Os novos desafios para as escolas da Baixada Santista em 2021

O ensino on-line é uma das ferramentas essenciais

Por: Joyce Moysés  -  25/10/20  -  19:52
As escolas estão planejando várias novidades por causa da pandemia
As escolas estão planejando várias novidades por causa da pandemia   Foto: Divulgação/Adobe Stock

Tudo pode ser transformado a partir de um novo olhar. É como os educadores estão procurando encarar o ensino neste quase final de ano e especialmente em 2021. “A pandemia exigiu que a escola se reinventasse buscando novas formas de executar seu trabalho e manter seus propósitos”, diz Maria Cleonice Cefaly Machado, diretora do Colégio São José. “Após a primeira onda de mudanças emergenciais, entramos também num ‘novo normal’. Afinal, um vírus alterou a lógica de como funcionamos como sociedade, e a escola precisa se preparar para atuar nesse novo mundo”. 


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De fato, o ano de 2020 mostrou que tudo pode mudar do dia para noite, exigindo grandes adaptações. Com os estabelecimentos de ensino não foi diferente. “Seguindo tendência educacional acentuada durante a pandemia, o ensino contará necessariamente com metodologia híbrida (aulas presenciais + estratégias on-line), promovendo educação e aprendizagens diversas aos alunos e educadores”, indica Keli Haro Benetton, diretora do Colégio Passionista Santa Maria. 


Híbrida 


Cleonice concorda: “Em 2021, podemos pensar que teremos on-line e off-line, tudo junto e misturado! Daqui para frente, não há como pensar em uma educação totalmente presencial e desconsiderar todas as ricas possibilidades que o digital pode acrescentar. As salas de aula serão transformadas em espaços colaborativos, com interação e experimentação. Mas talvez a maior mudança seja na abordagem do ensino. A educação sintonizada com os novos desafios já chegou para preparar crianças e jovens para a vida como ela é: inovadora, conectada, desafiante e compartilhada”. 


Ensino remoto  


As escolas estão planejando várias novidades, após esse fortalecimento do on-line ocorrido neste ano para os ensinos Infantil, Fundamental e Médio. Mas algumas iniciativas ocorreram antes. 


Por exemplo, no final de 2019, o Colégio Passionista Santa Maria realizou parceria com Google for Education, por entender ser necessária essa formação atual e tecnológica ao grupo de educadores, respeitando assim as necessidades dos alunos da atual geração. Em 2020, veio a pandemia, e junto o ensino remoto. 


“Ou seja, a tecnologia foi essencial para que o ensino continuasse sendo realizado de maneira interessante, colaborativa e dinâmica. Jogos, vídeos e recursos tecnológicos, mais do que nunca, passaram a fazer parte do dia a dia escolar”, avalia Keli, reforçando que essa realidade é caminho sem volta e de grandes possibilidades e resultados para a educação. 


Por considerar ainda incerto o retorno à normalidade no início do próximo ano, o Objetivo Baixada se prepara para duas possibilidades, segundo o coordenador pedagógico Bruno Joaquim:  “A primeira é o ensino híbrido, e estamos trabalhando para adaptar a cultura da escola aos protocolos de biossegurança e ao sistema de rodízio de alunos nas salas de aula. A segunda é, já no início de 2021, ser possível ter aulas totalmente presenciais. Nesse caso, o planejamento envolverá, principalmente, questões edagógicas, como revisão de conteúdos e habilidades do ano anterior”. 


Emoções cuidadas  


A saúde física e mental de alunos e professores é, sem dúvida, uma das preocupações. Afinal, o recente período de isolamento social trouxe grande desafio à saúde socioemocional de todos. Os colégios das Irmãs Passionistas, de acordo com sua diretora, têm como parte de sua missão a pedagogia do encontro, o cuidado, a acolhida, a conexão e a humanização. “Essas questões nos permitem dialogar, nos conectar e nos comunicar promovendo autoconhecimento, autoconsciência, bom convívio social e, assim, equilíbrio emocional”, detalha Keli Haro Benetton. 


O Objetivo Baixada está realizando uma série de atividades de acolhimento dos alunos. “Contamos também com a atuação da equipe de orientação educacional e psicológica em todas as unidades em prol do bem-estar bio e psíquico de nossos estudantes e profissionais.  


Para tanto, investimos em ações para desenvolver empatia e habilidades de convivência e relacionamento humano”, relata a psicóloga Valquíria Vargas. 


Para Cleonice, a resiliência é a competência socioemocional protagonista da pandemia e a <QA0> 


nova escola terá também que ser mais humana: “Não sabemos ainda por quanto tempo não poderemos ainda nos abraçar, mas a escola precisará oferecer isso de outra forma. Terá que aperfeiçoar sua relação com as famílias e acolher os alunos, cuidando do seu desenvolvimento integral: corpo, mente e emoções. A pandemia evidenciou a importância de se trabalhar necessidades de desenvolvimento humano já enumeradas pela nossa Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”. 


Digital 


“A cultura digital é uma das dez competências gerais do documento BNCC. Mas também já era uma preocupação da nossa escola, pois o letramento digital compõe os nossos objetivos de aprendizagem desde a Educação Infantil”, reforça Bruno Joaquim, do Objetivo Baixada.  


Ele complementa: “Nesse sentido, muitos recursos e acessos a diferentes profissionais e vivências ficaram disponíveis ao longo do ano, e tendem a facilitar o processo formativo com experiências mais amplas e ricas para os alunos”, explica o coordenador, deixando claro que as atividades concretas e lúdicas de interação, brincadeiras e vivências continuam sendo valorizadas no currículo dos cursos de Educação Infantil e Ensino Fundamental. 


“O nosso plano pedagógico será elaborado a partir de avaliações diagnósticas por turma/ano, quando teremos clareza de quais habilidades e/ou competências necessitarão de um olhar mais atencioso”, afirma Keli, acrescentando que o intuito é garantir um processo saudável e eficiente de ensino-aprendizagem, capaz de recuperar possíveis defasagens ao longo dos próximos anos. 


“Por exemplo, para os ensinos Fundamental e Médio, planejamos fazer mudanças nas avaliações e nas aulas de plantão de dúvidas e de recuperação”, cita Cleonice. No Objetivo Baixada, conforme informa Bruno, além das preocupações pedagógicas e que envolvem o fortalecimento dos vínculos entre os alunos e a escola, dentro da importância das relações humanas no  


processo de ensino-aprendizagem, há o empenho em identificar as principais dificuldades dos estudantes durante o período de aulas remotas, sejam emocionais ou acadêmicas, para encaminhamentos individualizados necessários. 


Por fim, os entrevistados ressaltaram que toda organização escolar também será realizada e planejada respeitando os protocolos sanitários orientados pelas autoridades, como distanciamento, uso de máscaras de proteção, sanitização dos ambientes e maior higiene pessoal. 


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