Aprenda a usar o piso como espaço de decoração

O maior espaço da casa, o chão, muitas vezes é esquecido nas reformas. Ele pode dividir ambientes e definir o estilo dos espaços

Por: Sheila Almeida  -  03/05/20  -  17:56
  Foto: Tom Leal

Ele está em todo o lar, é o maior espaço da casa e, mesmo assim, muita gente esquece dele: o chão. Normalmente colocado de escanteio, o lugar onde pisamos só é notado quando a cor, estampa ou acabamento que damos a ele muda o visual dos cômodos. E opções não faltam para transformá-lo, seja cobrindo-o ou revestindo-o, tanto para compor a decoração quanto para dividir ambientes. 


Antes de optar por vinílico, laminado, cerâmico, de cimento queimado, amadeirado ou outras opções, é preciso pensar na funcionalidade de cada espaço para definir qual o melhor acabamento para cada pedacinho de chão da casa, diz o arquiteto Felipe Torelli.


“Há grandes variantes na escolha do piso. Se vai ser usado numa sala, por exemplo, ele não precisa ter superfície tão rugosa. Para cozinhas e áreas molhadas, o ideal é que não escorregue e que possa ser sempre lavado. Já nos quartos, dou preferência para madeira ou piso vinílico, porque oferecem conforto térmico. Mas existe uma grande gama de opções”.


Os pisos vinílicos são, geralmente, de materiais plásticos e os laminados, de derivados de madeira. No dia a dia, a diferença maior fica por conta da aparência, da possibilidade de lavagem e da acústica. Outra escolha é o formato. Torelli ressalta o cuidado para manter o equilíbrio. Não é regra, mas não se indica para ambientes pequenos os pisos de grandes formatos, para que o lugar não pareça ainda menor. 


Pisos escuros em locais pouco iluminados também passam a impressão de o cômodo ser ainda menor. Já as salas maiores e com mais incidência de luz dão mais liberdade para explorar texturas e cores, que podem fazer a diferença na decoração do ambiente. 
“Os pisos, independentemente do tipo, que imitam o padrão cimentício ou as texturas de pedras, por exemplo, conferem um caráter minimalista e mais moderno para a decoração”, diz Torelli.


Bianca Tognollo, arquiteta e gerente de marketing na América Latina da Tarkett, observa que dá, inclusive, para ter um chão diferente em cada cômodo. E que nem sempre, para isso, é preciso uma grande obra. A instalação de vinílicos pode ser feita em cima de alguns pisos cerâmicos, se tiverem rejunte de até três milímetros e estiverem bem instalados.


“Já existem produtos que você aplica só para algumas correções e, mesmo em imóvel alugado, dá para mudar a aparência do piso sem ter que trocar o original. Não vai nem massa, nem cola. Mas é preciso estar nivelado, senão, com o tempo, o morador percebe, porque o material vai absorver todas as imperfeições”.


Para ousar
Bianca explica que, geralmente, padrões geométricos e coloridos são mais usados por clientes que contam com auxílio profissional de arquitetos e designers. Mas que, sempre, essa é uma escolha que se liga ao estilo do morador.


“No geral, as pessoas optam por padrões que combinam com tudo, mas existe uma quantidade enorme de opções para escolher. E os padrões mais diferentes são mais usados por moradores que prezam pelo estilo mais despojado ou em projetos que  brincam de adicionar cores para segregar áreas ou destacar uma parte da casa”.


Para inovar
Outra alternativa para quem enjoa fácil de padrões é “vestir o chão”, o que é possível usando tapetes. Seja qual for o perfil do morador, algumas dicas orientam a compra, como explica Angela Leal, designer e diretora criativa da Tapetah. 


“Quando se chega a essa etapa da decoração, alguns detalhes já são definitivos. Então, o principal é saber para qual ambiente se destina a peça – para uma sala de estar, um home theater, um quarto de casal ou de criança – e qual é a proposta do ambiente, se é mais sóbrio ou mais descolado, mais clássico ou mais moderno”. 


Outra dica é checar se a escolha contém a mesma paleta de cores do ambiente e se a textura, estampa ou tecido estão em harmonia também. 


“Há ambientes que pedem uma textura mais rústica, enquanto outros necessitam de uma textura mais sofisticada, um toque mais macio. O material também faz toda a diferença, se feito de fibra natural ou de fibras sintéticas”, diz Angela.


Também se deve levar em conta no momento de investir em tapetes, o quanto o lugar é usado. São considerados ambientes de baixo tráfego quartos e closets. Já há fluxo maior de pessoas numa sala de estar. Aí é preciso um tapete mais resistente – dica que pode ser transferida para a escolha de pisos, sejam cerâmicos, vinílicos ou laminados. 


Além disso, calcular a dimensão adequada é essencial, como orienta Elaine Natali, da Elaine Natali Tapetes, especialista no assunto.


“Temos que avaliar o tamanho do mobiliário existente. Por exemplo: o tapete nunca pode ser menor do que o tamanho do sofá. E tem que agregar o mobiliário próximo para que a peça ‘abrace’ o espaço”, aponta ela, lembrando que, além de ‘vestir o chão’, cada peça é única e tem várias finalidades. 


“Ele aquece, dá aconchego, melhora a acústica e muitas vezes, quando o ambiente tem tons neutros, até define o estilo”, conclui.


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