Eficiência e orgulho: a rotina de um trabalhador de limpeza urbana em Santos; VÍDEO

Profissionais sabem da importância de seus ofícios para o dia a dia da sociedade

Por: Thiago D'Almeida  -  10/12/21  -  09:28
Atualizado em 16/12/21 - 18:29
Margaridas e coletores se orgulham de trabalho e sabem da própria importância para a sociedade
Margaridas e coletores se orgulham de trabalho e sabem da própria importância para a sociedade   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Os trabalhadores de limpeza urbana têm uma rotina agitada e discreta, seja com a vassoura - um dos seus principais instrumentos de trabalho - ou no ato de correr atrás de caminhões, todos carregam em seus ofícios a responsabilidade de manter as ruas limpas. Trata-se de um trabalho que, de acordo com eles, nem todos desejam, mas que é motivo de orgulho para quem exerce a profissão. A Tribuna entrou em contato com coletores e margaridas de Santos e, nas entrevistas, ficou explícita a importância desses trabalhadores para a sociedade.


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O coordenador ambiental da Terracom, Carlos Marcelo Pousada dos Santos, explicou como funciona a organização do processo de varrição das ruas da cidade. “Os trabalhos são divididos em 11 locais diferentes, que chamamos de ‘Margaridão’, e temos em média 212 mulheres trabalhando das 7h até as 14h20", detalha. “Por sua vez, a coleta de lixo é distribuída em dois horários, diurno e noturno. Temos 22 caminhões saindo no período da manhã e 15 à noite”.


Em contato com os profissionais, as dificuldades do dia a dia foram explicadas junto ao orgulho pela importância no funcionamento da sociedade.


O coletor Luiz Roberto Biscaia trabalha na Terracom há mais de 20 anos e detalhou parte das suas tarefas diárias. “A minha rotina de trabalho se baseia em 15 quilômetros percorridos. Hoje em dia, temos maquinários aperfeiçoados, que fazem com que quase não tenhamos contato com o lixo. A vida da gente na coleta é um pouco arriscada, então temos de ter atenção em tudo que fazemos”, comenta o profissional, que relatou que o trabalho o motivou até na vida pessoal, uma vez que hoje é um atleta e participa de diversas maratonas em seu tempo livre.


“A empresa nos dá condição de sermos bons coletores, mas precisamos também ser corretos e disciplinados. Temos que manter o padrão de trabalho, os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), fardamento, tudo correto para o trabalho diário com os munícipes”, relata Biscaia.


Ao ser perguntado sobre o seu papel dentro da sociedade, fez questão de mostrar o orgulho pela própria profissão. “A gente mantém a cidade limpa e, logicamente, ficamos orgulhosos, uma vez que é um trabalho essencial, mas que nem todos gostariam de fazer. Apesar disso, fico muito honrado de saber que trabalho com limpeza urbana e que, lá na frente, todos vão me agradecer. Se não fizéssemos esse trabalho, a cidade, hoje, estaria um caos”, finaliza.


Orgulho que dura por gerações
Além do coletor, a equipe de A Tribuna conversou com outro tipo de profissional de limpeza urbana. Desta vez, a margarida Cleide Silva Novais, de 33 anos, relatou parte da sua rotina e, mais que isso, comentou sobre a profissão em sua família.


“Acordo cedo, trabalho com pessoas que gosto e, na rua, sinto afeto e carinho das pessoas. Muitos conversam, outros dão ‘tchau’. Principalmente as crianças! Não tem coisa melhor, meu dia a dia é maravilhoso”, comenta. “Meu pai foi gari por 26 anos e é o meu maior exemplo. Sempre falou que ‘qualquer trabalho é digno’. Hoje, visto a mesma roupa que ele! Meu orgulho é ver os meus filhos dizendo que serão margaridas ou coletores no futuro, afinal, é um trabalho honesto”.


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