Ponte dos Barreiros: O descaso é público e a população paga a conta

Interdição da ponte prejudica moradores da Área Continental de São Vicente

Por: Tenente Coimbra  -  03/12/19  -  09:13
  Foto: Carlos Nogueira/AT

A situação atual da Ponte dos Barreiros, em São Vicente, prejudica muito a população. Com a interdição determinada pela Justiça devido ao grande risco de desabamento, a demora para a reforma da estrutura e o jogo de empurra entre município e estado sobre a responsabilidade da obra retiraram da população local o direito de ir e vir e o acesso a equipamentos públicos.


Pior ainda: com o bloqueio, as pessoas que precisam utilizar outra rota para se deslocarem encontrarão pela frente uma praça de pedágio. É justo? Claro que não, por isso, na sexta passada, protocolei solicitação de isenção ao governador João Doria, para que NÃO exista a cobrança do pedágio do Km 280 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, da rota Humaitá – São Vicente.


Outra questão: de quem é a culpa por esta situação? O prefeito de São Vicente postou em seu perfil numa rede social, dias atrás, um pedido para que a população cobre dos deputados a resolução por este caos. Ora, uma ponte não colapsa do dia para a noite, sua estrutura não se deteriora de uma semana para a outra: é preciso vários anos, e até décadas, para chegar ao ponto em que a ponte se encontra agora. Nenhuma das administrações, incluindo a atual, percebeu o problema?


O laudo do IPT revela a falta de manutenção e de cuidado com a segurança. Há risco de colapso na estrutura. A vistoria constatou os graves problemas estruturais da ponte. Havia uma determinação prévia para que ela passasse por uma reforma, mas um expediente tão antigo quando danoso atrasou a obra: durante anos, nem estado, nem prefeitura quiseram assumir a responsabilidade pela manutenção e reparo.


A interdição da ponte pode deixar 150 mil moradores ilhados e a alternativa existente é um deslocamento de 32 quilômetros pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55), passando por Praia Grande, para chegar à região insular vicentina, onde estão todos os serviços públicos essenciais. Outra rota é em direção a Cubatão, mas o trecho tem pedágio. Para quem usa transporte público, também haverá prejuízos, uma vez que as linhas podem ter o itinerário desviado, só que para a Ponte do Mar Pequeno.


Mais que limitar o direito de ir e vir, a interdição vai dificultar o acesso de toda a população a serviços públicos como escolas e hospitais. E quando isso acontece por culpa da inércia do poder público, a situação se agrava.


É preciso agir com urgência para resolver o problema e garantir os direitos dos moradores de São Vicente. Já apresentamos uma emenda na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado para garantir recursos à obra, uma vez que o caixa do município não permite custear uma intervenção tão cara. E apresentamos a demanda ao governo do estado. Vamos trabalhar com eficiência para resolver esse problema o mais depressa possível.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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