Escolher bem o colchão previne problemas na coluna

Muita gente só descobre quando viaja, que a dor nas costas era culpa do colchão inadequado. Há modelos indicados para cada biotipo

Por: Sheila Almeida  -  13/09/20  -  15:19
  Foto: Adobe Stock

Muita gente que vive com dor nas costas só descobre que a causa não era a velhice ou as doenças da coluna quando dorme fora de casa e experimenta outro colchão, segundo Verena Senn, PHD em neurociência, especialista em sono e Expert Research da Emma Colchões. Um colchão adequado é importante porque passamos cerca de um terço de nossas vidas nele. Se bem escolhido, ele é capaz de não só amenizar dores lombares já existentes, como promover horas de sono melhores. Mas, é preciso saber escolher o colchão ideal e há um vasto campo de possibilidades.


Assine A Tribuna agora mesmo por R$ 1,90 e ganhe Globoplay grátis e dezenas de descontos!


No mercado há muitos materiais e marcas. Mas os tipos de colchões mais comuns são de mola contínua, de mola individual ensacada, os de espuma de poliuretano, espuma viscoelástica ou os mais duráveis látex.O ideal é que o consumidor escolha um que melhor atenda às suas necessidades, considerando o que seja mais confortável.


Aí mora um problema para muitos: enquanto no nosso quarto ficamos à vontade, em muitas lojas há quem tenha vergonha de fazer o movimento necessário para escolher o modelo ideal: deitar, diz Marcelo Martins, gerente regional da Doutor do Sono em Sono das lojas Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Praia Grande, São Vicente e São Bernardo do Campo.


“É mais simples do que as pessoas pensam. O segredo é deitar. E não rapidamente. Aconselhamos passar de dois a cinco minutos na posição que a pessoa dorme ali, para ver como se sente depois de um tempo. Senão, acaba escolhendo um que não se adequa. Orientamos inclusive os nossos vendedores a deixarem o cliente fazer a escolha à vontade, saindo de perto, dando um cafezinho. Precisa fazer isso”, diz.


Erkan Mohamed Assaf Souss, proprietária da Empório dos Colchões, acrescenta que além disso é importante escolher bem a loja para a compra.


“Tem que entrar numa boa loja porque tem muita linha no mercado. Às vezes o cliente acaba procurando só preço e se confundindo com tanta informação, pois não sabe o que é mais indicado para cada caso”.


O melhor para cada um
Martins explica que cada tipo de colchão é indicado para um biotipo. “Pois cada tipo de mola suporta uma capacidade diferente. Por exemplo, normalmente indicamos a mola individual ensacada a pessoas até 120 quilos. O legal dessa tecnologia é que o molejo desse colchão não causa transferência de movimento entre os parceiros, no caso da cama de casal. Quando um se mexe, o outro não sente, o que garante um sono mais tranquilo e o alinhamento adequado da coluna”, explica.



Erkan lembra que na tecnologia de molas ensacadas há vários modelos. “O que diferencia uma linha da outra é, muitas vezes, a altura da mola. Você encontra de 12, 14 e até 18 centímetros de altura. Quanto maior a altura, maior a sustentação, além de diferenciar o estilo e a aparência do colchão”.


Outra tecnologia comum é a do colchão de mola bonel. Mais indicado a colchão de solteiro, ele é feito com molas interligadas. Por isso, no caso de um casal, há transferência de movimento – por isso, muita gente foge do modelo, também conhecido por, muitas vezes, fazer ruídos quando a pessoa se vira na cama.


Colchões de espuma
Há quem prefira colchões de espuma principalmente para crianças, para bicamas ou camas auxiliares. Isso porque há um mito de que a durabilidade desse produto ser sempre menor, por deformidades mais rápidas.


No geral a durabilidade de um colchão de espuma tradicional é realmente até três vezes menor, mas, há opções no mercado que prometem diferenciais.


Verena explica que normalmente, para uma pessoa com até 50 kg, a densidade indicada do colchão de espuma é o D23. Já quem pesa entre 51 e 60 kg, a opção ideal é um D26. De 61 a 70 kg, o D28.


“A partir de então é preciso considerar a altura do indivíduo a fim de fazer uma compra certeira. Pessoas com 71 a 80 kg devem utilizar colchões D33. Caso ela tenha uma altura igual ou superior a 1,61m, pode ser usado também o D28. Se o peso varia entre 81 e 90 kg, o indicado é o D33 ou D28 para quem tem mais de 1,71m. Entre 91 e 100 kg, a opção ideal é o D45 ou D33, a quem mede mais de 1,71m. A partir daí, o mais indicado é investir no D45”.


Mas, é preciso atenção. Colchões macios demais deixam as costas afundadas. E modelos firmes demais tendem a colocar mais pressão sobre algumas partes do corpo, causando dores.


O ideal para quem não abre mão da espuma é uma firmeza média. Há opções chamadas de espuma de memória (ou viscoelásticas), que equilibram melhor os pontos de pressão mais importantes do corpo.


“Nossos engenheiros, por exemplo, desenvolveram um colchão com espumas de alta qualidade para evitar o desgaste ao longo dos anos. Além disso, uma grande vantagem da combinação e estrutura das espumas é que ele se adapta a cada corpo, sem depender do tamanho, peso e estrutura” diz Verena.


Outros detalhes
Depois da tecnologia escolhida é importante também observar os materiais: se são respiráveis – o que permitem a diminuição da temperatura do corpo –, se são hipoalergênicos, se têm ou não capa removível e principalmente como são os chamados <FI5>pillow top</FI> – a camada mais macia acima dos modelos de mola, lembra Erkan.
“Tem vários tecidos, como malha 100% algodão, fibra de bambu, o Memosense que só nós trabalhamos em Santos, os importados, os de fios de carbono, atérmicos, fora os colchões com controle de massagem terapêutica e mais comodidades”.


Hora de trocar
Independentemente da escolha, é importante respeitar o tempo de uso indicado pelo fabricante. “Pois, nem sempre o problema no colchão a gente vê. Às vezes a pessoa cuida bem, coloca capa, mas a estrutura tem sua validade”, diz Martins.


O problema de desrespeitar essa regra se reflete na saúde, diz Verena. “O seu corpo é um ótimo indicador de quando você deve trocar de colchão. Se um colchão for usado, é provável que comece a sofrer de dores nas costas ou no pescoço, uma vez que não será capaz de fornecer o apoio necessário”.


Virar o colchão a cada 15 dias para que o desgaste seja por igual, ajuda a conservar o colchão por mais tempo. Mantê-lo com capas, também, pois os de tecnologia mais modernas não devem ser colocados no sol, diz Martins.


“A não ser que seja o de látex, que tem uma vida útil tão longa que a pessoa só troca porque quer mudar o padrão”, diz Erkan.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter