Jundu: Planta em risco de extinção se espalha pela Praia da Enseada, em Guarujá

Vegetação evita a erosão nas praias. Prefeitura cerca áreas onde há a planta e faz programa de conscientização e preservação

Por: Sheila Almeida  -  16/02/20  -  20:44
Vegetação rasteira cria raízes na areia de praia e ajuda a previnir erosão.
Vegetação rasteira cria raízes na areia de praia e ajuda a previnir erosão.   Foto: Carlos Nogueira

Esqueça as histórias de tesouros escondidos e enterrados por piratas. Uma vegetação rasteira que tem tomado conta de parte da Enseada, em Guarujá, é considerada tão importante como um valioso baú de moedas. Só que, apesar de ganhar espaço pela areia, muita gente ainda não a conhece. É o jundu – planta de restinga que evita a erosão naturalmente, mas sofre risco de extinção em praias urbanizadas.


Por isso, a prefeitura está cercando toda a área onde o jundu tem crescido, evitando depredação. Já há cerca de 1,5 quilômetro de extensão já cercado, pois onde o jundu nasce o local vira Área de Preservação Permanente (APP). 


Enquanto a natureza faz a parte dela, monitores da prefeitura e do Estado estão juntos, realizando ações para conscientizar banhistas e comerciantes sobre o tema. Afinal, muitos acham que se trata de mato, que atrai bichos para a área turística, como explica Sidney Aranha, secretário de Meio Ambiente de Guarujá. 


“Tem uma grande parcela da população que não gosta, pois não conhece. Por isso, a abordagem está sendo feita. A incompreensão é, sobretudo, porque algumas vezes a vegetação se forma invadindo área que era calçadão. Muitas pessoas acham que é uma falta de zelo da prefeitura. Só que nós temos entendimento técnico de que não podemos retirar a planta dali. É uma floresta urbana”.


Como o jundu ressurgiu
A praia da Enseada tinha quiosques na areia. No final do governo passado foi determinado pela Justiça que todos os equipamentos erguidos fossem retirados. A prefeitura obedeceu a decisão e imaginou que a praia voltaria ao estado normal em uns quatro anos, diz Aranha.


“Mas, surpreendentemente, em metade desse tempo já vimos o jundu nascer. A moral da história é que, se você deixar a natureza fazer o serviço, ela se recupera com rapidez. Só precisa respeitá-la”. 


No setor de educação ambiental,preservar o jundu é a principal função dos monitores. Há ainda plaquinhas de alerta que, entre os dizeres, traz: “não pise no jundu”; “eu amo e cuido do jundu” e “+ jundu - erosão”. A meta agora é colocar a lição nas salas de aula das escolas municipais, nas ecoescolas e nos passeios das crianças para que conheçam a flora guarujaense.


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