Acolhimento é essencial no desenvolvimento físico, psíquico e emocional das crianças

Em um mundo onde a hostilidade vem de todos os lados e as pessoas estão estressadas e competitivas, o afeto e a empatia se tornam cada vez mais necessários

Por: Cláudia Duarte Cunha & De AT Revista &  -  18/02/19  -  15:10

O colo é essencial para o desenvolvimento físico, psíquico e emocional das crianças e essa necessidade persiste por toda a vida. No entanto, a partir dos 4 anos, o colo pode vir em forma de palavras, abraços, carinho ou ações solidárias. Em um mundo onde a hostilidade vem de todos os lados e as pessoas estão estressadas e competitivas, o afeto e a empatia se tornam cada vez mais necessários.


A Novalgina lançou o slogan Comece o cuidado com um colo, com o objetivo de gerar a aproximação emocional e mostrar a importância dos pequenos gestos para combater febre e dor. Para a psicanalista Vera Iaconelli, diretora do Instituto Gerar, dar colo não é só necessário para a boa saúde mental. A falta dele pode prejudicar o desenvolvimento da criança, gerando distúrbios psíquicos, com consequências nas demais fases da vida. “O bebê nasce com a vontade de voltar para a sensação de segurança. O colo reproduz a experiência uterina”.


Vera segue adiante e ressalta que considera o afeto e o acolhimento da família e dos amigos tão importantes como os tratamentos e medicamentos adotados para o processo de cura.


Colo é Fundamental!
A psicóloga Vera Iaconelli ressalta que existem registros de crianças que foram separadas dos pais, mas que eram muito bem cuidadas. “Bebês limpos, alimentados e aquecidos, ou seja, com todas as necessidades físicas e medicamentosas supridas. E, no entanto, quando cresciam um pouco, desenvolviam depressões e distúrbios psíquicos graves. Alguns, inclusive, chegaram a óbito”.
De acordo com a profissional, existe algo no colo humano que é tão importante como o alimento e que é imprescindível para a constituição da pessoa. A pediatra Florência Fuks, do Hospital Israelita Albert Einstein, diz que nos primeiros momentos de vida, o bebê sequer reconhece o limite do próprio corpo. “Será a partir do colo e do toque que essa dimensão se formará”.


Muitas mães se queixam que o nenê só pede colo. Florência Fuks explica que isso significa que ele está precisando se estruturar por meio do contato com a mãe, com o pai ou com a pessoa mais próxima. “O valor do colo e do acolhimento é muito maior do que a necessidade de ensinar limites. A cólica, por exemplo, pode ser lida como uma solicitação de aconchego, uma fase de imaturidade e de dificuldade de organização da própria criança”.


Mais afeto, Mais alívio
A pediatra Florência Fuks pondera que pacientes com enfermidades como diabetes, pressão alta, problemas cardíacos, cânceres e doenças imunológicas e genéticas exigem atenção, carinho, aconchego e empatia, bem como uma estruturação da dinâmica familiar. “Isso é decisivo no enfrentamento das doenças. O alívio é enorme”.


Ao longo da vida, vão sendo desenvolvidas diferentes formas de dar colo. “O bebê necessita de colo efetivo, mas a criança já pode se contentar com o aconchego de uma palavra, um olhar ou um abraço”, fala a psicanalista Vera Iaconelli. Ela ainda esclarece que o colo é uma matriz que ajuda o ser humano a passar da dependência absoluta para a independência relativa, já que as pessoas sempre vão precisar umas das outras, embora de formas diferentes.


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