Dermatite atópica causa mais crises no inverno

Coceira, lambedura excessiva, pele avermelhada e descamação estão entre os sintomas mais comuns. Medicação precisa de cuidado.

Por: Sheila Almeida  -  02/08/20  -  21:10
  Foto: Adobe Stock

Banhos mais quentes, janelas e portas fechadas por mais tempo são comuns no inverno. Mas essas rotinas aumentam crises de uma doença que atinge cerca de 15% dos cães: a dermatite atópica. Ela não tem cura, mas precisa de acompanhamento constante. 


Renato Capelo Saibun, especialista em dermatologia veterinária, conta que a quarentena tem piorado alguns casos. “Muitos animais possuem alergias a ácaros ambientais – os que ficam dentro de casa. No frio, a gente deixa tudo por mais tempo fechado, o que aumenta o número de crises. E na quarentena, com mais gente em casa, piora”. 


Segundo ele, mesmo animais controlados têm entrado em crise. Na lista de sintomas mais comuns estão a coceira no corpo inteiro, a otite de repetição e em especial a lambedura de pata. Ricardo Cabral, veterinário da Virbac, laboratório referência em dermatites, explica que a pele também fica mais avermelhada, principalmente nas áreas sem pelo, como a barriga, a virilha e as axilas.


“Podemos notar ainda algumas lesões ou pequenas feridas espalhadas pelo corpo do cão, que podem indicar autotraumatismo (quando ele se fere ao se coçar) ou infecções de pele. Conseguimos sentir essas feridas quando nós passamos a mão no pelo do animal e reparamos que há algo diferente: as crostas e descamações”.


Saibun diz que a maioria dos veterinários usa cortisona para tirar os bichinhos da crise. Mas é importante o tutor retornar ao veterinário, mesmo que os sintomas sumam, para alterar a medicação. “Costumamos receitar depois outros medicamentos com menos efeitos colaterais e que podem ser utilizados a vida toda. A cortisona, por tempo prolongado, pode causar diabetes, problemas hepáticos, renais e até cardiológicos”, afirma.


Não há um tempo médio de tratamento para controlar uma crise. Pode levar de 15 dias a alguns meses. E como a dermatite atópica não tem prevenção, o importante é acompanhar o desenrolar do quadro. “Até porque é preciso fazer uma triagem alérgica. Tem de diferenciar se o animal possui DAP, que é a dermatite alérgica por pulga e parasita; se sofre de uma alergia alimentar ou, então, de dermatite atópica. Os sintomas das três são parecidos e uma coisa não exclui a outra”.


Ricardo Cabral acrescenta que não se deve aproveitar os remédios de casa e dá-los por conta própria. “Em qualquer caso, sempre procure a orientação de um veterinário”.


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