Planejar corretamente a iluminação é essencial para o ambiente

Parte luminotécnica tem uma série de segredos para garantir um ambiente confortável e aconchegante

Por: Thaís Lyra & Da Redação &  -  29/04/19  -  12:05
O uso de luminárias sem abas confere ao projeto um ar sofisticado, como este da Interlight
O uso de luminárias sem abas confere ao projeto um ar sofisticado, como este da Interlight   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

Não importa se o projeto é comercial, residencial ou industrial. Se a parte luminotécnica não foi bem elaborada, todo o resto pode ficar comprometido. Pensar em onde ficará cada ponto de luz é fundamental.


A arquiteta Renata Rodrigues afirma que a iluminação é essencial para o empenho das atividades, o conforto e bem-estar de quem utiliza o espaço. “O projeto deve levar em conta o ambiente, a intensidade e temperatura de cor, além dos tipos de lâmpadas,a localização e o design geral da iluminação. Tudo isso combinado gera a sensação pretendida em cada cômodo”.


Segundo ela, cada área exige um determinado tipo de iluminação, o que requer uma solução específica que vai ao encontro das necessidades de quem utilizará aquele lugar, seu cotidiano, hábitos e preferências. “Bem elaborada, ela é versátil e cênica, ambientando e transformando espaços e criando efeitos que estimulam o estado de espírito”.


Isso porque a iluminação tem efeito direto e grande influência no bem-estar humano. “O efeito da luz pode estimular e provocar sensações diferentes em seus usuários. Por exemplo, na cozinha, ela deve ser geral, bem clara e eficiente. A luz branca, nesse caso, é a mais utilizada, pois transmite a sensação de disposição e energia, desperta ou deixa a pessoa em alerta, tornando-se ideal também para escritórios, onde deve-se ter maior concentração”.


Para dar uma quebrada na claridade, a arquiteta aconselha acrescentar nas bancadas de trabalho pontos de luz com foco a fim de iluminar bem a área de atuação”.


Diferenças


Já os quartos pedem uma iluminação mais fraca. “Sugiro que seja leve para proporcionar sensação de calma, descanso e aconchego, criando um ambiente acolhedor e intimista. O uso do dimmer (aparelho que mede a intensidade da luz), nesse caso, é superindicado, ele promove nuances no ambiente, controlando a intensidade de luz. Perto da cabeceira, uma iluminação indireta é a mais adequada, como o uso de arandelas e abajures”.


“Quando pensamos no banheiro, é importante ter algo que clareie todo o espaço e garanta focos específicos para execução de tarefas, como no box e em áreas de bancada”, afirma Renata.
A sala de estar pede algo mais ameno, que pontue mesas laterais e de centro, com focos em revestimentos, quadros, esculturas e peças decorativas que mereçam destaque. 
“Luminárias de piso e abajures são excelentes opções de iluminação indireta. É importante ressaltar que, em lugares onde as pessoas devem permanecer por mais tempo, como sofás, pufes e poltronas, não se deve colocar focos de luz”.


Independentemente do local da casa, a iluminação embutida continua em alta. “Ainda é muito utilizada por ser versátil e também discreta. Fica bem em todos os ambientes, conferindo sobriedade e uma estética clean ao espaço”.


Como explica a profissional de Santos, para garantir essas características há uma infinidade de spots, luminárias de embutir com modelos, cores e materiais variados. “Uma tendência atual são os perfis lineares de LED que podem ser embutidos ou de sobrepor. No caso dos de embutir, aparecem com marcenarias e prateleiras, em paredes e tetos”.


Sazonal


A luz pode até mesmo ser adaptada às estações do ano. Em pleno outono, dá para incrementar a casa com peças para transformar a atmosfera do lar. “Pendentes e abajures feitos de madeira e couro, que trazem aconchego, são muito bem-vindos no décor da estação. Tons terrosos, pastel ou mais escuros também são indicados. E, na hora de iluminar, prefira lâmpadas de luz quente, com tonalidades mais amareladas (abaixo de 3000K), que proporcionam relaxamento, sobretudo para os quartos ou áreas de convivência como salas de estar e jantar. A luz indireta obtida por meio de plafons também garante esse efeito”, diz Silmari Figueiredo, da Equipe de Projetos Yamamura.


Outra possibilidade é incluir leves pontos luminosos em alguns cantinhos, para trazer romantismo e criar o efeito “meia-luz” no ambiente. Arandelas, abajures e spots são peças apropriadas para isso.


Importância


A iluminação é um importante aliado em qualquer decoração, não somente residencial como também nos espaços comerciais. Como o mercado de varejo, por exemplo. Isso porque esses ambientes têm como objetivo a valorização dos objetos a serem exibidos e, também, torná-los convidativos e atraentes para o consumidor. 


“Desde a escolha das frutas em um supermercado, um museu de exposição de quadros, um salão com profissional que realiza uma maquiagem até a escolha de roupas em uma loja, a identificação adequada das cores é um dos pontos importantes. Por isso, para chamar atenção de um determinado público é importante saber o IRC (Índice de Reprodução de Cor) da lâmpada utilizada para destacar e valorizar o ambiente ou produto”, explica Lívia Gontijo, especialista em iluminação e consultora do canal corporativo da Interlight. 


O IRC é a capacidade de fonte de luz para reproduzir com fidelidade as cores dos objetos, e que pode variar de 0 a 100. “Na prática, o índice de uma fonte luminosa é um dos dados fundamentais na hora de especificar um produto em um projeto. O consumidor, na maioria dos casos, não sabe que, ao entrar em uma loja de roupa, se a iluminação estiver inadequada no provador, ao chegar em casa ficará insatisfeito pensando que não era bem essa cor que tinha escolhido. Para salões de beleza, é ainda mais delicado, pois uma maquiagem pode ficar bem diferente do esperado se a fonte luminosa tiver um IRC muito baixo”, diz Lívia.


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