Alugar ou financiar o imóvel na Baixada Santista? Especialistas dão dicas

Enquanto os mais velhos preferem comprar, os jovens não pensam no assunto

Por: William Guerra  -  11/04/21  -  13:52
Pesquisas mostram diferentes expectativas nas gerações
Pesquisas mostram diferentes expectativas nas gerações   Foto: adobe stock

Por muitas gerações ouvimos de pessoas mais velhas que nada é melhor do que ter uma casa própria. A segurança de ter um imóvel em seu nome ainda é um sonho presente em boa parte dos brasileiros, principalmente daqueles com idade mais avançada.


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Um estudo do Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (IPESPE) realizado no ano passado mostrou o quão diferente é a visão de aluguel e casa própria entre mais velhos e mais novos. Enquanto as gerações boomers (nascidos entre os anos 1940 e 1960) e X (nascidos entre 1960 e 1980) ainda valorizam o sonho do imóvel próprio, 82% dos jovens entre 16 e 24 anos querem fugir da responsabilidade de financiar uma casa ou apartamento por até 30 anos.


O mesmo levantamento mostrou que, independente da idade, 60% dos entrevistados aceitam se adaptar a um determinado imóvel de acordo com a fase da vida que estão passando.


Com o confinamento ainda mais rígido adotado pelos governos estaduais e prefeituras nas últimas semanas, nossas casas se tornam, literalmente, o nosso mundo. Não à toa, o setor da construção civil é uma das áreas que devem driblar a crise econômica provocada pelo vírus e crescer 4% em 2021, de acordo com uma previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.


Liberdade x Segurança


Seja na liberdade de mobilidade gerada pelo aluguel ou na segurança da casa própria, todos procuram por um maior conforto no lar. Mas qual a melhor escolha a ser feita em plena pandemia de Covid-19? Para os consultores financeiro, César Karam e imobiliário, Rafael Scodelario cada caso é um caso e não há uma resposta padrão, mas financiar um imóvel ainda é o mais vantajoso.


“Infelizmente nem todo mundo tem um potencial de compra, mas para quem tem o financiamento aprovado e pode honrar as taxas dos bancos, a melhor opção é a compra”, avalia o consultor imobiliário. Scodelario ainda ressaltou que, mesmo com a taxa de juros baixa, quem consegue financiar R$ 200 mil em um apartamento de R$ 300 mil, vai pagar parcelas restantes de R$ 1,5 mil, valor semelhante a um aluguel cobrado no mercado.


O consultor financeiro, César Karam também aponta que a compra da casa própria é a melhor alternativa. “Mesmo para quem não tem tantos recursos, programas como ‘Minha Casa, Minha Vida’ ajudam a deixar os juros baixos”.


Por outro lado, o profissional indica uma ferramenta chamada de Cap Rate. Este indicador busca mostrar, com base no valor do aluguel e no valor real do imóvel, se a locação é mais vantajosa que a compra. “Se um imóvel custa R$ 100 mil e o aluguel é de R$ 1 mil, o Cap Rate é de 1%. Se você consegue uma negociação e esse aluguel cai para R$ 500,00, essa locação fica mais vantajosa até na comparação com um financiamento”, avalia Karam.


Os consultores também concordaram em situações específicas, como de profissionais que acabam tendo que se mudar de cidade ou estado por ordens das empresas em que trabalham. Para eles, nesses casos, a procura por um aluguel é a melhor alternativa. Neste cenário, Karam ainda dá outra dica. “De preferência, que consiga um apartamento próximo ao trabalho para não ter custos extras com transporte”.


Dinheiro indo pelo ralo?


Certamente você já ouviu ou considerou a tese de que o dinheiro do aluguel não tem retorno. Pagar mensalmente por um imóvel que não será seu pode ser frustrante, mas existem alguns fatores que podem contornar a situação e transformar o aluguel em um bom negócio.


Uma das grandes vantagens da locação é a flexibilidade do contrato. Com o mundo cada vez mais dinâmico e com famílias tendo que se adaptar a necessidades do trabalho, estudos ou enfermidades, o aluguel surge como uma alternativa fácil. Mesmo com um contrato vigente, a rescisão é rápida. Neste caso, basta pagar as taxas de indenização e a situação é resolvida.


Outra vantagem é a possibilidade de negociar reformas e a manutenção da moradia para abater no preço do aluguel. Principalmente em imóveis velhos, costumam ser caros os custos com obras e a realização delas pelo inquilino ameniza o preço da mensalidade. É preciso ressaltar que nesse acordo também pode ficar combinado que o proprietário assuma todos os custos com reformas, dando assim a possibilidade do inquilino ter sempre uma casa nova em folha.


Mais um grande benefício é no orçamento. O consultor financeiro, César Karam lembrou que um imóvel financiado só será seu ao fim de todas as parcelas. Com a crise econômica ainda em alta, ainda é normal tomar alguns reveses como desligamento do trabalho. “Sem essa renda garantida, o banco no qual foi feito o financiamento pode tomar a moradia de você”, alerta Karam.


Imóvel como investimento


Possibilidade de poucos nos últimos meses, a compra de imóveis para investimento está em alta. Com mais pessoas em casa por conta da pandemia e o aumento do home office, os consultores notaram novos movimentos dos consumidores. Entre eles estão a busca por apartamentos localizados em zonas próximas a áreas verdes e ao mar.


Aqui na Baixada Santista, a venda de imóveis cresceu 64% entre julho de 2019 e junho de 2020. A pesquisa realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação, em parceria com a Brain Inteligência Estratégica mostrou que 5.084 unidades residenciais novas foram vendidas, superando as 3.099 do levantamento anterior, considerando o mesmo período. Vale lembrar que os dados são referentes às cidades de Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande, não contabilizando assim números de outros mercados aquecidos como os de Bertioga, Mongaguá e Itanhaém.


Com a maior procura por essas moradias, sobe também o preço cobrado pelas construtoras e proprietários. “O investimento é bom, mas é preciso saber o que está comprando. Não existe essa de quem compra terra, não erra. Esses imóveis (localizados em zonas verdes ou litorâneas) estão em alta. Seja por revenda ou locação, hoje eles são um ótimo investimento”, conta Karam.


“O mercado imobiliário é muito extenso. Não é apenas a construção civil, ele tem muitos campos. Quando uma pessoa compra um imóvel, ela contrata marceneiro, vidraceiro, arquiteto, entre outros profissionais. Então, ela faz a economia girar. No meu caso, como consultor imobiliário, vejo esse mercado muito aquecido e como um ótimo investimento para quem tem condições financeiras”, afirma Rafael Scodelario


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