Como e quando devemos dar banho no animal de estimação

É difícil conhecer alguém quenão procure ter um pet bem limpinho e saudável. Mas é comum encontrar donos com dúvidas sobre a melhor forma de dar banho em seus animaisde estimação. Seja em sua própria casa ou em umpet shop, é preciso ficar atento a alguns detalhespara que esse momento de higiene seja agradável para o bichinho enão cause problemas futuros. Para isso, especialistas dão dicas sobre os cuidadosque merecem atenção.

Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!

Falando primeiramentesobre a frequência dos banhos,o veterinário pós-graduado em Dermatologia Veterinária hádez anos, Renato Capelo Saibun,diz que caso seja um cachorro sem problemas de pele não há problema em banhá-lo uma vez por semana, a cada dez dias ou até mesmoduas vezes por mês. Depende da necessidade de limpeza dele.

Mas, quando se trata decachorro com pelos mais densos, como o da raça chow chow,a indicação é outra. Para ele,um banho por mês é o ideal.

E quem tem o costume de dar banhos diários ou várias vezes ao longo da semana em seu pet deve repensar a prática. O veterinário explica que isso prejudica a defesa da pele do animal e pode afetar a gordura de seus pelos. “No geral,o excesso de banho tira a defesada pele e isso aumenta a chancede infecções oportunistas e bacterianas”, enfatiza Saibun.

Porém, atenção. Caso o cachorro tenha algum tipo de problema dermatológico, é preciso consultar um especialista para saber como proceder. Saibun explica que nessas circunstâncias é comum serem indicados banhos terapêuticos durante o período do tratamento.

Não é rotina para os felinos

Já com relação aos gatos,o especialista diz que banhos não costumam fazer parte da rotina deles, mesmo em casos de patologia. “A não serque seja uma infecção bacteriana ou fúngica,que necessita de um tratamento apropriado”.

Portanto, se o gato não apresentar problemasde pele, não é preciso dar banhos. Apenas, claro, se o felino tiver se sujado de forma mais específica.

Já paraos gatos que foram acostumados a tomar banho desde filhotes eque gostam de ter esse momento, não há problema queo felino seja banhado uma vezpor mês ou a cada 20 dias.

Na hora H

Se você quer dar o banho no seu bichinho em casa, seja por conta das restrições da pandemia, por ser mais econômico ou por gostar da experiência, a principal instrução é ter cuidado com as orelhas e comos olhos do seu cachorro ou gato.

De acordo com Renato Saibun,é necessário colocar um algodãona orelha do pet para que não entre água. A dica é utilizar um algodão parafinado, que é ainda mais eficaz. Já para limpar as orelhas do animal, o veterinário destaca que devem ser usados apenas algodões ou gazes na parte externa, utilizando produtos próprios para a região.

“Passar cotonete ou pinça com algodão lá dentro é totalmente errado”, afirma. No geral, essa limpeza pode ser realizada umavez por semana. E se o animal apresentar alguma complicaçãona área, é preciso consultarum médico-veterinário.

E quanto aos olhos do pet nahora do banho, é recomendado ficar esperto para que não caiam gotas com xampu ou condicionadornessa região, pois podem irritare prejudicar a visão do bichinho. “Principalmente nos cachorrosde raça de olho esbugalhado,como pug e shih tzu”.

O restante do processo é simples, como comenta Saibun. É importante escolher o xampu apropriado para o animal, deixá-lo de molho no corpo por dez minutos e, depois de lavar, passar o condicionador. Aí, após enxaguar todos os produtos,a recomendação é dar uma“boa toalhada” para tirar todo o excesso de água e, em seguida, utilizar um secador de cabelo na opção morna ou fria. “Se for muito quente, a pele do animal resseca”.

Caso tenha como o pet ficarem alguma varanda, quintalou área em que “bata o sol”, isso também pode substituir o usodo secador de cabelo.

O médico-veterinário faztambém uma ressalva comrelação aos produtos utilizadosna hora do banho. “Como dermatologista veterinário,eu não gosto de xampus e condicionadores que prometem embranquecer o pelo branco do animal, deixar o pelo preto mais brilhoso ou que tenham ação antipulga. Indico que sejamusados os mais neutros e demarcas conhecidas”. Além disso, Saibun não indica a utilização de perfume no pet em nenhum caso.

No pet shop

Os pet shops também são opções para deixar o animal de estimação limpinho. Para escolher bem o local, a tosadora Elisa Marta de Castro Teixeira, que trabalha na área há mais de 25 anos e que noano passado abriu o seu própriopet shop, o Studio Pet Elisa,dá alguns toques.

“Conheça olugar antes, veja quem vai dar o banho no seu bichinho e pergunte sobre o processo. Caso o animal vá ao local, goste de entrar no espaçoe se dê bem com o banhista, tente manter os banhos sempre com o mesmo profissional”. Para Elisa, é importante que o dono e o pet se sintam seguros e confiem no trabalho que será feito.

Atenção

Há mais alguns pontos importantes que devem ser observados, em prol da saúde do animal. Um deles é saber se o pet shop utiliza toalhas exclusivas, esteriliza os locais em que os animais ficam e, também, objetos como escovas de pentear. Fora isso, Elisa Teixeira avaliaque “um bom tosador é aqueleque, após o banho, te comunica tudo o que ocorreu. Se viu uma feridinha, se o cachorro estavacom dor de ouvido, com as unhas grandes e coisas do tipo”.

Ter esse diálogo e estabelecer uma relação com o pet shop é primordial para Elisa. Com baseem sua experiência na área,ela acredita que o animal senteo que as pessoas próximas a ele estão transmitindo, desde medoaté alegria. Sendo assim, é importante que o dono esteja tranquilo quanto ao local escolhido para o bichinho frequentar.

O artifício do diálogo é outra das dicas dadas por Elisa, com relação aos animais que tem medo de banho ou, principalmente, do secador. “Seja no pet shop ou em casa, durante o banho é sempre bom tentar conversar com o bichinho. Os pets são muito espertos e entendem tudo. Se você dialoga com eles, quando se dão conta, o banho já acabou e estão prontinhos”.