Combinação de álcool e medicamentos pode causar efeitos indesejáveis

Mesmo quem não vai para a folia no Carnaval acaba saindo com os amigos para brindar, mas é preciso ter atenção

Por: De AT Revista  -  04/03/19  -  14:41
  Foto: Adobe Stock

Misturar bebida alcoólica com remédios de uso contínuo ou mesmo medicamentos pontuais pode dar problema. Potencializar ou diminuir o efeito ou ativar a produção de substâncias tóxicas que prejudicam o organismo são algumas das intercorrências, além de intensificar reações adversas. Diante disso, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) lança um alerta à população sobre os principais riscos à saúde que a perigosa combinação pode acarretar. Confira:


Calmantes: A ação do álcool com os medicamentos que agem no sistema nervoso central (SNC), como os barbitúricos e benzodiazepínicos, pode acarretar o aumento do efeito sedativo, há possibilidade de coma e insuficiência respiratória.


Antibióticos: Dependendo do antibiótico, essa combinação pode levar a taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Há a recomendação, inclusive, de que se deve aguardar três dias após o tratamento com o princípio metronidazol para voltar a beber álcool. Antibióticos como eritromicina, rifampicina e nitrofurantoína associados à bebida alcoólica podem ter o efeito tóxico ao fígado aumentado.


Anticonvulsivantes: A mistura com álcool acentua os efeitos colaterais e há risco de intoxicação. Também pode diminuir a eficácia do remédio contra as crises de epilepsia.


Anti-inflamatórios: Ativos como ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e diclofenacos misturados ao álcool aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos. Preste atenção a sintomas como fezes escurecidas (sangrentas), tosse com sangue ou vômito similar à borra de café. Eles podem indicar hemorragia no estômago e é necessário pronto-atendimento.


Anti-hipertensivos: Substâncias como o atenolol podem provocar efeitos indesejados. Entre eles: dor de cabeça, tonturas, desmaios e alterações no pulso ou na frequência cardíaca. Esses reflexos secundários são mais comuns no início do tratamento, após aumento da dose do remédio ou quando o tratamento é reiniciado.


Antialérgicos: A associação com bebidas alcoólicas aumenta o efeito sedativo e chega a causar tonturas e desequilíbrio. Princípios como dextrometorfano e prometazina combinados com álcool podem ampliar as ações secundárias no sistema nervoso e provocar sonolência e dificuldade de concentração. Algumas pessoas também apresentam confusão mental e prejuízo na capacidade de julgamento, bem como comprometimento na coordenação motora.


Antidiabéticos: A pessoa pode ter náuseas. E mais: enquanto o uso agudo de etanol prolonga os efeitos dos antidiabéticos, a utilização crônica os inibe.


Paracetamol: Pode causar sérios efeitos colaterais que afetam o fígado. Deve-se procurar serviço médico imediatamente ao sentir febre, calafrios, dor nas articulações ou inchaço, cansaço excessivo ou fraqueza, além de sangramento, hematomas, erupção cutânea ou coceira, perda de apetite, náuseas, vômitos, amarelecimento da pele ou da parte branca dos olhos.


Cafeína: Trata-se também de um diurético e o seu abuso em conjunto com o álcool pode levar à desidratação e piorar os sintomas da ressaca no dia seguinte. Vale alertar que o fígado demora, aproximadamente, uma hora para metabolizar uma simples taça de vinho, chope ou ainda um daqueles copos bem pequenos de destilado. O CRF-SP recomenda que se espere, no mínimo, uma hora para cada dose de bebida alcoólica ingerida antes de tomar o medicamento.


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