Saiba onde descartar corretamente pilhas, baterias e telefones celulares na Baixada Santista

Se não forem descartados corretamente, materiais podem provocar impactos na natureza e até na saúde pública

Por: Brenda Bento  -  08/10/21  -  12:39
 Especialistas alertam para importância do descarte correto de pilhas, baterias e celulares
Especialistas alertam para importância do descarte correto de pilhas, baterias e celulares   Foto: John Cameron/unsplash

Devido aos impactos que podem provocar na natureza e até na saúde pública, pilhas, baterias e telefones celulares antigos não devem ser jogados no lixo comum e possuem locais próprios para descarte na Baixada Santista. À população, restam duas missões para auxiliar nessa empreitada: inserir novos hábitos na rotina para não prejudicar o meio ambiente e mudar costumes visando aumentar a durabilidade destes produtos.


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O coordenador de Políticas Ambientais da Prefeitura de Santos, Marcus Fernandes, explicou que pilhas, baterias e celulares antigos utilizam matéria-prima envolvendo materiais como minerais e plásticos. "Esses componentes não só podem como devem ser reaproveitados pelas indústrias. Todos são recursos finitos. Qualquer metal que você utilize é finito e o processo de extração deles pode ser classificado como muito poluente. Qualquer processo de extração é profundamente agressivo."


Fernandes afirma que, em caso de descarte correto, há uma redução natural da necessidade da matéria-prima virgem. "A gente minimiza o impacto do processo de extração, que é muito danoso ao meio ambiente. E tem outro desdobramento, pois muitos desses equipamentos são reaproveitados em projetos sociais."


A professora dos cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental e Geografia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Técia Bérgamo, cita a Resolução 401 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em vigor desde 2008, que regulamenta os critérios e padrões para o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias no Brasil.


"O que é essa destinação adequada? Uma destinação que busque reduzir os riscos ao meio ambiente e adota procedimentos técnicos de coleta, recebimento, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final."


Técia também explica que, no País, está em vigor desde 2010 a Lei Federal, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos e menciona a geração zero de resíduos e a ordem de prioridade dos resíduos.


"A legislação deixa claro que deve-se priorizar a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos. Só depois, quando não se tem alternativa, vem a disposição final em aterros sanitários. Outra questão dessa lei é a responsabilidade compartilhada, ou seja, todos nós somos responsáveis."


Contaminação
Segundo a professora, essa disposição precisa ser adequada por causa da composição desses itens. "No caso das pilhas e baterias, elas apresentam metais pesados, que podem contaminar os lençóis freáticos e, consequentemente, chegar à cadeia alimentar, causando o efeito bioacumulativo. Ou seja, contamina o peixe e depois o homem que se alimenta daquele peixe contaminado."


Para Fernandes, o descarte adequado de pilhas, baterias e celulares antigos é muito importante. "Primeiro porque esse material pode ser reutilizado pelas indústrias para a produção de novos materiais e também para que a gente não contamine a natureza, porque isso vai voltar como prejuízo para todo mundo."


Consumo consciente
De acordo com o coordenador de Políticas Ambientais, é essencial que as pessoas repensem o modo de consumo que possuem. "O mais importante é buscar uma mudança de comportamento. Preciso mesmo desse celular de última geração? Eu preciso mesmo trocar o meu celular todo ano? A gente precisa fazer com que o produto esgote a sua vida útil."


Ele reforça a importância da reciclagem e destinação correta desses itens, mas explica que o processo gera perdas. "Por mais que eu recicle, ainda precisarei de matéria-prima virgem. Dificilmente, se a gente até conseguisse um altíssimo índice de reciclagem, não seria possível construir um novo celular apenas com material reaproveitável porque você sempre tem perdas. Todo processo de reciclagem sempre vai gerar alguma perda."


Já Técia enfatiza a importância de priorizar pilhas e bateriais recarregáveis. "Uma ação nossa, enquanto consumidor, é dar preferência a pilhas recarregáveis e, em seguida, a sensibilização ambiental. Eu falo sensibilização porque conscientização nós temos e sabemos do problema."


Cuidados e dicas para aumentar a durabilidade de pilhas e baterias
1) Temperaturas extremas reduzem o desempenho das pilhas, por isso, nunca as armazene em locais quentes ou úmidos 2) Remova as pilhas e baterias do dispositivo quando não houver previsão de usá-lo
3) Mantenha as superfícies de contato da pilha e compartilhamento da bateria limpos, passando neles uma borracha de lápis limpa ou um pano áspero cada vez que trocá-las
4) Não tente recarregar uma pilha a menos que ela seja especificamente rotulada como 'recarregável'
5) Certifique-se de inserir as pilhas adequadamente no dispositivo com os terminais + (positivo) e - (negativo) alinhados corretamente, pois alguns equipamentos com mais de três pilhas podem funcionar direito mesmo que uma pilha seja inserida incorretamente
6) Algumas pilhas e baterias drenadas expostas a temperaturas extremamente altas podem vazar, e uma estrutura cristalina pode começar a se formar em seu exterior
7) Cuidados com as pilhas falsas, que não possuem certificados necessários. Geralmente são mais baratas, mas podem trazer sérios transtornos


Onde descartar corretamente

Bertioga: todo comércio que vende pilhas e baterias é posto de recebimento de pilhas e baterias. Em relação aos celulares, há um ponto de coleta nas Casas Bahia (Avenida Anchieta, 1.855, Centro).
Cubatão: todo e qualquer ponto de venda desses produtos deve recolher os materiais antigos, por meio da logística Reversa. Também há pontos de descarte no Paço Municipal e na Câmara.
Guarujá: há 19 postos espalhados pela cidade. Para saber o local mais próximo, é possível acionar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, pelos telefones 3308-7885 e 3308-7888 ou pelo e-mail semam@guaruja.sp.gov.br.
Itanhaém: Extra Supermercado (Avenida Rui Barbosa, 763, Centro, das 7h às 22h) e Associação Comercial, Agrícola e Industrial (Avenida Presidente Vargas, 757, Centro, das 9h às 18h).
Mongaguá: Diretoria de Meio Ambiente (Avenida Marina, 67, Centro).
Praia Grande: 18 Ecopontos recebem esses materiais. Endereços no site.
Santos: Prefeitura mantém parcerias com Settaport (3221-2546) e WF Sucatas e Recicláveis (99131-5054). Outros pontos podem ser acessados no site.
São Vicente: três Ecopontos (Rua Juiz de Fora, 48, Vila Voturuá; Avenida Paulo Horneaux de Moura, 101, Cidade Náutica; Avenida Ulysses Guimarães, 211, Jardim Rio Branco) funcionam de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h.
Observação: a Prefeitura de Peruíbe não deu retorno à Reportagem.


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