Atividade aeróbica minimiza a falta de ar em pacientes com DPOC

Com tratamento contínuo e acompanhamento médico, é possível levar uma vida sem limitações

Por: Daniela Paulino & Da Redação &  -  09/12/19  -  17:50
Respire melhor
Respire melhor   Foto: Adobe Stock / Divulgação

Quando se fala em falta de ar, é comum que se pense que atividades físicas não são indicadas, pelo risco de intensidade dos males causados pela DPOC, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Mas estudos comprovam que isso tudo é um mito. Com tratamento contínuo e acompanhamento médico, é possível levar uma vida sem limitações.


O pneumologista e diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Mauro Gomes, explica: “Sintomas como tosse e falta de ar podem, sim, ser desencadeados por esforço físico, mas isso não deve ser uma desculpa para não o realizar.


Ao fazer algum tipo de atividade aeróbica três vezes por semana, como corrida, natação ou ciclismo, você ajuda a fortalecer a musculatura do tórax e das pernas, melhora o condicionamento cardiorrespiratório e minimiza a sensação de falta de ar, que se torna menos frequente”.


Diversos exercícios, com diferentes graus de complexidade, que vão ajudar na reabilitação cardiorrespiratória e muscular, podem ser indicados:


1) Caminhada (ao ar livre ou em uma esteira);
2) Andar de bicicleta;
3) Subir escadas;
4) Natação;
5) Atividades recreativas;
6) Alongamentos;
7) Musculação (para os membros inferiores e superiores).


Pegando o ritmo


A intensidade e a frequência dos treinamentos para idosos podem variar. Mas, em geral, essa é a recomendação:


1)Duração mínima de 20 minutos por sessão de exercício;
2) Aumento gradativo da carga;
3) Média de três a cinco sessões por semana para treinos de resistência e de duas a três sessões para treino de força (musculação);
4) Manter a frequência de treino (no mínimo uma sessão) após atingir os objetivos do tratamento.


Em números


Antigamente chamada de bronquite e enfisema pulmonar, a DPOC será a terceira principal causa de morte no mundo até 2020, de acordo com a publicação World Health Organization. Entre os países com maior número de casos está o Brasil, com mais de 6 milhões de pacientes. A DPOC é um sério problema de saúde pública, acomete 10% da população adulta, mas acaba sendo sub-diagnosticada e subtratada.


“Cerca de 80% das pessoas nem sabem que têm a doença, sendo que apenas 12% dos pacientes recebem o diagnóstico e somente 18% seguem o que foi prescrito pelo médico. Além disso, a cada um minuto, três pessoas morrem de DPOC no Brasil”, alerta o pneumologista José Eduardo Cançado, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.


A doença também é a quarta causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2018, mais de 110 mil pessoas foram internadas com o quadro nos hospitais públicos do País, totalizando 8 mil mortes e custo total de mais de R$ 100 milhões.


Diagnóstico


A DPOC é causada principalmente pelo consumo de cigarro. Essa condição atinge pessoas com idade superior a 40 anos e 50% dos pacientes são diagnosticados quando a doença já está em estágio moderado. A Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD) possui indicadores para fechar o diagnóstico:


1) Estar com mais de 40 anos;
2) Ser fumante ou ex-fumante;
3) Ter tosse frequente;
4) Apresentar expectoração ou “catarro” constante;
5) Sentir cansaço ou falta de ar ao fazer esforço, como subir escadas ou caminhar.


Aos primeiros sinais de cansaço, tosse, pigarro e falta de ar contínuos, é recomendável buscar ajuda de um especialista. “No caso da DPOC, a prevenção é a melhor escolha para não desenvolver a doença”, enfatiza Mauro Gomes.


O tratamento contínuo (com medicamentos apropriados) melhora significativamente a função pulmonar dos pacientes e minimiza o risco de crises.


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