Veja os alimentos que seu cão pode ou não comer

Tem cerveja, sorvete, macarrão e bolos que podem ser oferecidos, se forem produtos específicos para os pets. Já algumas frutas que parecem inofensivas podem se tornar um verdadeiro veneno

Por: Sheila Almeida  -  16/02/20  -  20:17
Há bolos, panetones, massas e até cerveja ou vinho específicos para cães
Há bolos, panetones, massas e até cerveja ou vinho específicos para cães   Foto: Adobe Stock

Qual é a graça, senão dividir com os amigos, o bolo de aniversário, o salgadinho de festa ou a cerveja do fim de semana? A possibilidade de fazer isso já se estende ao melhor amigo de quatro patas. Cresce o número de produtos alimentícios para pets, humanizando momentos antes proibidos para eles. 


Há sorvetes, panetones, massa de macarrão e até cervejas caninas. As marcas específicas de bebidas são sem álcool. Feitas à base de malte e suco de carne ou frango, são vendidas em média por R$ 10,50 a garrafa de 335ml. Para brindar com ainda mais estilo, outra opção é o vinho sem uva. Também feito de suco de carne, mas com corante de beterraba, ele engana bem pelo aroma artificial da bebida. Tanto ele quanto a cerveja são encontrados em grandes redes de petshop.


Negócios locais
Mas como não é só de bebedeira que se faz uma boa comemoração, há os negócios mais personalizados. Em Santos, várias empresas atuam com comidinhas sem aparência de ração. Fazem inclusive guloseimas de festas, como a Sabor e Patas. Quem conta é engenheira de alimentos e proprietária, Luciana Carvalho.


“Comecei porque sentia falta de alimentos pet com ingredientes naturais. Primeiro surgiram os biscoitos mas, conforme eu entregava, pediam bolo de aniversário. Agora, além de bolo, também tenho cãoxinha, cãopcake, cãoburguer e por aí vai”, explica ressaltando que os quitutes são feitos com ingredientes naturais.


Quem também se preocupa em transformar a alimentação deles em algo mais humanizado e saboroso, em Santos, é Flávia Paulino, da NaturalDog. A fábrica tem cardápios como os de restaurante, com opções de mistura de carne bovina, suína, frango ou peixe. Quem vê na geladeira pode até confundir com uma refeição comum. A diferença é que tudo foi elaborado com o auxílio de uma veterinária e zootecnista, depois de a proprietária da marca abandonar a praticidade da ração para preparar refeições balanceadas à própria cadelinha. “ Vi a mudança na minha cadelinha, a Sky, e achei que mais gente ia precisar”.


Cuidados necessários
Seja para nós ou para eles, nem sempre tudo o que é bom e gostoso pode ser consumido sem moderação. Shelly Oliveira, veterinária especialista em nutrição para os pets costuma orientar clientes primeiramente quanto a qualidade do que é ofertado. 


“Claro que o melhor é procurar tudo o mais natural possível. Nem sempre o que está na prateleira de uma grande loja, faz bem. O legal é olhar o rótulo. Se tem muito nome estranho, não é tão natural”. 


Fernanda Marques, zootecnista e médica Veterinária, especifica o que procurar evitar nos rótulos. “Tem que ter cuidado com conservantes, palatabilizantes e outros aditivos. Eles podem aumentar o risco de câncer e outras doenças. Já esses produtos que vieram com nome de cerveja ou vinho, mas não têm processo de fermentação, não trazem malefício. O malte da cerveja a gente até inclui, às vezes”. 


Profissionais da equipe veterinária da ElevenChimps, Gabriela de Franceschi, analista de Formulação e Nutrição Junior, e Priscila Nappo, coordenadora de Produto da marca, falam mais das bebidas de cães.


“A cerveja canina, específica para os cães, é feita à base de malte e extrato de carne. Nessa receita não há álcool, lúpulo e nem gás carbônico para dar aquele efeito espumado como nas cervejas destinadas ao consumo humano não oferecendo risco ao animal. Trata-se apenas de um mimo que pode ser usado como agrado vez ou outra e que não substitui o consumo de água pelo cão”, explica Gabriela.


Outra preocupação é com a quantidade dada ao bichinho, conforme explica Shelly. A porção ideal, seja de um bolo de aniversário, panetone, macarronada ou ceveja pet vai depender muito de cada animal, seu peso, raça e estado de saúde.


“Assim como a gente, eles podem comer um bolinho de vez em quando, mas não inteiro de uma vez. Tem que tomar cuidado para não dar diarreia. Como a humanização é inevitável, a orientação é procurar o veterinário acostumado com o animal, para orientar”. 

Parecem inofensivos, mas...
Dividir a pipoca não faz mal. Mas compartilhar um pedacinho de fruta, dependendo de qual for, pode intoxicar os pets. A dica é da veterinária Shelly Oliveira, que separou alguns vilões que muitas pessoas nem imaginam. Veja as dicas dela e das profissionais da ElevenChimps, Gabriela de Franceschi e Priscila Nappo:


CHOCOLATE. Contém cafeína e teobromina, substâncias tóxicas aos animais que podem causar convulsões, alergias, arritmias e danos ao sistema nervoso. O açaí faz efeito parecido e deve ser evitado.


CAFÉ. Contém metilxantina, substância que pode causar aos animais arritmias, vômitos, agitação e complicações mais severas.


UVA E CARAMBOLA. Têm uma substância desconhecida que pode causar quadros de vômito, diarreia, e complicações para insuficiência hepática e renal.


ABACATE. A persina contida na fruta é também uma substância tóxica que pode causar complicações gastrointestinais e dificuldades respiratórias.


ALHO E CEBOLA. Não devem estar nem no tempero de comidas feitas em casa para os pets. Eles contêm dissulfeto de n-propil, que podem ocasionar a destruição dos glóbulos vermelhos do sangue e provocar anemia e em casos mais graves comprometimento da função renal. Alho-poró e noz-moscada também são vetados aos pets.


MACADÂMIA. Possui ]uma toxina desconhecida que pode afetar os músculos, o sistema digestivo e o sistema nervoso dos cães.


BEBIDAS ALCOÓLICAS. Podem causar descoordenação, excitação, depressão, gastrite, ataque cardíaco e óbito em casos graves.


OLEAGINOSAS EM GERAL. Algumas não fazem mal, como amendoins, mas o problema é a quantidade adequada. Pelo excesso de gordura natural do alimento, podem causar problemas gastrointestinais.


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