Morre psicólogo Luiz Celso Manço aos 76 anos

Um dos fundadores do curso de Psicologia da Unisantos, o ex-coordenador dos Conselhos Regional e Federal de Psicologia foi torturado durante a ditadura e fez sua história em Santos

Por: Sheila Almeida  -  21/06/20  -  23:30
  Foto: Carlos Nogueira (03/05/2018)

Morreu, na noite da última sexta-feira (19), aos 76 anos, por complicações respiratórias, Luiz Celso Manço. Psicólogo,  professor emérito e um dos fundadores do curso de Psicologia da Universidade Católica de Santos (UniSantos). Fez parte da luta antimanicomial santista,  militou no  Partido Comunista Brasileiro (PCB), escreveu um livro e, entre suas histórias, foi um dos presos torturados por subversão no período da ditadura militar. 


Nascido em Ribeirão Preto, Manço teve uma de suas primeiras participações políticas no movimento estudantil enquanto cursava Psicologia na USP Ribeirão Preto, onde também foi professor do pré-vestibular.


Entrou no PCB no início da década de 1960, militou na Aliança Libertadora Nacional (ALN), mas permaneceu no primeiro partido. 


Em 1970 foi preso e enviado ao Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em São Paulo.


Para a amiga pessoal e coordenadora  de Mestrado em Psicologia, Desenvolvimento e Políticas Públicas da Unisantos, professora doutora Maria Izabel Calil Stamato, é uma perda representativa para a região. 


“Ele foi uma pessoa muito significativa. Coordenou o Conselho Regional e Federal de Psicologia e tinha um enorme poder ao refletir com os jovens. Estava há algum tempo com problemas pulmonares. Levava o tubo de oxigênio quando saía e após uma pneumonia, faleceu”.


Flávia Henriques, Diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde da UniSantos, lembra que além da rica história de vida – também contada no livro “Um Pouco de História, Memórias e Reflexões: Vivências de um Psicólogo em Santos”, lançado ano passado – Manço era uma pessoa marcante para todos que conviviam com ele. 


“Era alguém de luta pelos direitos. Amigo de todos, querido, ético, foi meu professor na primeira turma do curso de Psicologia. Esbanjava sabedoria e vivência profissional. Deixará  uma lacuna na história da Psicologia da Baiada Santista”. 


Era casado com Regina Celia Moretti Manço. Deixa os filhos Leandro, Aniela e Leonardo. O funeral ocorreu no Cemitério Memorial de Santos.


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