Todo mundo tem uma cor favorita. Ela aparece no carro, guarda-roupa ou na mesa de trabalho. Mas nem sempre é traduzida no lar. Está certo que, nos ambientes de casa, principalmente nas paredes, escolher tons vibrantes é algo que assusta muita gente. Há quem só deixe tudo branco ou cinza, por puro medo de errar. No entanto, segundo especialistas, as cores conferem a identidade do morador à casa. Ou seja, não há tom errado. Só é preciso equilibrar a proposta.
Quem explica é o arquiteto Guilherme Torres, autor da trilogia Stronger Collection, que traz entre as obras Color Me, sobre o uso das cores nos ambientes. De acordo com ele, não é preciso ter medo. O cuidado necessário é somente com o exagero nas combinações. Pois, além das paredes, muita gente esquece que há cor no piso, nos objetos de decoração e nos móveis. Portanto, toda cor pode ser utilizada, desde que se pense também na harmonização com o resto do ambiente.
“A cor das cortinas não precisa combinar com a do tapete, por exemplo, mas é legal haver um equilíbrio entre eles. Já nas almofadas, pode-se brincar e ousar nas tonalidades”.
Assim, na hora de colorir, especialistas recomendam analisar primeiro tudo o que pode mudar de cor e o que será difícil trocar, como móveis e cortinas.
No lugar certo
Muita gente sabe que o azul e o verde claro transmitem paz, o amarelo e o vermelho deixam as pessoas mais atentas e alegres e os tons terrosos e amadeirados causam a sensação de conforto. Mas muita gente desconhece que o equilíbrio precisa acontecer também na escolha de quais espaços receberão essas cores.
Segundo a arquiteta Alessandra Aulicino, além de definir onde a cor vai fazer mais diferença no ambiente, também é preciso pensar qual tonalidade dela será mais adequada para aquele espaço.
“Cores mais escuras acabam deixando o ambiente menor, enquanto as que não são tão fechadas dão sensação de amplitude em algumas paredes. Também deve-se lembrar que tudo é influenciado pela iluminação, então, se colocou cor escura, é legal iluminar”, diz Alessandra, reforçando a dica de Torres sobre tons fortes em cômodos pequenos.
“Isso pode ser feito. Mas é necessário atentar-se à entrada da luz e usá-la a favor do ambiente. A iluminação natural pode ser trabalhada em conjunto com os volumes, aberturas e recuos. O ideal é pintar uma ou até duas paredes com tons fortes e deixá-las com entrada de claridade pelas janelas”.
Ana Weege, arquiteta que projetou uma sala com sofás em veludo rosa e poltrona verde, diz que elementos translúcidos ajudam a não bloquear a passagem da luminosidade, enquanto os escuros balanceiam a projeção da luz.
“Os painéis de madeira mais escura auxiliam na absorção dessa luz e deixam o ambiente mais aconchegante”, observa.
Outras dicas para lançar mão de cores na sua casa sem medo: