Consumo de água com ferro requer cuidado, dizem especialistas

Líquido turvo que vem saindo nas torneiras da região tem níveis do metal dentro dos aceitáveis, diz Sabesp

Por: Da Redação  -  23/02/19  -  23:24
Água turva surge em torneiras de cidades da região
Água turva surge em torneiras de cidades da região

A água turva que tem saído das torneiras das casas de moradores de algumas cidades da Baixada Santista pode representar risco à saúde, dizem especialistas ouvidos por A Tribuna. O presidente da Sabesp, Benedito Braga, disse que a água está com ferro, e que o problema foi causado por um erro químico na estação de tratamento da companhia. O médico nutrólogo RicardoSeixas afirma que pacientes com doenças hepáticas e que têm restrições de ferro, por precaução, não devem ingerir a água que tem chegado a algumas cidades da região.


Ainda segundo ele, a Sabesp, responsável pelo abastecimento, deveria fornecer informações precisas sobre a composição da água. “Quanto tem de ferro e qual o tipo?”, questiona. Apenas dessa forma, seria possível dizer, com certeza, que riscos ela pode causar à saúde. “A potabilidade da água varia de pessoa para pessoa. Eventualmente, pessoas saudáveis poderiam bebê-la sem problema. Outras que, por ventura, tiverem restrições absolutas de ferro, não poderiam, mas isso deve ser analisado caso a caso. "É imprescindível que as autoridades esclareçam a real composição dessa água”, diz Seixas.


Já para a também médica nutróloga Marcela Voris, nunca se deve beber água da torneira. De 30 minutos a seis horas da ingestão, pode ocorrer dor abdominal, vômito e diarreia. “No mundo em que todos querem ingerir antioxidantes para melhorar a qualidade de vida, tomar ferro oxidado não seria inteligente”.


Sabesp 


Questionada pela Reportagem, a Sabesp informou que a água está dentro dos níveis aceitáveis de ferro, mas não revelou qual é essa quantidade. A companhia diz que tem um setor de Controle Sanitário e Ambiental na Baixada Santista, responsável por coletas sistemáticas de amostras e realização de ensaios laboratoriais, em atendimento à portaria do Ministério da Saúde, e que o laboratório realiza, diariamente, 550 análises em todo sistema integrado de abastecimento.


Em entrevista para A Tribuna, na última quinta-feira (21), o presidente da companhia, Benedito Braga, disse que um erro químico aumentou a quantida de ferro na água distribuída a algumas cidades da região. “Houve um problema de natureza química com os produtos que são normalmente utilizados”, disse ele. Este produto novo, nas redes (de distribuição) mais antigas, teve um papel quase que como um abrasivo, liberou o ferro na água e deu essa coloração ruim. Claro que não queremos que a população beba essa água”, completou Braga.


Isso fez com que moradoresde Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente recebessem água amarelada ou marrom, nos últimos dias. A declaração, entretanto, contradiz o superintendente da Sabesp na região, Sérgio Bekerman, que havia dito que as fortes chuvas que atingiram a região  eram as responsáveis pela coloração ruim. 


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