O custo de uma vida

Antes mesmo de a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhecer a pandemia do novo coronavírus, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além do Ministério Público e da sociedade organizada da Baixada Santista, se uniram para vencer essa guerra

Por: Paulo Alexandre Barbosa & Prefeito de Santos &  -  17/05/20  -  20:47
Atualizado em 17/05/20 - 21:09

Antes mesmo de a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhecer a pandemia do novo coronavírus, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além do Ministério Público e da sociedade organizada da Baixada Santista, se uniram para vencer essa guerra.


Saúde e economia caminham de mãos dadas. Não existe dicotomia. Por isso, decidimos suspender as cobranças de dívidas e o protesto de todos os devedores, além de autorizar o parcelamento de débitos.


Como prefeito, respeito o presidente da República e o governador do Estado. Não é o momento de dividir. Unidos seremos mais fortes para vencer o inimigo comum. Somos gratos a toda ajuda recebida, mas estaremos sempre do lado da defesa da vida.


A pandemia já levou 30% da arrecadação do Município. A diferença é que não podemos fechar as portas ou reduzir atendimento. Pelo contrário, na crise, só aumenta a procura por auxílio do poder público.


Na roda da economia, o empresário luta pelo seu negócio; o trabalhador, pelo emprego; o governante, pela oferta de serviços. Todos, porém, devem lutar pela vida, porque essa é a única que não se recupera depois que se perde.


Não queremos caixões abandonados nas ruas, em cenas que chocaram o mundo e que já são uma triste realidade em cidades brasileiras. Nossos médicos não devem ter o poder de Deus para decidir quem será salvo diante da falta de leitos de UTI, respiradores e insumos básicos de saúde.


Hoje, a nossa situação é de equilíbrio e controle. Tivemos que decretar o isolamento para reduzir processo de contaminação. Foi o tempo necessário para permitir a abertura de novos leitos hospitalares, contratar profissionais, comprar equipamentos e garantir o custeio.


Santos tem uma das melhores médias de leitos do País, mas cerca de 50% das vagas são ocupadas por pacientes de outras cidades. Na próxima sexta, teremos mais 130 leitos no Hospital Vitória, custeados com recursos estaduais.


Hoje, em todas as unidades de saúde, não faltam EPIs. Oferecemos ainda um hotel para que os profissionais da saúde possam descansar quando não estão na linha de frente dos hospitais.


Iniciamos um inédito estudo epidemiológico para apurar o percentual de infectados. Já realizamos 10 mil testes rápidos em um trabalho de busca ativa.


Sem deixar ninguém para trás, fomos a primeira cidade do Estado a abrir as quatro unidades do restaurante Bom Prato com café da manhã, almoço e jantar, em marmitex, de segunda a segunda. Já entregamos cerca de 20 mil cestas básicas.


Nesta semana, iniciamos a distribuição do cartão da Bolsa Alimentação para 11,6 mil estudantes. O valor varia de R$ 110 a R$ 202 por criança, sendo metade do custo bancado pela iniciativa privada. Também abrimos um novo abrigo para população em situação de rua. Para gerar emprego e renda, contratamos costureiras e confecções locais na produção de 200 mil máscaras de pano.


Como cota de contribuição pessoal, prefeitos e secretários municipais doaram 30% do salário para o fundo municipal da saúde. Todas as informações estão disponíveis no Portal da transparência para o devido controle social.


Tenho certeza de que iremos vencer mais esse desafio, preservando o respeito, a dignidade e, principalmente, a vida. 


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