Entidades beneficentes da Baixada Santista pedem ajuda para seguir com atendimentos

Com a pandemia de coronavírus, doações diminuíram drasticamente e afetam as contas. Ao mesmo tempo, instituições beneficentes estão se desdobrando para continuar prestando assistência

Por: Sheila Almeida  -  05/07/20  -  17:49
  Foto: Alexsander Ferraz

Não são só as famílias que estão sofrendo financeiramente na pandemia. Um estudo identificou que 73% das instituições beneficentes brasileiras preveem diminuição de recursos neste ano. Apesar disso, 87% delas estão oferecendo ajuda às populações afetadas. Na região não é diferente e diretores clamam a quem pode contribuir, para que as entidades, nesse momento, não deixem de lado quem mais precisa.


O estudo, coordenado pelas consultorias Mobiliza e Reos Partners e cofinanciado por Fundação Tide Setúbal, Fundação Laudes, Instituto ACP, Instituto Humanize, Instituto Ibirapitanga, Instituto Sabin e Ambev, entrevistou 1.760 representantes de organizações em todas as regiões do País. Revelou ainda que uma a cada cinco entidades declara estar sem fundos para continuar suas atividades. Porém, mesmo com as restrições financeiras, até o final do ano, a maioria (87%) prevê continuar em ação, com grandes (58%), pequenas (24%) ou sem significativa (5%) mudança.


Algumas instituições da Baixada Santista fizeram parte desse levantamento, como o Instituto Elos, que há 20 anos, em Santos, forma lideranças sociais. Rodrigo Rubido, diretor de relações institucionais da organização, diz que a entidade aumentou seu trabalho, mas sofreu queda de 60% a 80% nos recursos.


Para não deixar de atuar, dividiu as contas: os custos ficam em débito, mas a ajuda não. Tudo o que é arrecadado está sendo destinado às famílias carentes da região. “Tivemos que conversar com a equipe, abrir as contas e mais do que nunca contar com os colaboradores. Os funcionários estão doando trabalho. Todos aceitaram”, observa Rubido.


Ao mesmo tempo, não dá para dizer que a população não ajuda. O que é preciso, segundo ele, é fortalecer a cultura de proximidade com as instituições, para que as doações sigam depois da pandemia. 


“Houve recorde de arrecadação neste ano, numa ação conjunta com o Instituto Arte no Dique e outras entidades. Mas a maioria das doações foi de fora da Baixada Santista, pois o Instituto Elos tem o nome muito respeitado em São Paulo e pelas empresas”, explica ele, indicando que mais de R$ 583 mil foram revertidos em cestas de alimentos, de produtos de higiene e limpeza, vales-alimentação e outros auxílios a 17 comunidades carentes da Baixada Santista. 


A Casa da Esperança, centro de habilitação e reabilitação infantil que oferece mais de 5 mil procedimentos médicos e terapêuticos gratuitamente para cerca de 235 crianças e adolescentes com deficiências físicas e/ou intelectuais, também passa por baixa. Lá, houve menos impacto, mas a situação é sensível.


Segundo Charles Dias, presidente da entidade, ela depende de doações da comunidade para oferecer os tratamentos de forma gratuita. “Desde março, teve uma queda de mais de 20% nas doações. Hoje, há cerca de 80 colaboradores, que são indispensáveis”.


Entre em ação 


Para ajudar a Casa da Esperança de Santos, acesse casadaesperanca santos.org.br. A instituição também recebe doações via cartão de crédito, boletos, depósito ou pelo telefone 99601-9802.


O Instituto Elos tem todas as formas de doar no doe.institutoelos. org ou pelo telefone 3326-4478. A instituição ainda está participando da campanha Baixada pela Vida, no baixadapelavida.org.


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