Repasse de verba ao Hospital dos Estivadores chega em maio

Secretaria de Estado da Saúde confirmou o valor de R$ 54 milhões à unidade, em 12 parcelas de R$ 4,5 milhões, retroativas a janeiro

Por: Tenente Coimbra  -  30/04/19  -  11:16
Repasse de verba ao Hospital dos Estivadores chega em maio
Repasse de verba ao Hospital dos Estivadores chega em maio   Foto: Nirley Sena/AT

Inaugurado em 1970 e com histórico de greves e dificuldades financeiras, o Hospital dos Estivadores enfrenta novamente transtornos no recebimento de verbas. Desta vez, a falta do repasse do montante que vem do governo estadual é que preocupou funcionários, fornecedores e a população da região. Cirurgias foram canceladas e a carência de insumos tornou-se realidade.


A história de crises não é novidade. A primeira aconteceu em 1981, por conta de uma greve de médicos. Já na metade da década de 80, os estivadores desvincularam o hospital da administração do sindicato da categoria. Em 1997, o sindicato reassumiu o controle do hospital, que já havia sido fechado duas vezes neste período (por conta de incêndio no almoxarifado e uma greve).


Em 2001, o INSS recorreu à Justiça pela posse do prédio. Em 2004, o convênio entre o hospital e o SUS foi suspenso por conta de problemas estruturais, detectados pela Vigilância Sanitária. Em 2010, o equipamento parou de funcionar e, no ano seguinte, a Prefeitura de Santos comprou o hospital. Hoje em dia, ele é gerido por uma OS (Organização Social) paulistana, o Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz.


O Hospital dos Estivadores, que realiza um trabalho de excelência, tem como foco o atendimento materno infantil e as especialidades clínicas e cirúrgicas de média. Possui mais de 90% de aprovação perante a sociedade, o que equivale à satisfação em relação a hospitais privados de renome, como o Albert Einstein. Não atuando ainda com 100% de sua capacidade funcional, possui 138 leitos (tem capacidade para 223) e realiza, em média, 176 exames de colonoscopia, 300 de endoscopia e 600 exames de raio-X por mês.


E, apesar de estar em Santos, 50% dos atendimentos, em média, são de pessoas oriundas de outras cidades, o que atesta sua relevância na Baixada Santista como um todo. O custo por leito do hospital ainda não é o melhor, o que é uma razão essencial para que seja ampliado e seu funcionamento seja total, entregando ainda mais cuidado à população.


Em fevereiro deste ano, o estado cancelou mais de R$ 227 milhões em convênios para a Saúde da região. Em Santos, mais de R$ 99 milhões foram cortados. O montante fazia parte de convênio de R$ 113,7 milhões, firmado em 11 de dezembro de 2018. Toda a verba iria para o funcionamento do Hospital dos Estivadores, ao longo de 2019.


Contudo, em março, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou o repasse de R$ 54 milhões (em 12 parcelas de R$ 4,5 milhões, retroativas a janeiro), porém, não estipulou uma data para que começassem a entrar nos cofres do hospital. Portanto, na última quinta-feira (25) - um dia após visitarmos o local -, nos reunimos com o vice-governador, Rodrigo Garcia, para formalizar a data de início desse repasse. Ficou oficializado que as verbas começarão a entrar já na primeira semana de maio. Além da estadual, o hospital ainda recebe, a título de custeio, verbas da União e do município - cerca de R$ 1,1 milhão e R$ 1 milhão por mês, respectivamente.


A lentidão no repasse de verbas vinha causando desassossego para a administração do local e para a própria prefeitura, já que o hospital começou a contrair dívidas crescentes com fornecedores. Fizemos nosso papel enquanto parlamentar, fiscalizando e cobrando o Poder Público para que o interesse coletivo fosse levado em consideração.


Continuaremos trabalhando para o melhor desenvolvimento e ampliação, não só do Hospital dos Estivadores, mas para que a Saúde da nossa região seja levada a sério e não fique desassistida.


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