Depois de o segundo jogo da série não cair nas graças da crítica e do público, Watch Dogs: Legion tem a missão de resgatar o brilho, a qualidade que marcou o primeiro game da franquia da Ubisoft, lançado em 2014 – e que faz parte do pacote mais completo de Legion. Disponível para PS4, PS5, Xbox One e Series, PC e Stadia, o novo título leva a história do grupo de hackers DedSec para o próximo nível, de uma maneira satisfatória e à altura do primeiro Watch Dogs. Mas fica a dica: o jogo inicia bem, dá uma esfriada e, aos poucos, vai engatando e conquistando.
Os temas centrais da série continuam sendo tecnologia, privacidade, liberdade, igualdade, poder corporativo e justiça social, econômica e política. A diferença é que Watch Dogs: Legion, apesar de seu enredo de ficção, traz uma mensagem que se mostra útil para o mundo atual, como define o diretor criativo do game, Clint Hocking: “Nosso futuro vai depender de uma ação coletiva e se nós vamos nos manter unidos”. Faz todo o sentido, não é mesmo?
Agora, levando isso para o contexto do jogo, tudo começa com Dalton Wolfe, agente secreto e membro do DedSec, tentando evitar uma sucessão de ataques terroristas a Londres. Nessa espécie de prelúdio, parece que o carismático personagem será o protagonista do game, só que os planos não saem como o esperado e há uma grande reviravolta: a capital inglesa registra várias explosões e mortes – entre elas a de Wolfe – e você conhece Zero-Day, líder mascarado da organização responsável pelos ataques à cidade, que consegue fazer com que a população pense que o DedSec é culpado pela tragédia inteira.
A partir desse momento, Londres se vê em um regime de opressão e medo, encabeçado pela corporação militar privada Albion, de Nigel Cass. Com o tempo, o DedSec, que estava inativo, ensaia seu retorno: remotamente, com auxílio da inteligência artificial Bagley, a estilosa Sabine Brandt decide não só remontar o grupo como criar um verdadeiro movimento de resistência, para que Londres não entre em colapso.
Aí vem a tal da “ação coletiva”, citada por Clint Hocking, pois, ao contrário do que se imagina, você não vai controlar Sabine. A dinâmica de Watch Dogs: Legion, como o próprio nome do game indica, é recrutar agentes pelas ruas londrinas e formar a legião de resistência do DedSec. Com essas pessoas de perfis totalmente distintos – que podem ser alternadas a qualquer instante, ainda mais quando uma delas vai presa –, deve-se concluir as missões e avançar no mundo aberto do jogo.
A princípio, você desenha do zero o primeiro membro do novo DedSec. Os próximos integrantes do grupo são pessoas que estão pela cidade. Logo, dá para jogar com qualquer habitante ou visitante da capital inglesa, o que explica o cuidado que a equipe de desenvolvedores teve ao construir um passado para cada um dos avatares que surgem na tela. E o melhor: dá para personalizar esses personagens no QG do DedSec ou em pontos indicados no mapa.
Defina a sua estratégia
O modo como as missões obrigatórias e secundárias serão concluídas depende apenas de você. É possível chamar a atenção dos policiais e drones de monitoramento de Londres roubando carros e agindo com a arma em punho ou, então, adotar uma tática mais furtiva – ou mesmo híbrida. Afinal, um dos recursos mais legais é hackear câmeras e demais equipamentos para acessar prédios, obter informações etc.
Outro aspecto curioso de Watch Dogs: Legion é a forma como o mapa do seu mundo aberto está dividida: ao longo do game, você vai explorar a região metropolitana de Londres. São ao todo oito áreas, incluindo Westminster, Camden, Nine Elms, Lambeth, Southwark, Islington & Hackney, Tower Hamlets e a cidade de Londres.
No decorrer das missões, o nível de revolta de cada localidade vai aumentando e é preciso administrar outros grupos que aparecem para complicar ainda mais a situação. O clã Kelley e o restante do crime organizado londrino fazem parte dessa lista.
Multiplayer em dezembro
Com legendas em português e áudio em inglês, Watch Dogs: Legion tem belos gráficos. E de maneira gradual vai ganhar conteúdos adicionais.
Um deles é o multiplayer, que irá entrar no ar em 3 de dezembro e funcionar como um stand-alone (como se fosse um jogo à parte, independente, no entanto baseado na campanha). Ele vai suportar equipes de duas a quatro pessoas e oferecer missões inéditas e supercooperativas.