No Dia da Terra, entidades da Baixada Santista reforçam importância da preservação do planeta

Data começou a ser comemorado em 1970, após manifestações com temas ecológicos nos Estados Unidos

Por: Júnior Batista  -  22/04/22  -  15:47
Parque Estadual do Itinguçu, em Peruíbe
Parque Estadual do Itinguçu, em Peruíbe   Foto: Alexandre Carvalho e Ricardo Bergamasco/Divulgação

Hoje é comemorado do 50º aniversário do Dia da Terra. Com ele, de acordo com ativistas e especialistas no assunto, surge a necessidade de discutir, ainda mais, a forma como os seres humanos afetam o meio ambiente e de que forma é possível contribuir para menos agressões, tais como o aquecimento global, que leva a catástrofes ambientais.


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A data começou a ser comemorado em 1970, após manifestações com temas ecológicos nas cidades de Washington, Nova York e Porland, nos Estados Unidos. À época, mais de 20 milhões foram às ruas com passeatas alertando para questões ambientais.


De lá para cá, organizações de todo o mundo vem alertando sobre as dezenas de mudanças climáticas que acontecem, principalmente, pela ação do homem. Também viu-se evolução em quesitos importantes, como os acordos de redução de emissão de carbono, o principal agente causador do aquecimento global, responsável por catástrofes da natureza.


De acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2019 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), é preciso reduzir em 7,6% ao ano, até 2030, as emissões globais de gás carbônico para limitar o aquecimento em até 1,5C°.


Até hoje, então, a data é um lembrete para cuidar do meio ambiente. Em 2009, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução reconhecendo formalmente o Dia Internacional da Mãe Terra. Em 2016, a ONU adotou o Acordo de Paris, articulando o compromisso das nações em limitar o aumento da temperatura global em até 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e fortalecer sua capacidade de mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas.


Para Rodrigo Brandão Azambuja, presidente da ONG Ecomov (Ecologia em Movimento), que atua na região da Baixada Santista, o dia é um marco para a cidadania planetária. “Quando tratamos de Terra, falamos de um todo. Permanência, igualdade, riqueza natural e futuro. Pensamos no que podemos colaborar unindo pessoas comuns como voluntários para alertar, construir, promover novas atitudes para que nosso planeta Terra esteja em boas mãos”, diz.


A Ecomov nasceu em 2014 como um movimento de educação ambiental. Até 2016, os voluntários atuavam somente em escolas e desde 2017 começaram também a fazer mutirões nas praias da região. “De lá para cá criamos um corpo de voluntários, muitos da área e abrimos mais frentes, uma delas é a pesquisa”, afirma.


Ele conta que sente maior apoio da população na causa ambiental nos últimos anos. A Ecomov, diz ele, está presente em Unidades de Conservação e apoio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público Estadual, que utiliza muitos dos estudos da ONG para petições e projetos de lei.


“Mas falta muito. Acho que novas ideias e projetos arriscados com maior custo precisam sair do papel pelo menos pela gestão dos resíduos. Novos conceitos como moeda verde e ecopontos ajudam a trazer toda comunidade para a causa e diminuir a poluição em áreas mais remotas sem acesso pela gestão urbana”, diz.


Aqui na região, ele diz que Santos é eficiente na gestão de pública do lixo, bem como toda a cadeia de pessoas, como comerciantes e os próprios munícipes, sendo modelo. “No entanto, há ainda questões que precisam ser enfrentadas, como proteção dos manguezais e lixo dos navios, embora a gestão do porto é de altíssima qualidade, há uma lacuna entre a barra e mar aberto que deixa a livre árbitro. Grandes embarcações fazem o despejo de resíduos fora da barra, isso é um desafio quando se trata de leis internacionais”, diz.


Azambuja explica, ainda, que um grande desafio é o microlixo. “Quanto mais pessoas consumirem nas praias, mais animais estarão se alimentando desse resíduo. Isso teve um custo, que pode ser revertido para o próprio comércio. Podem ter avanço sobre isso em breve. Uma espécie de lei para as praias, errado ando uso do plástico ou ajustando medidas de descarte”, diz.


Segundo o presidente da ONG, na última ação de recolhimento de lixo nas ilhas em Santos e São Vicente, há muitos resíduos, até eletrônicos. “83% do que foi coletado entre março e abril deste ano por nós é de resíduos consumidos em casa, como embalagens de isopor, sacolas, embalagens de alimento, potes de alimentos, frascos, materiais de higiene e garrafas pet.


Nas próximas etapas, a organização vai atuar nas unidades de conservação Barra do Una e Xixová Japuí, nos meses de maio e junho. Há, ainda, ações em parceria com a Fundação Florestal e os Escoteiros da região.


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