Tribuna do Leitor - sexta-feira, 17 de junho de 2022
Hoje, com as participações de Gilberto Tiriba, Evandro Duarte e outros
Bruno e Phillips
Escrevo a respeito do pronunciamento do presidente Bolsonaro sobre o triste fim do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, dizendo que eles foram fazer uma “excursão” e que teriam que ter redobrado a atenção, já que o local é uma área de garimpeiros. Bruno, um escudo dos indígenas, enfrentou os invasores e acabou dando a vida para que houvesse continuidade a proteção da Amazônia. Já o jornalista inglês trabalhou como correspondente no Brasil, por mais de 15 anos, escrevendo para os principais jornais do mundo, como Washington Post, The New York Times, Financial Times e The Guardian. Os dois foram executados por estarem fazendo seus respectivos trabalhos, não foram passear na Amazônia, não foram se aventurar. O Brasil perdeu dois seres imprescindíveis, pessoas que trabalhavam a todo momento tentando salvar a Floresta Amazônica, coisa que é obrigação do Estado. Muito triste tudo isso, mais uma vergonha que nós, brasileiros, passamos para o mundo. Gilberto Pereira Tiriba - Santos
Jean Charles
Lamento profundamente se, de fato, o indigenista e o repórter inglês foram realmente assassinados. Porém, a pressão de mídia e da diplomacia não se justifica. Sabiam que no Brasil existem mais de 79 mil pessoas desaparecidas? Nenhuma delas recebeu o mesmo tratamento prioritário. Parece que quem comanda a investigação é um estado estrangeiro. Temos nossos protocolos. E mais: em 2020, foi morto por engano no metrô de Londres o brasileiro Jean Charles de Menezes e até agora nenhum organismo de direitos humanos de caráter internacional veio dar satisfação a essa família. Os policiais ingleses sequer tiveram uma advertência. Cadê a paridade de direitos? Evandro Duarte - Santos
Javari
O Brasil de hoje é igual ou até pior que o de 34 anos atrás. É o vale tudo não só naquela região da Amazônia, como no resto do País. O desaparecimento de Bruno e do inglês Dom comprova isso. É a violência em alta, com armas em abundância para quem quiser. É polícia invadindo comunidades e matando, o desmatamento em alta, os invasores de terras indígenas fazendo o que querem e matando também, contaminação de rios por mercúrio, extração ilegal de ouro e madeira para o exterior. É o Vale do Javari de hoje para o Xapuri de 1988, tão igual porque em dezembro daquele ano assassinaram o seringueiro Chico Mendes, ecologista acreano, premiado pela ONU por seu ativismo em favor do meio ambiente. Hoje, voltamos a ser o mesmo País do passado, estamos andando para trás rapidamente e muito perigosamente com esse atual desgoverno de só três anos e meio. É história ruim, mas tem que ser relembrada. Empoderamento para quem não devia deu nisso. Antonio Sergio de Jesus - São Vicente
FMI e o PT
A ideologia partidária, principalmente dos fanáticos do PT, é impressionante. Eles criam a sua própria verdade, divulgam e criam uma propaganda para ser divulgada pelos seus militantes no intuito de ser a verdade do País. Poderíamos citar várias inverdades, como a própria suposta inocência do Lula e do PT nos processos do mensalão e dos condenados na Operação Lava Jato, que condenou e não inocentou o mesmo Lula e os demais membros do PT pelos seus desmandos com a Petrobras e com as maiores construtoras do país. É impossível acreditar que não houve uma corrupção sistemática e partidária, de interesse do PT, porém para o PT! Mas, como citado, o elogio com o pagamento da dívida do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI), isso não pode ser visto isoladamente. É preciso colocar nessa conta a dívida interna do Brasil também. Já que o leitor colocou o montante do pagamento da dívida externa, busque nos anais do Estado para onde foi a dívida interna do país, nos anos subsequentes, pois isso o PT não divulga porque não faz parte seu interesse. Carlos Sulzer - Santos
Fome
Apesar do País ser o maior exportador de carne bovina do mundo e de estar entre os maiores produtores e exportadores de alimentos no mundo, as pesquisas mostram que, atualmente, cerca de 33 milhões de brasileiros não têm nada para comer. Como explicar o fenômeno? Como justificar o encerramento do programa Alimenta Brasil, que tinha como finalidade a doação de comida para pessoas em insegurança alimentar e nutricional? Como apoiar o atual governo? Edison José de Aguiar - Cubatão
