Tribuna do Leitor - 25 de maio de 2020

Na edição desta segunda-feira (25), participações de Bruno Pompeu, Antonio Tadeu Torres e Elizeu Ferreira dos Santos

Por: Da Redação  -  25/05/20  -  19:08

Tiro fatal


Há um sniper (atirador de elite) com tiro certeiro. Bem escondido e camuflado, ele escolhe a vítima e a abate. Sua bala é letal e, ainda que passe de raspão, causará danos - talvez incontáveis. Quem entra na sua alça de mira? Um grande número de idosos, grandes obesos, diabéticos mal controlados, grandes hipertensos, imunodeprimidos por HIV, tuberculosos, pacientes com câncer avançado. Se for fumante de longa data e dado ao etilismo, a chance de não acertar o alvo é pequena. Se tiver predisposição genética, adeus! Drogadição de crack, cocaína, haxixe, bolas e etilismo pesado? Nem adianta tentar fugir, não vai conseguir. Se viver na miséria, morar em barracos de morros e palafitas, onde as condições são precárias e humilhantes, sem água encanada, sem coleta de esgoto, comida, esperança, sem nada, será alvo fácil de abater. Portanto, você, que lê esta missiva, acate o que um médico que está na linha de frente há 40 anos sustenta como verdade: lave suas mãos a cada mínima tarefa, use álcool em gel e máscara, evite aglomerados, e repasse essa informação, enquanto aguardamos o furacão passar. Ele atende pelo nome de covid-19. Coragem, razão e pensamento positivo são necessários. Se preciso for, procure bons e zelosos médicos do SUS.
Bruno Pompeu - Santos


Novas placas


Desde a implantação das novas placas de veículos, padronizadas pelo Mercosul, estas nunca deixaram de ser objetos de polêmicas e debates acerca da sua finalidade. Os contrários a tal inovação, grupo do qual faço parte, usam como principal argumento o fato de elas indicarem apenas o país, não possibilitando, à primeira vista, identificar o estado e o município de origem do veículo. Este fato prejudicando, inclusive, o trabalho dos agentes de trânsito e de Segurança Pública. Agora, em tempos de barreiras sanitárias, por conta da quarentena imposta pela pandemia, a questão se agrava, haja vista a dificuldade de se constatar se o veículo pretendente a ingressar num município, de fato, a este, venha a pertencer. Tomamos como exemplo aqui a cidade de Santos. O trânsito na entrada da cidade, que há tempos já está prejudicado pelas obras naquele local, ficou ainda pior nos dias em que foi decretado feriado na Capital, com o consequente aumento da demanda de veículos que desceram a Serra, em desrespeito às determinações das autoridades. Isso porque os veículos dotados desse novo emplacamento, mesmo sendo de Santos, são obrigados a pararem na barreira sanitária e apresentarem um comprovante de residência ou terem a leitura da placa feita por um aplicativo que indica o cadastro do veículo. Caso contrário, serão impedidos de ingressar no município, contribuindo, durante a abordagem, para um engarrafamento ainda maior no local. Isso demonstra que nossos gestores, em todas as esferas, só se preocupam em adotar ações imediatistas, sem maior preocupação com suas consequências em situações que extrapolam a normalidade.
Antonio Tadeu Torres - Santos


Editorial confuso


Ao ler o editorial "Recursos públicos são limitados", publicado por este jornal no dia 21 de maio, senti-me num mar de argumentos sem bússola, tamanha a desconexão do texto. Ao defender o limite do endividamento do Estado, e dos gastos ad eternum do erário, o editorialista afirma, ipsis litteris: “O recomendado é não ser voluntarioso com as contas públicas (...) Com os sistemas econômicos interrompidos, chegou a hora do poder público agir com toda a força”. Vai adiante, e aí, contradiz-se ao encerrar o texto: “No momento, algumas correntes tentam aproveitar os programas de socorro para defender maior presença do Estado na economia”. Ou seja, o editorialista se perdeu, com um texto argumentativo, que deve expressar opinião, mas não conseguiu defender a do jornal. Ademais, não leva em conta o Estado de Calamidade Pública decretado por Jair Bolsonaro em março. Situação que pede medidas drásticas, pelo menos até que termine o período latente da crise sanitária.
Elizeu Ferreira dos Santos - São Vicente


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