Como aprender a tocar um instrumento: amor pela música e muita dedicação

O sonho de se tornar músico profissional e se aperfeiçoar em um instrumento passa por uma vida de estudo e dedicação que, em alguns casos, começa bem cedo, ainda na infância, em um conservatório musical. E, mais do que dom, talento e vontade de seguir a carreira, o conhecimento técnico é o que pode fazer a diferença.

Uma das opções para tanto é a Escola Técnica de Música e Dança (ETMD) Ivanildo Rebouças da Silva (o antigo Conservatório de Cubatão). Ela oferece cursos gratuitos de música desde a sua fundação, em 1962, como piano, violão, saxofone e canto coral para crianças de 7 a 15 anos, além dos cursos com habilitação técnica de nível médio de canto, piano, violão, saxofone e regência.

Por ser um dos únicos locais da região que dá diploma reconhecido pelo MEC, o processo seletivo, cujas inscrições acontecem normalmente em outubro, costuma ser bem concorrido. No ano passado, cerca de 600 pessoas concorreram a uma das vagas ofertadas.

Por ano, a tradicional instituição administrada pela Prefeitura chama cerca de 200 novos alunos, que também integram as aulas de dança e coral. Ao todo, a escola atende cerca de 750 alunos por ano. “Essa procura é justamente por conta do reconhecimento do diploma e pela tradição e qualidade do ensino que temos na escola”, afirma o diretor da ETDM, Reginaldo Alves do Nascimento.

Diferentemente de uma escola livre de música, um conservatório oferece um certificado equivalente ao nível técnico do Ensino Médio. Para isso, a escola deve ser credenciada junto ao Ministério da Educação (MEC), à Secretaria de Estado da Educação e ao Centro Paula Souza.

Seleção

Para estudar na Escola Técnica de Cubatão, os candidatos, entre 7 a 15 anos, devem estar cursando o Ensino Fundamental na rede pública municipal. Já para os cursos técnicos é necessário passar por um teste de percepção auditiva e estar cursando ou já ter cursado o Ensino Médio.
Os testes para a seleção acontecem em dezembro e as novas turmas começam até março. De acordo com Nascimento, não é necessário ter qualquer tipo de conhecimento musical para participar das audições. “Para aqueles que vão começar, fazemos uma avaliação da percepção auditiva da pessoa”, explica ele.

Apesar da grande demanda, ele afirma que, ainda hoje, o principal desafio de quem quer se tornar músico profissional é conseguir apoio da família. “A sociedade precisa aprender a valorizar a cultura. Para muitas pessoas, música não é profissão. Querem que o filho vá, por exemplo, fazer um curso de mecânico para garantir renda. Trabalhamos esse conceito aqui na escola, trazendo os pais para perto”, afirma Nascimento.

Ele lembra que alunos que passaram pelos bancos da escola seguiram os estudos e se destacaram em vestibulares. “Sempre que alguém presta vestibular para música, normalmente fica em primeiro ou segundo lugar, o que prova que fazemos a diferença”.

Particular

Em Santos, há mais de 60 anos, o Conservatório Musical Heitor Villa-Lobos também oferece formação de nível médio para instrumentos, além de musicalização para crianças a partir dos 8 meses de vida. A unidade tem cursos de bateria, guitarra, violão clássico e popular, piano, cavaquinho e canto.

“Não dá para entrar numa faculdade de Música sem saber ler partitura. Então, para quem quer seguir carreira é fundamental ter o nível médio técnico”, afirma o diretor pedagógico do conservatório, Airton Paulo dos Santos.

Para 2020, os interessados devem procurar a escola (Av. Pedro Lessa, 2.460, Embaré) a partir do dia 20. As aulas começam no dia 3 de fevereiro.

Ele destaca que quem pretende seguir a profissão precisa ter em mente que a dedicação é para sempre.

“As pessoas nos procuram porque têm amor à música. Mas elas têm que saber que ser um bom profissional vai além do gostar. Precisa ter disciplina e responsabilidade para estudar, tem que treinar muito. Tem que se esforçar. Mais do que talento, ser músico é ter que treinar muito”, avisa o diretor pedagógico.