Ficar sentado por muito tempo pode reduzir expectativa de vida

Que tal inventar formas fáceis de evitar que seu corpo entre no modo repouso?

Por: Joyce Moysés & Da Redação &  -  11/11/19  -  18:01
Algum tempo em atividades físicas e se mexendo já evita que o corpo entre no modo repouso
Algum tempo em atividades físicas e se mexendo já evita que o corpo entre no modo repouso   Foto: Adobe Stock

Senta que lá vem história... Essa expressão bastante usada nas redes sociais pode ser bem prejudicial à saúde. O “sedentarismo oculto” está se tornando cada vez mais frequente, posto que muita gente passa o dia sentado no trabalho, no trânsito, na frente do computador, até no vaso sanitário enquanto se concentra no celular... Em vez de andar, se precisa ir a algum lugar, chama um carro pelo aplicativo. E “aterrissa” no sofá vendo maratonas de séries na tevê.


Só que há pesquisa mostrando que ficar sentado reduz a expectativa de vida. Feita pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, com 92 mil mulheres e publicada no American Journal of Preventive Medicine, chegou a essa conclusão ao comparar quem fica apenas quatro horas por dia sentado com quem passa mais de 11 horas assim.


Nas palavras da pesquisadora Rebecca Seguin, cientista nutricional de Cornell, “temos muitas conveniências e tecnologias modernas que, embora nos tornem mais eficientes, também levam à diminuição da atividade física e menor capacidade de fazer coisas”. Mas não pense que o sedentarismo oculto faz mal só a mulheres. Outras pesquisas, realizadas com homens também, mostram os malefícios do “sedentarismo oculto”.


Uma divulgada este ano pelo Journal of the American Heart Association, por exemplo, analisando por oito anos dados de mais de 3 mil moradores do Estado de Mississipi (EUA), indica que passar horas sem se mexer diante da tevê é ainda pior que ficar sentado trabalhando.


O massoterapeuta e acupunturista Elio Yoshino explica que ficar sentado por muito tempo pode ocasionar um desequilíbrio energético interno no corpo “que irá emitir alguns sinais, tais como dores musculares ou nos nervos”. Em casos mais graves, pode desencadear, por exemplo, uma protusão discal, estágio que antecede a hérnia de disco no processo de degeneração do disco intervertebral.


Lembrando que aquilo que você não usa estraga, que tal aproveitar o espírito da primavera para “desabrochar” para a vida?


A começar por deixar o carro na garagem e sair mais a pé, pedalando, de transporte público. Também caminhar no calçadão e na beira da praia, voltar a frequentar a academia, jogar vôlei ou frescobol nas areias. Algum tempinho se mexendo já evita que o corpo entre no modo repouso, o que reduziria a taxa metabólica. 


“Estou atenta a isso, pois tenho a meta de ficar linda dentro do biquíni no próximo verão”, conta a professora de Ensino Fundamental Kátia de Barros, que voltou a estudar balé depois de mais de 20 anos, duas vezes por semana.


Nem sentado nem de pé


“Precisamos levantar em intervalos regulares proporcionando a descompressão da coluna. Assim, regularizamos o desequilíbrio energético. O ideal é não ficar por muito tempo sentado assim como não se deve ficar por muito tempo de pé. Nosso corpo precisa reciclar as energias com movimentos e, por isso, o sedentarismo deve ser evitado”, recomenda o massoterapeuta e acupunturista.


Ana Tabet, mestre em Endocrinologia e chefe do setor de Neuroendocrinologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ, reforça que o sedentarismo não é um bom hábito, assim como a agitação também não é. A virtude, como sempre, está no meio termo. 


“O maior problema ocorre quando este hábito - o sedentarismo - se inicia e se consolida na infância e adolescência, pois isola a criança ou o jovem, numa fase em que a socialização é fundamental”, explica, avisando que é ideal realizar uma atividade física prazerosa pelo menos três vezes por semana.


A médica sugere iniciar com caminhadas, principalmente quando há excesso de peso, considerando que correr nesta fase é extremamente prejudicial: “Articulações e ossos são impactados por causa da obesidade”. Para a endocrinologista, o bem-estar após o exercício é imediato.


“E a continuidade fará com que os benefícios sejam sentidos tanto física quanto psicologicamente. Cada um deve escolher qual atividade traz mais prazer: natação, caminhadas e até dança de salão. O importante é se sentir bem consigo mesmo”, finaliza a especialista Ana Tabet.


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