Avô e neta protagonizam capítulo especial no 60º Torneio A Tribuna de Tênis

Capi, de 55 anos, e Manu, de 10, possuem um laço que vai além das aulas

Por: Régis Querino & Da Redação &  -  29/10/19  -  11:31
Atualizado em 29/10/19 - 11:37
Lucilio Franco de Godoi, o Capi, de 55 anos, e Manuella Trigo, de 10, têm o esporte nas veias
Lucilio Franco de Godoi, o Capi, de 55 anos, e Manuella Trigo, de 10, têm o esporte nas veias   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A relação entre Lucilio Franco de Godoi, o Capi, de 55 anos, e Manuella Sicolino Trigo, 10, transcende a ligação familiar. Não bastassem ser avô e neta, o amor pelo tênis os uniu ainda mais. Entre lobs, smashes e deixadas, eles vivem vidas paralelas nas quadras do Tênis Clube de Santos. 


Ele, professor da Winner Team, escola de tênis da agremiação, há 28 anos. Ela, tenista ocasional que decidiu ingressar na equipe de competição do clube no início deste ano. 


Para isso, Manu teve que adequar a sua agenda. As três aulas de tênis por semana, com preparação física e preventivo, se juntaram às aulas de surfe que ela já fazia duas vezes por semana na Escola Pública de Surfe de Santos. 


“Ela é disciplinadinha, não tem cobrança. Foi ela que veio aqui pedir pra entrar na competição”, diz Capi, orgulhoso. Para ele, ser um dos professores da neta não tem preço. “É sensacional, mágico, indescritível. É uma coisa comum de pai pra filho, mas não de avô pra neto”, observa. 


A filha de Capi, mãe de Manu, chegou a jogar tênis quando pequena, mas não levou o esporte adiante. Manu, no entanto, garante que a sua relação com o esporte será duradoura. 


“Quem me incentivou a jogar foi meu avô, que sempre mostrava os jogos na TV. Vi ele jogando e um dia quis fazer uma aula. Fui indo e agora o tênis é pra vida toda”, garante Manu. 


Em sua terceira participação no A Tribuna de Tênis, ela foi a terceira colocada na categoria 11/12 anos feminino A. Nas quartas de final, Manu fez um duelo emocionante contra Isabelle Isaias e venceu por 2 sets a 0, com direito a tie-break. 


Foi tanta emoção que ela foi às lágrimas, ainda durante o jogo. “No tie-break fiquei nervosa, porque ela começou ganhando e comecei a chorar. Eu olhava pra minha família e eles pediam ‘foco’. Lembrei que eles sempre falam pra eu não desistir. Comecei a raciocinar e consegui vencer”, relembra.


Sem regalias


Os laços de sangue não garantem a Manu um tratamento diferenciado nas aulas no clube. “Quando eu dava aula pra minha filha, ela achava que eu tinha que dar atenção especial a ela. A Manu já entende isso, eu sou um dos professores dela. Tem também o Wilsinho e o Bruno”, diz Capi. 


Durante as competições, ele também evita cobranças. “Passei minha vida inteira falando pros pais curtirem quando os filhos estivessem jogando, deixando eles se divertirem e resolverem sozinhos os problemas na quadra. Quando chega a minha vez, vou fazer o contrário? Não”. 


Cheia de energia, Manu ainda arruma tempo para andar de skate e fazer badminton. E também demonstra ser uma “criança raiz”. Gosta de brincar com os amigos de esconde-esconde, pega-pega e mamãe da rua. E dançar e cantar. “Só não gosto de sertanejo!”, avisa. 


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter