Carreira: 2021 chegou e essa é a hora de mudar
Veja como manter o otimismo e fazer o novo ano ser diferente em termos profissionais
Sem as tradicionais festas de fim de ano e com o cancelamento do Carnaval de 2021, é normal ter a sensação de que o ano de 2020 não acabou. O cenário é incerto economicamente e se expressa na alta taxa de desemprego. Com tantos sinais negativos, como manter o otimismo e fazer o novo ano ser diferente em termos profissionais?
Nessas horas é normal ser tomado pelo medo, alertam os psicólogos. Por outro lado, os mesmos profissionais apontam saídas para ter um 2021 diferente. Anamaria Palmieri Brandão Celestino é psicóloga há 34 anos e aponta a vacina como uma luz no fim do túnel. “Sem as festas que marcam a virada no calendário e dão o start no mundo do trabalho, a vacina passará a ter esse papel. Será a virada de chave para que as pessoas entendam que começou um novo ciclo”.
Desde que a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19, aproximadamente 2,5 milhões de brasileiros também já tomaram a primeira dose do imunizante. Segundo um estudo do site Our World in Data, o Brasil é um dos dez países do mundo que mais imunizam pessoas diariamente contra o vírus. São mais de 200 mil brasileiros tomando a vacina todos os dias.
Enquanto a vacina não chega para a maior parte da classe trabalhadora, a psicóloga Denise D’Áurea Tardeli ressalta que o período de isolamento e a ausência das festas também podem ser encarados como aprendizado. “Não gosto desse termo ‘novo normal’. Quem disse que antes da pandemia o que vivíamos era normal? A gente não pode ter a expectativa de que tudo voltará a ser como antes. O tempo passa e sempre há amadurecimento e desenvolvimento interno”.
Medo como combustível
Com o cenário econômico ainda instável de 2021, a manutenção do isolamento social e sem uma previsão de vacinação em massa da população contra a Covid, é normal as pessoas ficarem ainda mais receosas quanto a mudanças na carreira profissional. Anamaria e Denise afirmam que é normal ter medo nesse momento e frisam que este mesmo sentimento pode ser utilizado como combustível.
“O medo funciona como mecanismo que trava nossas ações, mas também como algo que tira as pessoas da inércia. É nisso que temos que nos apegar”, contou a psicóloga Anamaria Palmieri.
Para o gestor de RH, Allan Lopes, a pandemia não provocou um comportamento padrão na sociedade. Ao observar o mercado de trabalho, ele revelou que não encontrou um modelo de conduta dos profissionais. “Algumas pessoas reagiram bem e outras não. 2020 foi um ano bem atípico. Todo mundo trabalhou bastante, mas poucos conseguiram colher frutos. Isso gerou nos trabalhadores uma vontade de crescer no ano de 2021. Essa é uma resposta positiva que eu não esperava”.
Para o gestor de RH, o mercado de trabalho tende a ganhar nesse novo ano. Após a sensação de um ano perdido, Allan Lopes aponta que os profissionais estão correndo atrás e se qualificando ainda mais para conseguir progredir na carreira. “Seja por meio de cursos profissionalizantes, faculdades ou vídeos no YouTube, é possível aprender e se qualificar.”
Sempre é hora de mudar
Poucas pessoas têm a sorte e a possibilidade de trabalhar com o que gosta. Com o desemprego batendo recorde nos últimos meses, boa parte dos trabalhadores se agarrou ainda mais em seus cargos com receio de uma possível demissão. No entanto, mesmo nessas horas é possível olhar o horizonte e analisar se é essa área ou empresa na qual você se identifica profissionalmente.
Allan Lopes apontou que não é preciso ter medo de arriscar. “Você pode continuar no seu emprego e fazer um grande processo de recolocação ou transição de carreira. É preciso criar uma estratégia. Você não pode pedir demissão para depois tentar uma recolocação. Enquanto estiver insatisfeito em um emprego, você pode se qualificar e procurar um outro. As duas coisas podem ser feitas paralelamente.”
“Quando há um estresse acima do normal no ambiente de trabalho, o profissional precisa fazer uma avaliação. O clima organizacional é fundamental. O gestor da empresa pode e deve ser exigente, mas ele não pode ser abusivo ou invasivo. É preciso olhar para o seu colaborador de forma individual. Quando isso não acontece, o melhor é procurar uma recolocação”, ponderou Denise.
As psicólogas Anamaria Palmieri e Denise Tardeli também apontam a necessidade de procurar a felicidade profissional. “Não dá para largar tudo. É preciso conciliar. Ter a sua base profissional e depois alçar voo.”, analisou Anamaria.
Oportunidades não faltam
Desde o início da pandemia da Covid-19, diversas empresas e institutos liberaram de forma gratuita cursos de qualificação profissional com direito a certificado. Com conteúdo online, é possível se capacitar em áreas como administração, educação, tecnologia, comunicação, finanças etc. Veja as opções:
· Brasil Mais Digital (www.brasilmaisdigital.org.br)
· Fundação Estudar (www.napratica.org.br/edicoes)
· Senai (www.eadsenai.com.br/virtual/ms)
· Rock University (university.rockcontent.com)
· iTec (http://treinamentos.intelbras.com.br/lms/#/home)
