Doria apresenta esboço do plano de reabertura da economia paulista

O governador João Doria (PSDB) apresentou, na tarde desta quarta-feira (22), os princípios básicos do Programa São Paulo, que visa à retomada gradual das atividades econômicas paulistas, impactadas pela quarentena para conter a escalada do novo coronavírus. Setores e regiões do estado que terão as regras mais flexíveis serão detalhados no dia 8 de maio, 48 horas antes do término da atual regra de isolamento social (válida até 10 de maio).

Até essa data, o governo estadual espera ter dados mais precisos sobre a taxa de contágio e quantidade de municípios paulistas com casos confirmado da Covid-19. Essas informações serão fundamentais para indicar se determinada região administrativa paulista terá a adoção das regras menos rígidas na economia. “Definiremos gradualmente os protocolos para essa volta responsável e segura à normalidade econômica, mas protegendo vidas”, diz Doria.

O governador explica que a evolução do contágio e a disponibilidade de leitos hospitalares serão critérios básicos para definir possíveis alterações regionalizadas e setoriais na quarentena. “Não serão medidas homogêneas [para todo o estado]. Algumas regiões podem ter a quarentena prorrogada”, crava.

A partir desse mapeamento, a estratégia de reabertura poderá ser orientada de formas distintas, de acordo com o impacto da Covid-19 em diferentes regiões e da adoção de regras sanitárias rígidas em estabelecimentos com menor capacidade de fluxo de clientes.

O governador adiantou que as propostas dos setores produtivos para a reabertura gradual de comércios e serviços não essenciais serão submetidas à análise do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo. Doria reforçou a manutenção permanente do diálogo com setores empresariais, mas frisou que as atuais regras da quarentena só serão alteradas de forma heterogênea a partir de 11 de maio.

“Até o dia 10 de maio, não haverá nenhuma alteração na quarentena. Os critérios daquilo que virá a partir do dia 11 serão diferenciados e de acordo com dados científicos apurados em cada cidade e pelas regiões do estado”, afirma Doria.

O governador destaca que, apesar das medidas de restrição adotadas em São Paulo desde março, 74% de toda a estrutura econômica do estado se mantêm ativa. A quarentena não atinge setores como indústria, agronegócio, construção civil, telecomunicações e energia, entre outros.

Doria afirmou que a interrupção dos serviços não essenciais teve papel fundamental para achatar em até 30% a previsão da curva epidemiológica. E, com isso, impedir o colapso dos sistemas público e privado de saúde. “Nosso apelo é para as pessoas agirem de forma responsável, protegendo a sua vida e de seus familiares. Fiquem em casa”, destaca.

Diálogo

Os novos protocolos serão discutidos por uma equipe de economistas e depois apresentados a médicos e especialistas do Centro de Contingência do Coronavírus, que irão aprovar ou vetar as alterações segundo estatísticas de número de doentes com o novo coronavírus e a capacidade de atendimento de saúde em diferentes regiões.

O plano para a economia será conduzido para evitar que a reabertura desordenada do comércio provoque uma disparada no número de casos e de mortes em decorrência da pandemia. A avaliação das autoridades estaduais é que, além da perda de vidas, o prejuízo econômico será muito maior se a retomada levar a uma quarentena ainda mais rígida nos próximos meses.