Saiba o que é verdade ou fake sobre o cuidado do seu pet no inverno

Eles sentem mais fome? Precisam de capa de chuva? Podem ficar resfriados? Especialistas respondem essas e outras dúvidas comuns sobre os amigos de quatro patas

Por: Sheila Almeida  -  12/07/20  -  14:29
  Foto: Adobe Stock

Por conta da quarentena, muita gente tem preferido dar banho no seu pet em casa e ficado com medo ou dó do bichinho, por conta do frio. Tem também quem saia em passeios religiosamente, mesmo que rapidamente e de máscara, para passear, mas evitando a noite e o fim de tarde, por conta das baixas temperaturas. Há quem se importe ou não ligue para a chuva na hora também. Mas, o que é mito e o que é verdade quando o assunto é o frio e os animais de estimação? A AT Revista conversou com vários especialistas para entender como evitar problemas de inverno.


Frequencia de banhos 
Segundo as veterinárias da clínica SPet e Cobasi Santos, Carla Moreira Sadocco e Karla Vicentin, não é preciso mudar a rotina de banhos caso o animal não tenha nenhum problema de pele ou indicação específica, principalmente se o banho é no petshop.
Para gatos a frequência recomendada é a mais espaçada possível, mensal ou até mais, tudo por conta do stress gerado no manejo do banho e idas ao lugar especializado.


Para cães de pelagem curta que demandam menos cuidados estéticos, o intervalo nesta época pode ser a cada 15 dias. Já para cães de pelagem longa que demandam manutenção, a frequencia pode permanecer a semanal, ou a cada 10 dias em média - se considerado que o banho seja dado em ambiente e água climatizado, e finalizado com uma boa secagem, dando conforto no processo.


Lara Volpi, veterinária da Adimax, lembra que são necessários mais cuidados se o banho for em casa, nesta estação., 


“A pele e o pelo do animal continuam acumulando sujeiras e resíduos, e como nesta época do ano eles tendem a ficar ainda mais próximos de nós, em nossas camas e sofás, é comum o tutor prezar por manter a frequência dos banhos. Por isso é ainda mais importante o uso de água morna e uma secagem eficaz, com secador de cabelos em temperatura morna também”.


Passeios no frio
Karla Vicentin indica a continuidade dos passeios, mesmo no frio. Mas, indica dar preferência aos horários mais quentes, como próximo ao meio dia, ou a tarde em dias de sol. 


“Evite horários de manhã cedo ou final da tarde aonde o sol já esta indo embora. E claro, se possível, evite dias de chuva nos quais o comum é que já seja mais frio. Pois os pelos ficarão úmidos, mantendo o corpo gelado”.


Capas de chuva e sapatos 
A capinha de chuva é uma boa alternativa para passear com animais. Além de dar mais conforto térmico, ela faz com que o animal fique menos molhado e, com isso, sinta menos frio, apesar de a chuva não ser prejudicial aos que estão com a imunidade em dia, diz Carla Moreira. 


Tem quem queira calçar inclusive sapatinhos nos pets. No calor é uma péssima ideia porque os animais transpiram pelas patas. O melhor mesmo é deixar o bichinho pisar no chão e tomar os cuidados após o passeio. 


“Lembre-se sempre de secar tudo, mas principalmente as patinhas após andar no molhado onde a capa não vai proteger”, diz Carla Moreira. 


A animais que ficam nas varandas abertas não devem permanecer de capa, pois com ela molhada por muito tempo, há grande risco de causar doenças de pele. 


Não secar ou o pet por longos períodos dá a chance de aparecerem diversos problemas de pele como dermatites. 


“Essas doenças são causadas por fungos e algumas podem até ser transmitidas para os seres humanos”, diz Lara Volpi Volpi. 


Gripe nos cães e gatos?
Sim, eles podem desenvolver problemas respiratório com a friagem. A veterinária Lara Volpi lembra como exemplo a gripe canina. 


“Nessa doença, os sintomas geralmente ocorrem na forma de tosse, mas podem evoluir caso o animal não seja devidamente diagnosticado e tratado. E para sua detecção e tratamento o quadro de cada animal deverá ser interpretado. Portanto é importante consultar o médico veterinário ao menor sinal de alteração no comportamento ou na saúde do pet. Esse profissional fará a avaliação clínica e a abordagem ideal de cada caso”. 


Karla Vicentin lembra que além da proteção contra o clima frio, a vacinação desde filhote e com os reforços anuais por toda a vida podem prevenir diversas enfermidades tanto nos cães quanto e gatos. 


Uma doença também comum no inverno, para os gatos é a rinotraqueíte, a herpes ou mais conhecida como gripe do gato. 


Mesmo tratada, ela é difícil de combater, porque o bichinho pode ter recaídas em situações de estresse, devido a uma deficiência imunológica. Vacinação é a melhor solução.


Outra forma muito importante de manter a saúde dos pets durante o inverno é mantê-los aquecidos. Roupas até podem parecer um exagero, mas são uma boa opção para as raças que não possuem tanto pelo e necessitam de uma ajuda extra para se manterem quentinhos. 


Um cuidado, no entanto é essencial: na troca e lavagem da peça regularmente. Escovação de pelos também ajuda a pele a respirar entre essas trocas. 


Mais fome
Muita gente imagina que, no inverno, os pets sentem mais fome, pois necessitam de mais energia para manter sua temperatura corporal estável. O raciocínio é lógico, mas na Baixada Santista isso nem sempre se aplica.


O veterinário Flavio Silva, supervisor de capacitação técnico-científica da PremieRpet, explica que a maioria de cães e gatos que têm abrigo possuem camas, roupinhas e cobertores, o que contribui para que eles mantenham a temperatura corporal estável. Isso significa que o corpo não gasta mais energia para se manter aquecido. 


Então não há motivo para repor energia com mais calorias, muito menos para que o animal sinta mais fome. Portanto, o tutor não deve oferecer alimento a mais”, esclarece Flavio Silva. O risco de fazer isso é causar sobrepeso e obesidade, por pura desinformação. 


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