Tribuna do Leitor - 4 de maio de 2020

Na edição desta quinta-feira (4), participações de Bruno Karaoglan Oliva, Marcelo de Mattos, Beatriz Campos e Rafael F. Costa Rodrigues

Por: Da Redação  -  04/06/20  -  18:20

Muito a aprender


O câncer tirou a vida do jornalista e premiado escritor Gilberto Dimenstein, mas não sua riquíssima história, em 63 anos de existência. Pregador dos direitos humanos e de uma sociedade mais igualitária, em dezembro de 2019, disse estar vivendo o momento mais feliz de sua vida, e sintetizou que “câncer é algo que não desejo para ninguém, mas desejo para todos a profundidade que você ganha ao se deparar com o limite da vida”. Realmente, a vida ganha outro sentido após um acontecimento delicado. Esse sentimento vem por amor ou pela dor. Experiência própria. Em contraponto, no momento que o mundo atravessa uma catástrofe, dois acontecimentos demonstram que esta tragédia não trouxe lição alguma para certas pessoas! Nos EUA, George Floyd, de 40 anos, foi asfixiado por um policial durante quase 9 minutos, enquanto implorava por “ar”, mas nenhuma atitude foi tomada pelos outros policiais nos últimos minutos de súplica pela vida. No Brasil, João Pedro, de 14 anos, perdeu a vida porque um policial atirou pelas costas. Estava desarmado e não reagiu. Exemplos de indiferença e brutalidade com o ser humano, enquanto belas lições de vida jamais devem ser esquecidas. Há muito o que aprender!  
Bruno Karaoglan Oliva - Santos


Amazing Grace


Composto em 1779, Amazing Grace é o mais lindo hino religioso, além de ser o lamento que melhor representa a luta dos negros contra a opressão e a violência racial. Talvez haja uma manhã e um sol plasmado entre dores, lágrimas e sangue, pois George Floyd por 8 minutos e 46 segundos teve o seu algoz, um policial, com os joelhos sobre o seu pescoço e está morto. João Pedro, 14 anos, atingido dentro de casa, em operação policial com mais de 70 tiros, também está morto. Morto também Evaldo Rosa, músico, que teve seu carro perfurado por mais de 80 tiros de fuzil. Nossas orações, sufocadas e repetidas, contra o racismo abjeto e covarde, contra a perseguição e massacre pelo ódio, nos crimes de gêneros, raça, opção sexual, credos. Estas histórias se repetem. Que não esqueçamos do pesar, da inclemência e da resistência. Como diz o hino: um dia “a terra se dissolverá como neve”, sem haver paz.
Marcelo de Mattos - Santos


Confronto na Paulista


Desde o início de 2019, vemos diariamente a imprensa brasileira destruir o governo Bolsonaro, o que o obriga a tentar se defender. Toda vez que muitos brasileiros de verde/amarelo vão as ruas em apoio, a ladainha de antidemocracia ferve nos meios de comunicação. Mas foi absurdo ver aqueles jovens vestidos de preto entrar na Av. Paulista, marchando como se estivessem indo para uma guerra, mostrando cartazes “Queremos Democracia” e, no primeiro sinal de confronto com bolsonaristas, surgirem pedras de todos os lados, fazendo com que a PM os dispersasse. Mesmo assim, saíram quebrando tudo o que viam pela frente. O sentido de democracia foi tomado pela esquerda como propriedade e os pacíficos bolsonaristas, com suas famílias, viraram ditadura. Está duro de engolir, viu?
Beatriz Campos - São Paulo


Capricho e teimosia 


Ter uma opinião hoje em dia pode ser complicado. É necessário que sejamos sensatos. Vejo pessoas tentando decifrar quebra-cabeças que não lhe pertencem porque o problema do outro pode ser mais fácil. A maneira como olhamos os fatos e acontecimentos precisa de um sentido maior de precaução, pois podemos facilmente distorcê-los. O julgamento, então, caracteriza-se pela complexidade de análise. Opinar parece simples, ainda que para a maioria, seja após uma reflexão ou não. Refletir sobre o mundo atual é nosso maior desafio porque pode fazer com que seu julgamento de valor ao próximo fique prejudicado. O senso comum diz que devemos adotar a verdade. Mas, partindo do momento político que vivemos hoje, o que vamos obter? Capricho e teimosia. Opine sobre isso.
Rafael F. Costa Rodrigues - Santos


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