfilm decidiu que, depois do fracasso de Han Solo – Uma História Star Wars, não irá mais recorrer a personagens clássicos da franquia em produções. Segundo a direção da empresa, dificilmente novos atores vão conseguir capturar o jeito e a alma desses personagens. Quem fez a versão jovem de Han Solo foi o ator Alden Ehrenreich, que recebeu críticas dos fãs por não ter expressões semelhantes às de Harrison Ford.


Stranger Things
A quarta temporada de Stranger Things na Netflix já é a mais longa de toda a série (nove, em vez dos tradicionais oito episódios), mas o final será ainda mais exagerado: no lugar dos 45 minutos de ação, terá duas horas de duração. E serão dois. Sim, dois episódios de duas horas cada. É para ninguém botar defeito!


A nova Emmanuelle
Quem foi criança nos anos 1970, como eu, lembra dos filmes proibidos de Emmanuelle, a personagem que transformou Sylvia Kristel em uma estrela e que fizeram um enorme sucesso em todo o mundo. Pois vão refazer os filmes com outra francesa, Léa Seydoux, estrela de longas de James Bond e também de Azul é a Cor Mais Quente. Pelo menos, dois filmes serão produzidos.


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